Álcool, cigarro e cocaína

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7 dias antes.

-Vocês não vão acreditar no que eu acabei de ouvir! – Luana apareceu por trás de Rafa e Marina enquanto elas se encaminhavam para a sala de aula.

-Tenho até medo do que pode ser, com essa sua cara de felicidade provavelmente é uma coisa ilegal, estranha ou assustadora... – Marina comentou enquanto apertava os livros contra o peito.

-Os pais do Tiago vão viajar daqui a dois dias e ele prometeu dar a maior festa do ano na casa dele semana que vem! – Luana continuou ignorando o comentário da loira –Vai ser provavelmente nossa última chance de curtir uma festa de verdade antes de começarmos a nos preparar para os vestibulares, temos que ir!

-Luana – Rafa chamou a atenção –Eu e Marina estamos nos preparando para os vestibulares desde o começo do ano...

-Ok, ok – a loira abriu um sorriso despreocupado –Antes que EU comece a me preparar para os vestibulares...

-Aliás – Marina interrompeu a amiga –Terminei com Guilherme e ele é amigo do Tiago, lembra? E nenhum deles gosta muito de você... Não acho que vamos ser convidadas.

-Quem falou em convite? – Luana abriu um sorriso malicioso –Isso nunca nos impediu antes e não vai ser agora! Esqueceu de todos os lugares que invadimos? Incluindo essa nossa querida escola...

-Pelo amor de Deus – Marina puxou as duas amigas para perto dos armários enquanto reclamava baixinho –Quer tomar cuidado com o que fala? Eu não estou a fim de ser presa.

-Marina – Luana sustentou seu sorriso por mais tempo mesmo que a expressão de Marina e Rafaela fosse de preocupação –É nossa última chance.

-Última chance de que? – a outra loira perguntou confusa –Você andou bebendo? Não são nem 8 da manhã, Luana, pelo amor...

-A nossa dose violenta de qualquer coisa – Luana a cortou –Ou vocês esqueceram?

Rafa e Marina ficaram em silêncio encarando Luana. Definitivamente não haviam esquecido, ainda mais levando em conta o fato de que Luana insistia em lembrar isso quase o tempo todo. É como se essa busca tivesse um significado diferente para ela, como se fosse algo mais urgente do que era para as outras duas garotas. E era exatamente isso que aterrorizava Rafaela...

-Claro que não – Rafa por fim quebrou o silêncio –Mas nada de fazer loucuras, Luana. Dessa vez é sério!

-Exatamente – Marina concordou –Nada de invasões, brigas, provocações, destruição ou afins... Apenas nós três nos divertindo, ok?

Luana revirou os olhos mas sem tirar o sorriso do rosto.

-Meu Deus, vocês tem que tirar toda a graça mesmo? Tudo bem, já que precisa ser assim pra vocês toparem, nada de problemas dessa vez.

-Jura? – Marina a olhou com seriedade.

-Eu juro – a loira devolveu com o mesmo tom.

***

5 dias antes.

-Nós devíamos começar a olhar as coisas de São Paulo, sabe? – Marina comentou enquanto o sol esquentava seu rosto. Sentia a grama pinicando suas costas mas nada a faria sair do lugar onde estava, sentia-se relaxada e calma. Exceto pela perna de Luana que estava apoiada em cima da sua.

-Tipo o que? – Luana perguntou olhando para o céu, é como se ela não ligasse de verdade para o que estava dizendo, como se tivesse a certeza de que tudo se resolveria por conta própria –Onde morar? O que mais tem em São Paulo são apartamentos baratos, vamos dar um jeito nisso rápido...

Uma dose violenta de qualquer coisaOnde histórias criam vida. Descubra agora