Dulce
Quando dei por mim, já tinha quebrado a mesa de centro. Rodrigo me encarava sem entender, afinal ele tinha acabado de dizer que a doença do meu pai tinha cura. Encarei o chão tentando me acalmar.
_ O que está acontecendo Dulce?
_ Não é da sua conta!
_ Claro! Mas foi você me chamou pra vir a sua casa e começou a destruir os móveis depois de ouvir uma boa notícia.
Encarei Rodrigo, Isaac, ou seja, lá como ele se chamava.
_ Desculpe. Você me deu a melhor notícia da minha vida, mas ao mesmo tempo me provou que confiei nas pessoas erradas. - Desabei no sofá e ele sentou-se ao meu lado.
_ Do que você está falando?
_ Quando eu e Karen fomos à casa de Rebeca, ficamos sabendo quem éramos e que coisas inimagináveis existiam, perguntei aquela velha se meu pai podia ser curado e ela me disse que não. Ela mentiu pra mim.
Ele ficou surpreso, afinal todos achavam que aquela mentirosa era boazinha.
_ A verdade é que não gosto de Rebeca e ela me odeia, mas que eu sabia, ela é uma boa pessoa, não sei por que mentiu pra você, porque a cura para o câncer é algo muito difícil, mas não impossível. Deve haver uma explicação para a atitude dela.
_ Não há explicação que possa me convencer, ela mentiu, ponto final! -
Senti que meu sangue estava mais quente que de costume, o bruxo ao meu lado também percebeu.
_ Tudo bem. Agora vou dar o fora antes que você quebre meu pescoço. - Ele se levantou.
_ Espere.
_ O que foi agora?
_ Você sabe fazer o remédio para curar meu pai?
_ Sim.
_ E o que você quer para fazê-lo? - Rodrigo me encarou e em seguida olhou para a parede. - Qual o seu preço? Me diz o que quer para curar meu pai. - Ele me olhou novamente.
_ Quero que me ajude a conquistar a confiança de Ester.
De todas as coisas impossíveis no mundo, ele tinha que me pedir logo a mais difícil de conseguir.
_ Ela te odeia. Você não pode me pedir algo mais fácil, como roubar um ônibus espacial?
_ Não estou te pedindo para fazer uma campanha a meu favor, só quero que ela saiba as coisas boas que eu vier a fazer.
_ Tudo bem, isso é fácil; quer dizer, se você realmente fizer algo bom.
_ Eu vou fazer coisas boas, mas não vai ser pra todo mundo porque não sou idiota.
_ Certo, pessoa quase boa, de que você precisa para fazer o remédio?
_ Tem um mercado que vende ervas na capital, lá tem quase tudo o que precisamos.
_ Ótimo, vamos pra lá assim que você curar a Barbie.
_ Como assim, vamos?
_ Não vou te deixar ir sozinho.
_ Está com medo de que eu compre algo mofado?
_ Não confio em você, simples assim.
_ O sentimento é recíproco.
_ Vou com você e assunto encerrado.
_ E como vai ser isso: Vai roubar um carro?
_ Não, você pode nos tele transportar.
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