Capítulo 4

1.4K 179 5
                                    

Já do outro lado – Está louco Vengeance!! Não quero humanos em meu território!! Jogue-a de volta pra lá!! – Rosna Rout furioso avançando para tomar a humana dos braços de Vengeance com a intenção de jogá-la ele mesmo.

A menina percebe a intenção e se agarra a Vengeance com força. Vengeance rosna zangado e não deixa que Rout a pegue.

– Vengeance!! Sabe que não pode se apropriar de humanas; foi por isso que te jogaram na Zona Selvagem!! Aqueles humanos com as lanternas deviam estar procurando-a!!

– Ela esta com medo deles, não vou deixá-la sozinha! – Vengeance responde entredentes caminhando para longe de Rout.

– Merda! Sabe que os outros residentes não toleram humanos. Eles vão caçá-la se sentirem o cheiro dela.

– Ela ficará no seu território até sabermos do que ela tem medo.

– O que?! – Ruge Rout zangado. Os dois ouvem o choramingo sentido da pequena. Vengeance afasta um pouco a menina em seu colo para ver seu rosto. É quando nota que ela esta com o rostinho machucado. – Quem machucou você pequena?

Rout grunhi frustrado, mas não fala nada.

A menininha não responde, mas se agarra novamente em Vengeance. Seu corpinho é sacudido pelas convulsões do choro.

Rout leva a mão a cabeça e puxa os cabelos rosnando e grunhindo em frustração. – Tudo bem. Vamos levá-la para minha cabana. Mas você vai até a Reserva arrumar essa bagunça e tirá-la daqui o mais rápido que puder. Vamos, já deve estar quase amanhecendo – Rout se vira e se põe a caminho de sua cabana.

Vengeance suspira e o segue com a menina no colo. A voz sai em um grunhido baixo – Calma pequena já veremos como te ajudar.

Dentro da cabana de Rout, Vengeance tenta colocar a menina sentada em uma das cadeiras, mas ela não o solta. Ele olha para Rout em busca de ajuda. Este revira os olhos e pega a menina pela cintura desenganchando-a do colo de Vengeance e colocando-a na cadeira. A pequena senta e logo recolhe os joelhos para perto do corpo encarando-os com os olhos muito abertos.

Antes que Rout se afaste a menina toma coragem, estende a mão e a passa em seu rosto.

Rout sorri e olha para Vengeance.

– Viu? Ai esta a prova. Ela não tem medo de mim porque eu sou o bonitão aqui.

Vengeance solta um fungado de desagrado. – Não seja ridículo, ela esta em choque!

Ele vai até a geladeira, abre a porta, olha dentro e pega alguma comida. – Pelo menos você tem comida. Vou fazer um sanduiche. Ela pode estar com fome.

– Não fique tocando nas minhas coisas! – Rout rosna e avança até onde Vengeance está tomando de suas mãos o que ele havia pegado – Eu faço os sanduiches!

Vengeance levanta as mãos em sinal de rendição e vai para junto da menina. Senta na cadeira mais próxima. Olha com o canto do olho. Ela o estava encarando. Ele a olha de frente.

– E então pequena humana, você vai nos contar porque estava lá fora chorando no escuro? – A menininha desvia o olhar novamente e começa a olhar o ambiente, parecia procurar alguma coisa.

Nesse momento Rout volta com os sanduiches, mas antes de pô-los na mesa ele para, olha para o sanduiche e depois para a menina e volta a olhar para o sanduiche. Vengeance o observa.

– E agora o que foi? – Rout olha novamente para Vengeance.

– Ela tem a boca pequena, acha que vai conseguir comer esse sanduiche? – Antes que Vengeance responda a menininha estende as mãos. Vengeance solta uma risada.

– Ai esta sua resposta. – Ele toma o prato de Rout colocando-o na frente da menina junto com um copo de leite.

Os três comem em silêncio até que um soluço faz com que os espécies se voltem para a menina. Lágrimas estavam sulcando seu rosto novamente e ela tinha voltado a se encolher. Rout se levanta e a alcança se pondo de joelhos ao seu lado.

– O que foi agora pequena humana? O sanduiche não estava bom?

A menininha o olha e enxuga os olhos. Ela leva a mãozinha até suas orelhas e ele se afasta um pouco desconfiado. A menina insiste e lhe coça atrás das orelhas. O toque era gentil e curioso. Ele inclina a cabeça na direção da pequena mão e a deixa explorar ronronando como se fora um gato satisfeito até que ela para. Ele a olha e ela esta sorrindo agora. Rout se levanta e então olha para Vengeance que esta com uma expressão de inocência no rosto.

– Se isso se espalhar por ai, te quebro a cara!

Vengeance treme tentando segurar a risada e se vira para a menina.

– Vamos pequena, termine de comer. Depois você pode tentar ensinar uns truques para esse gatinho manso aí.

Rout vira para Vengeance com um rugido de zanga brincalhona lhe ameaçando com um punho, mas a menininha o interpreta erroneamente e solta um grito apavorado.

– Nããã!! – descendo do banco em um pulo apressado ela se esconde debaixo da mesa. Vengeance e Rout se assustam com a reação e ficam alguns minutos se encarando sem saber bem o que aconteceu. Vengeance se recupera mais rápido e se agacha encontrando a menininha encolhida da mesma forma que estava na floresta. Ele tenta se aproximar, mas é muito grande para entrar embaixo da mesa, então fala com a menininha com a voz mais suave que consegue tentando convencê-la a sair de lá.

– Vamos pequena, saia daí. Rout não estava zangado de verdade, estava apenas brincando. – Ela não lhe olha. – Vamos pequena, ficarei aqui até que se acalme e decida sair. – Ele se senta e cruza as pernas, decidido a cumprir a palavra e esperar até que ela mude de idéia.

Rout se agacha também – Não tenha medo, pequena humana. Nunca machucaria alguém tão pequenina.

A menina se encolhe mais e ele suspira se levantando e se afastando.

Ela percebe que ele se afastou e só então estica os braços para Vengeance que a pega e a tira de debaixo da mesa. Ela se agarra com força, ele a leva para o sofá e se senta com ela. Seu corpinho ainda esta tremulo pelo susto, ele lhe acalenta como viu na TV uma mãe fazer com seu filhote. Finalmente sentindo o corpo da menininha relaxar no sono ele a coloca deitada no sofá.

D8c

Corações em CuraOnde histórias criam vida. Descubra agora