Capítulo 18

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Caroline Torn era uma estudante de psicóloga um tanto quanto medíocre quando conheceu Coronaro. Ela havia decidido que queria uma experiência com um nerd e o escolheu por considerá-lo menos idiota que os outros. Depois de conseguir o que queria dele Caroline o convenceu de que ela não era a mulher adequada para ele, tirando-o assim de seu caminho, ou pelo menos achou que tudo correu dessa forma. Coronaro embora fosse um nerd não era um idiota carente, pelo contrário, ele pouco sentia empatia por outras pessoas, mas sabia como usá-las para obter o que queria. De Caroline ele queria o traquejo social que ela exalava, então ele a deixou achar que caiu em sua conversa e quando ela terminou o relacionamento dos dois simplesmente seguiu em frente, sem se abalar o mínimo.

Caroline estava passando por algumas dificuldades financeiras quando reencontrou Coronaro, pois assim como fora uma estudante medíocre também se tornou uma péssima profissional conseguindo apenas uma colocação em uma clinica infantil mantida por ONGs cujo público alvo era crianças com dificuldade de aprendizagem, sem condições financeiras e as quais ela fingia muito bem não odiar.

Já havia lido alguns artigos de Coronaro e sabia que o trabalho dele estava relacionado com a ciência cognitiva. Seu trabalho como psicóloga também seguia por esse ramo, mas Caroline nunca achou realmente que precisava trabalhar duro para atingir seus objetivos, por isso estava sempre vivendo de aparências. Coronaro quando soube de suas dificuldades e onde Caroline trabalhava lhe ofereceu uma boa quantia em dinheiro para que lhe indicasse possíveis candidatos a cobaias de seus experimentos. Sabia que ela não recusaria, pois conhecia seu caráter. Caroline, como previsto aceitou sem nenhum escrúpulo e passou a indicar-lhe crianças cujos responsáveis não davam a mínima para o que lhes acontecia, geralmente eram pais alcoólicos ou drogados. Embora não fosse nenhum gênio Caroline notou as mudanças de comportamento nas crianças que mandava para Coronaro. Antes de irem para ele, elas eram cognitivamente medíocres, mas eram como pequenos e destrutivos furacões. Depois de algumas sessões com Coronaro as crianças pareciam ter picos de melhoria cognitiva para logo depois decaírem e voltarem ao que eram antes ou piorarem. Durante o processo, no entanto as crianças se queixavam de fortes dores de cabeça acompanhadas de fraqueza muscular, alteração visual e dificuldade na fala e na coordenação motora, todas deixavam de apresentar os quadros de indisciplina o que para os pais era o suficiente para se mostrarem gratos e voltarem a mergulhar em seus vícios. Caroline, gananciosa, viu ali uma oportunidade de ganhar mais dinheiro.

Sua idéia era confrontá-lo e chantageá-lo, mas ao chegar em seu apartamento e se deparar com Coronaro em um surto de fúria resolveu que aquela não seria uma boa idéia no momento. Ganhar a confiança dele parecia o caminho mais acertado. Ela o acalmou lhe oferecendo bebida e sexo. Em meio a orgia das bebidas e do sexo Caroline conseguiu arrancar mais informações de Coronaro, jamais imaginou que conseguiria pegá-lo em tal estado de vulnerabilidade. A mulher com quem ele estava saindo havia acabado de lhe contar que estava grávida o que desencadeou o surto.

Mais calmo, a idéia que Coronaro lhe expos foi a de obrigar a namorada a abortar, pois jamais quis filhos, mas Caroline lhe fez ver a oportunidade que aquilo lhe daria. Ele teria uma criança a disposição para seus experimentos, poderia usá-la desde a mais tenra idade, catalogar os progressos ele mesmo em vez de confiar nos relatos de bêbados e drogados sem correr muitos riscos de ser descoberto e ainda poderia se vingar da namorada que lhe preparou tal armadilha lhe fazendo ver a criança passar pelos mesmos sintomas que as outras que ele usou. Coronaro que andava de um lado para o outro em frente a cama com uma garrafa de bebida na mão, ouvindo sua sugestão parou e a olhou soltando uma gargalhada.

Como bônus pela idéia, Coronaro lhe contou de onde as drogas estavam vindo. As mesmas drogas que estavam sendo usadas nas crianças haviam sido experimentadas por anos em cobaias geneticamente modificados. No início Caroline achou que Coronaro estava tentando lhe pregar uma peça, mas ele lhe conseguiu um passe para o laboratório onde estava trabalhando e ela viu com seus próprios olhos. Caroline então passou a ajudá-lo nas pesquisas e trabalhos externos, não lhe era permitido ainda ter interação com as cobaias geneticamente modificadas. Ela acompanhou todo o processo com a filha de Coronaro paralelamente buscando ser mais íntima do chefe do laboratório, Dr Carlyle. No dia em que o mundo descobriu sobre as cobaias modificadas ela havia viajado como acompanhante do Dr Carlyle em uma conferência e só depois soube da fuga de Ann Lien e Alissa. Durante os meses seguintes presenciou a mudança gradativa de Coronaro, antes focado em suas pesquisas agora estava obcecado em encontrar a filha e a mulher que dizia terem levado informações importantes.

Uma semana atrás Caroline havia recebido o telefonema de Alissa lhe pedindo ajuda a qual prontamente atendeu passando as informações imediatamente a Coronaro.

E ali se encontrava ela agora acabando de voltar do covil dos leões. Coronaro tinha razão. Eles não desconfiaram de nada e iriam ajudar na busca por Ann Lien.

Corações em CuraOnde histórias criam vida. Descubra agora