Capítulo XLVII

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Sara


Boa parte da cidade compareceu ao enterro; não houve velório e os caixões estavam lacrados, a desculpa dada foi que eles tinham falecido com uma doença contagiosa. A verdade é que os corpos estavam em um estado de decomposição avançado; consquência do feitiço negro. Muitos dos presentes choravam, alguns tinham uma expressão de raiva e outros estavam abatidos. Apertei forte a mão de Isaac que me olhou com afeto antes de beijar minha testa. Naquela noite Rebeca seria julgada e provavelmente condenada a morte.

_ Vai ficar tudo bem meu amor. - Isaac sussurrou no meu ouvido, apenas concordei com a cabeça.

Verônica, Dulce, Karen e Ester estavam perto de nós, assim como suas famílias. Pastor Pedro começou a prestar uma homenagem aos adolescentes mortos, dois deles, membros de sua igreja. Outros pastores também discursaram e, com aquela tragédia, pelo menos um deles decidiu se unir a Assembleia.

Enquanto o pastor mais velho da cidade discursava muito emocionado, Morgana chegou acompanhada do Dr. Artur. Eles estavam muito próximos, e embora não se tocassem, eu podia sentir que algo os unia; se Ester visse isso seria um desastre.

Dr. Vicente estava arrasado; ele se culpava pela morte dos jovens, minha avó se comprometeu a contar a verdade após o funeral. Estávamos em uma guerra e infelizmente muitos ainda se machucariam; estava na hora do diretor do único hospital da cidade, saber o que estava acontecendo.

Morgana e Artur se aproximaram de nós, rezei em silêncio para que Ester não percebesse isso. A verdade é que ela parecia estar bem longe, estava estranha... E então ela desmaiou. Isaac correu para ampará-la.

_ Ester, fala comigo!

_ Acorda Ester!

Foi uma grande confusão. Os humanos que não sabiam a verdade acharam que ela estava contaminada pela "doença contagiosa" que matou os adolescentes; eles saíram correndo e só ficaram no cemitério, mestiços e membros da Assembleia.

_ Deixe-me examiná-la.

Dr. Artur verificou o pulso de Ester enquanto ela falava coisas sem sentido e suava frio.

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