Capítulo XLIV

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Ester


Era quase meia-noite quando meus pais abriram a porta do meu quarto, preocupados com o barulho, Cauê veio logo atrás.

_ O que está acontecendo filha?

No chão estavam espalhados cacos dos objetos que atirei em Rodrigo; claro que isso foi perda de tempo porque ele usou um escudo mágico.

_ Esse traidor está namorando a Sara! - Acusei.

Meus pais encararam Rodrigo com espanto.

_ Não precisam se preocupar; eu realmente gosto dela, me importo com seus sentimentos, nunca irei machucá-la.

_ Claro! Até porque você é um ótimo rapaz. - Rodrigo ignorou a ironia de meu pai.

_ Meu passado não define quem eu sou. Fiz muita coisa errada na vida, mas isso é passado. Estou fazendo todo o possível pra ser uma boa pessoa.

Todos começaram a falar ao mesmo tempo e então tudo ficou confuso. Eu estava em uma casa imensa, na sala de jantar. Na enorme mesa para umas dezesseis pessoas estavam apenas duas; uma garotinha oriental com uns 10 anos e uma adolescente de mais ou menos 18. A mais nova estava em uma cadeira de rodas e usava um tablet, enquanto a mais velha estava com as pernas em cima da mesa enquanto inclinava a cadeira pra trás, segurando um livro. Um homem estranho entrou na imensa sala; ele era moreno e ao mesmo tempo pálido, tinha feridas nas mãos e usava um terno escuro.

_ Tire os pés da mesa Christine, Elizabeth, desligue isso; Está na hora do jantar.

_ E "a hora da refeição é sagrada". - As duas disseram em coro com visível contragosto, mas obedeceram.

Duas mulheres gêmeas, corpulentas, brancas como papel, de uns trinta anos, trouxeram travessas e serviram o jantar.

_ Não sei por que você come isso; não faz diferença. - Christine apontou para o prato do homem que estava cheio de legumes e verduras.

_ Faço para dar o exemplo.

_ Eu não ligo se você tomar seu cálice de sangue na mesa.

_ A hora da refeição é sagrada, não pode ser profanada.

_ Ok!

Um homem de uns cinquenta anos entrou apressado na sala.

_ Lorde Seth!

_ O que houve Gregori?

_ Encontrei ele; o mago negro. - O semblante do homem pálido se endureceu.

_ Onde ele está?

_ Brasil, na Floresta Amazônica.

_ Ainda está lá? - Elizabeth não parecia convencida.

_ Isso é estranho. - Christine também não estava acreditando na informação.

_ Tenho certeza minhas senhoras. Fiz o feitiço na antiga casa dele, e consegui a localização exata.

_ Prepare a viagem; vou fazer o que é preciso.

_ E quanto a nós?

_ Vocês ficarão sob os cuidados de Mary e Alana. Não tragam problemas a elas, sejam justas e não se esqueçam de presenteá-las no seu aniversário na próxima semana.

_ Ah pai! Deixe eu ir com você!

_ Pai, eu também quero ir; sempre quis conhecer a Amazônia.

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