Cap. 12 - O homem na praça

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         Luke corria pelos corredores, estava atordoado, não parecia bem. Após descobrir que seus pais mentiram pra ele, viu a garota por quem ele estava apaixonado nos braços de outro. Quando saiu pelo portão da escola encontrou Lucy, que ficou assustada ao vê-lo daquela forma.
         - O que houve com você? Todos estavam preocupados, por que sumiu assim?
         - Não quero explicar agora, eu não estou me sentindo bem. - Luke deu um beijo na testa de Lucy e se afastou. - Não importa o que aconteça, não se preocupe comigo, eu vou ficar bem.
         Luke sentou em um banco na praça central, recostou sua cabeça e respirou fundo, recusou-se a segurar as lágrimas e deixou cair. Ficou ali por algumas dezenas de minutos, estava pegando no sono quando um perfume se aproximou e uma sombra passou atrás dele.
         Luke olhou ao redor e tinha um homem sentando ao seu lado, pele extremamente branca e olhos extremamente azuis, seus cabelos extremamente negros o tornava alguém extremamente assustador. Ele estava em posição totalmente ereta, olhando pra algum lugar daquela praça com um foco além do normal, a sua presença era arrepiante.
         - Dia ruim? - o homem perguntou com uma voz séria e quase rouca.
         - Péssimo.
         Ele não respondeu, não demonstrou nenhuma reação, mas Luke queria continuar falando.
         - Dia ruim? - Luke perguntou.
         - Vida ruim. - ele respondeu e Luke podia jurar que seus olhos tremeram, ele era realmente uma pessoa intrigante.
         Luke queria dizer algo, não sabia o quê. Quando abriu a boca, nenhuma palavra se formou. Então o homem olhou no rosto de Luke e parecia estar olhando pra sua alma.
         - No que você está pensando agora? - ele perguntou.
         "Em como você me assusta" "em perguntar qual perfume você está usando" "em sair correndo e gritar socorro". - Luke pensava.
         - Em como vou fazer pra encontrar meus irmãos. - mentiu.
         - Eles desapareceram?
         - Na verdade eles não existiam, até hoje.
         - Eu posso te ajudar a encontrá-los, só não me pergunta como.
         - Como?
         O homem sorriu pela primeira vez ali, parecia que estava sorrindo pela primeira vez em muito tempo.
         - Dos meus atos você nunca vai saber garoto.
         Luke estava com um pouco de medo, mas tinha a necessidade de saber quem eram seus irmãos.
         - Eu não tenho pra onde ir e não tenho nada a perder, então... O que eu tenho que fazer?
         - Entrar no meu carro e confiar em mim. - o homem disse. - o resto eu faço.
         - Então vamos conhecê-los.
     
        

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