Capítulo XIX

48 8 0
                                    


Dulce


Quando dei por mim, já tinha quebrado a mesa de centro. Rodrigo me encarava sem entender, afinal ele tinha acabado de dizer que a doença do meu pai tinha cura. Encarei o chão tentando me acalmar.

_ O que está acontecendo Dulce?

_ Não é da sua conta!

_ Claro! Mas foi você me chamou pra vir a sua casa e começou a destruir os móveis depois de ouvir uma boa notícia.

Encarei Rodrigo, Isaac, ou seja, lá como ele se chamava.

_ Desculpe. Você me deu a melhor notícia da minha vida, mas ao mesmo tempo me provou que confiei nas pessoas erradas. - Desabei no sofá e ele sentou-se ao meu lado.

_ Do que você está falando?

_ Quando eu e Karen fomos à casa de Rebeca, ficamos sabendo quem éramos e que coisas inimagináveis existiam, perguntei aquela velha se meu pai podia ser curado e ela me disse que não. Ela mentiu pra mim.

Ele ficou surpreso, afinal todos achavam que aquela mentirosa era boazinha.

_ A verdade é que não gosto de Rebeca e ela me odeia, mas que eu sabia, ela é uma boa pessoa, não sei por que mentiu pra você, porque a cura para o câncer é algo muito difícil, mas não impossível. Deve haver uma explicação para a atitude dela.

_ Não há explicação que possa me convencer, ela mentiu, ponto final! -

Senti que meu sangue estava mais quente que de costume, o bruxo ao meu lado também percebeu.

_ Tudo bem. Agora vou dar o fora antes que você quebre meu pescoço. - Ele se levantou.

_ Espere.

_ O que foi agora?

_ Você sabe fazer o remédio para curar meu pai?

_ Sim.

_ E o que você quer para fazê-lo? - Rodrigo me encarou e em seguida olhou para a parede. - Qual o seu preço? Me diz o que quer para curar meu pai. - Ele me olhou novamente.

_ Quero que me ajude a conquistar a confiança de Ester.

De todas as coisas impossíveis no mundo, ele tinha que me pedir logo a mais difícil de conseguir.

_ Ela te odeia. Você não pode me pedir algo mais fácil, como roubar um ônibus espacial?

_ Não estou te pedindo para fazer uma campanha a meu favor, só quero que ela saiba as coisas boas que eu vier a fazer.

_ Tudo bem, isso é fácil; quer dizer, se você realmente fizer algo bom.

_ Eu vou fazer coisas boas, mas não vai ser pra todo mundo porque não sou idiota.

_ Certo, pessoa quase boa, de que você precisa para fazer o remédio?

_ Tem um mercado que vende ervas na capital, lá tem quase tudo o que precisamos.

_ Ótimo, vamos pra lá assim que você curar a Barbie.

_ Como assim, vamos?

_ Não vou te deixar ir sozinho.

_ Está com medo de que eu compre algo mofado?

_ Não confio em você, simples assim.

_ O sentimento é recíproco.

_ Vou com você e assunto encerrado.

_ E como vai ser isso: Vai roubar um carro?

_ Não, você pode nos tele transportar.

EntrelaçadasOnde histórias criam vida. Descubra agora