Capítulo XXXIV

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Isaac


Estava tudo confuso diante dos meus olhos, eu não sabia se era sonho ou realidade. Entrei na casa de Pablo usando um feitiço poderoso que me tornava indetectável. Caminhei por aqueles cômodos familiares e percebi que nada tinha mudado desde que fui embora. Tive que me livrar de muitas armadilhas mágicas antes de chegar ao porão. Havia mais objetos do que da última vez que estive aqui. Quadros sinistro se amontoava nas imensas paredes. Sem dúvida Pablo estava se preparando pra decorar um palácio que, provavelmente seria construído no Deserto do Atacama, seu lugar favorito no mundo que ele queria dominar. Foquei em encontrar os pergaminhos e procurei por uns cinco minutos antes de achá-los espremidos em um baú. Segurei em meus braços a maior quantidade que consegui, teria que voltar depois para pegar mais, já que não podia transformá-los em algo menor por terem uma proteção mágica muito forte e foi então que aconteceu: Algo subiu pela minha perna e cravou seu ferrão em minha coxa, senti uma dor tão intensa que ficou difícil respirar; eu não tinha muito tempo e usei toda a minha magia para me tele transportar para a casa do pastor Pedro e isso me custou muito caro, senti que meu sangue estava praticamente todo coagulado e meus olhos imploravam para se fechar. Lutei contra minha vontade de dormir por toda eternidade enquanto Megumi me amparava e Pedro ligava para Artur. Senti que ia morrer, sem que eu pudesse fazer nada pra impedir; meu coração parou. Acordei dois dias depois e já tinha recebido o antídoto. Fiquei aliviado em ter contado a Pedro onde estavam os frascos de antídotos que Isís me deu. Artur e Dulce tinham se revezado fazendo meu curativo, e quando finalmente consegui me levantar para tomar banho, pude ver o tamanho do ferimento; se o antídoto tivesse sido injetado dois minutos depois do que foi, eu teria perdido minha perna.

_ Isaac! Acorda Isaac!

Abri meus olhos contra a vontade e vi Dulce segurando meus ombros enquanto me chacoalhava.

_ Você está me machucando.

_ Desculpe!

Sentei na cama enquanto ela puxava minhas cobertas e sem a menor cerimônia revelando minha cueca box azul.

_ Contou pra alguém sobre isso?

_ Não, mas você devia contar pra Ester, quem sabe até ganha uns pontos com ela?

_ Eu adoraria isso, mas não sei se o veneno está totalmente fora do meu corpo. Em alguns casos a vítima tem surtos psicóticos dias depois da mordida. Só quero falar com ela quando tiver certeza de que estou bem.

_ Ok!

_ Como as coisas estão indo?

_ Fora o fato de você ter me contado que divido o mesmo espírito com as outras, está tudo bem.

_ Vocês vão mesmo a Manaus no fim de semana?

_ Sim, e provavelmente será a única coisa normal que faremos na nossa vida.

_ Tomem cuidado por lá.

_ Claro! Acha que não sei que planeja nos seguir?

_ Como descobriu?

_ Não nasci ontem; sei que você não deixaria sua preciosa Ester correr perigo.

_ Tenho que fazer isso Dulce.

_ Deixa de bobagem! Esta é a nossa vida e temos direito de aproveitar pelo menos um pouco dela.

_ Ok! Tenho uma ideia. - Dulce revirou os olhos enquanto limpava meu ferimento.

_ Fala.

_ Se algo der errado, se vocês estiverem em perigo, me mande um sinal e eu vou até vocês.

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