Cap. 7 - Fugas e Prisões

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        Minha primeira semana na nova escola estava terminando, uma semana complicada, o prefeito da cidade foi assassinado e estavam procurando pelo assassino. Joshua é o maior suspeito, e acredito que tenha sido ele mesmo, um homem extremamente perigoso.
        Na escola estavam todos comentando sobre o ocorrido, falavam muito sobre Liv que não apareceu na escola desde a morte de seu pai, eu realmente estava preocupado com ela. Conversei com Lucy antes da aula começar e ela me disse que Liv gostava de voltar as atenções pra ela, então o fato de que ela não apareceu na escola deixou Lucy assustada pois Liv realmente estava péssima com essa perda.
        Math apareceu todos os dias, ele é realmente compromissado com os assuntos da escola mas Lucy acreditava que ele só estava tentando fugir do luto.
        Na volta pra casa eu estava pensando em Jany. Na antiga escola eu era diferente, tinha um círculo enorme de amigos, e tinha Jany. Os armários da escola foram pichados, e acusaram a mim, quando fui revistado encontraram a tinta spray na minha mochila. Eu nunca entendi como isso aconteceu.
        Jany é uma garota de beleza excepcional, é uma loira com olhos castanhos, baixa estatura e um sorriso lindo. Nos conhecíamos desde o fundamental, mas começamos um relacionamento esse ano. Eu sou normal, poderia até ser considerado feio, não imagino como Jany optou por ficar comigo. Quando eu a questionava "por quê eu entre todos?", ela respondia "o seu interior é o mais lindo que já vi em alguém", e em seguida sorria, e ah, aquele sorriso poderia matar alguém.
        Após o infeliz ocorrido da pichação, eu tive que mudar de escola. Eu queria provar que não tinha sido eu, mas meus pais preferiram que eu trocasse, e preferiram mudar meu número de celular pra não ter nenhum contato com o pessoal da antiga escola, achavam que isso me machucaria. O que me machucava era ficar longe de Jany, mas eles não se preocupavam com isso, minha mãe nunca gostou de Jany e deixava isso bem claro.
        Eu já estava próximo ao meu bairro, eu e minha bicicleta. Um carro preto e longo parou na minha frente e cinco homens desceram apontando armas pra mim, quando eu pensei em fazer algo uma das armas atingiu minha cabeça com tanta força que perdi a consciência instantaneamente.
        Quando acordei estava amarrado em uma cadeira dentro de um depósito escuro, sozinho. Eu ri ironicamente, "amarrar um filho de policiais em uma cadeira é pedir pra ele fugir", tentei desamarrar a corda mas estava bem presa, eu não queria fazer barulho mas não tinha outra opção. Me joguei junto com a cadeira com força contra o chão, a cadeira se partiu em dois pedaços juntamente com algum osso meu.
        Levantei com dores e fui direto a porta que estava trancada por correntes, dois homens apareceram e vieram em minha direção, subi as escadas correndo e tentei me esconder em meio a algumas portas quebradas na parte de cima. Quando um dos homens apareceu, bati com força uma porta em seu rosto e chutei o outro homem que caiu sobre placas de madeira. Corri seguindo reto para o lugar de onde saíram, talvéz houvesse uma saída lá. Outros três homens apareceram. Um deles me deu um soco e me jogou contra a parede, consegui atingir ele com meu joelho e em seguida com meu punho. Outro homem estava me enforcando, empurrei o corpo dele sobre a parede e bati quatro vezes, até que soltasse meu pescoço. Ouvi passos atrás de mim, era o terceiro homem, no meu lado esquerdo tinha um pedaço de madeira grande, peguei ele e virei com rapidez acertando o seu rosto. Então disse:
       - Acharam que seria fácil? Meus pais são policiais! O mínimo que eu deveria saber é me defender.
       Mas um dos homens reagiu e aplicou uma sequência de socos em meu rosto e estômago, bateu a minha cabeça sobre um apoio de madeira e me jogou com força sobre a cerca de ferro. Eu não sabia como fugir, outros três homens apareceram então me joguei daquele segundo andar e caí no meio daquele depósito sobre uma mistura de papelão, feno e algumas peças de máquinas.
         Levantei atordoado após a queda e olhei ao redor, haviam seis homens me cercando. Um sétimo adentrou o lugar batendo palmas.
         - Uau! Que desempenho lindo, com certeza é filho de Grace e Kaleb.
        O sétimo homem era Joshua.
        - O que você quer comigo?
        Ele pediu pra todos os homens se retirarem.
        - Sente-se aí, vamos conversar. E ah, antes que tente me atacar como fez com meus capangas, lembre-se que eu não sou eles.
        Aquilo soou ameaçador, porém acendeu um ódio em mim. Eu odiava Joshua e o que ele fazia em Dumbwood.
        - Então Luke, o que você acha de mentiras? - Joshua perguntou.
        - Acho que é algo que covardes fazem.
        - E se eu te disser que sua vida toda é uma mentira?
        Eu não acreditava em uma palavra que ele dizia.
        - Tentar manipular um garoto? Achei que você era mais esperto do que isso.
        Joshua sorriu ao dizer:
        - Você definitivamente é da minha família.
        Aquilo foi exagero demais pra mim, levantei com rapidez e gritei:
        - QUAL O SEU JOGO VERME? DIZ LOGO O QUE QUER E ME DEIXA SAIR DAQUI, OLHAR PRA SUA CARA ME ENOJA!
        Joshua levantou também e me arremessou ao chão. Enquanto eu tentava levantar, ele circulava ao meu redor dizendo:
        - Meu nome é Joshua Irons, irmão de Jeremy Irons, ex-marido de Grace Williams que é mãe de Luke Williams, Brenda Williams, Robert Irons e Henrik Irons.
        - O que... - perguntei desnorteado.
        Joshua agachou-se em minha direção e disse:
        - Tudo o que você queria era ter irmãos não é? Adivinha, sua mãe teve dois filhos com meu irmão, e mais uma filha com seu pai, e você nunca soube.
        - É mentira!
        Então Joshua retirou de uma gaveta em uma estante perdida algumas fotos, e jogou na minha direção.
        - A única mentira aqui é a sua vida garoto.
        Joshua saiu, continuei deitado no chão olhando aquelas fotos, minha mãe e Jeremy segurando bebês, minha mãe e meu pai segurando a mim, no meio das fotos haviam documentos com a identidade dos meus supostos irmãos. Eu não conseguia mais olhar, minhas lágrimas turvavam minha visão, encostei a cabeça no chão e chorei durante horas, passei o dia todo ali.
        Tudo seria diferente agora.
    

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