Estava finalmente a avistar o restaurante quase 15 minutos depois, e cheguei à porta do restaurante. Respirei fundo, e entrei. Avistei o Thomas sentado numa mesa num canto de restaurante, assim que me viu, levantou-se e acenou. Ele estava com uma camisa, onde apenas metade dos botões estavam abertos deixando grande parte do seu peito à mostra e umas calças de ganga que lhe assentavam na perfeição. Sorri e caminhei até ele.
Cumprimentou-me com a típica mão no fundo das minhas costas e um beijo bem prolongado na minha bochecha. Foi um beijo tão demorado que acabei por suspirar e revirar os olhos durante o mesmo.
Fizemos o pedido e enquanto esperávamos o nosso pedido estava um silêncio bem constrangedor.
Thomas: Então? Como foi hoje na agência? – Perguntou dando fim ao silêncio.
Melissa: Correu bem… - Sorri tentando parecer simpática.
Thomas: O que queriam? – Perguntou nunca desviando o olhar dele dos meus olhos.
Melissa: Não posso falar… Desculpa… - Falei tirando o guardanapo de cima do prato e colocando-o em cima do meu colo.
Thomas: Tudo bem… - Sorriu.
O empregado chegou com os nossos pedidos e começamos a jantar.
Thomas: Como vão as aulas? – Perguntou desviando o olhar do prato para mim.
Melissa: Tudo bem graças a Deus… - Sorri.
Thomas: E estás com muitos trabalhos?
Melissa: Agenda cheia… - Falei orgulhosa.
Thomas: Ainda bem… - Sorriu.
Assim que acabamos de jantar percebi que se calhar já tinha bebido um pouco demais… Visto eu não estar acostumada a beber álcool, para mim os 5 copos que já tinha bebido era um exagero. A juntar aos nervos que cada vez eram mais acentuados. Eu sabia o que estava para vir.
Chegou a sobremesa e ele puxou a cadeira para ficar ao meu lado na mesa. Eu respirei fundo. Ainda não sabia o que fazer. A conversa com a Millie não me saia da cabeça. Pior, o Louis não me saia da cabeça. Estava a jantar com um e a pensar noutro. Como é possível? “Se eu decidir avançar com o Thomas, passarei a vida a pensar no Louis?” Não. Não quero estar com uma pessoa e pensar noutra. Eu não sou assim. Não sou!
Quando me apercebi já tínhamos acabado a sobremesa e eu já tinha tomado a minha decisão. Sim. Era isso mesmo.
Thomas: Mel, sabes que eu gosto muito de ti não sabes? – Perguntou colocando a mão dele em cima da minha.
Melissa: Ham, sim… - Falei a olhar para a mão dele. Tirei a minha mão com o pretexto de beber mais um pouco. Com isto foi o sexto copo.
Thomas: E que quero muito estar contigo? – Desta vez a mão dele parou na minha cara, fazendo-me festas com o polegar.
Eu esbugalhei os olhos e sustive a respiração. Ele aproximou-se e eu comecei a sentir a respiração dele na minha cara. “Não, não, não, não.” Pedia mentalmente.
Quando apenas míseros milímetros nos separavam, eu afastei-me e soltei a respiração que esteve presa até agora.
Thomas: O que se passa Melissa? – Perguntou com um certo peso na voz.
Melissa: Eu não consigo fazer isto. – Respirei fundo. – Eu não quero fazer isto. – Falei agarrando na minha mala.
Thomas: Como assim não queres? – Olhou-me com um pouco de raiva. – Andamos a sair à mais de duas semanas! Só agora é que te lembraste que não queres? – Perguntou elevando a voz, fazendo com que toda a gente parasse para olhar para nós.