Capítulo 29

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Coronaro acorda sentindo um gosto amargo na boca e o odor característico das salas anticépticas as quais costumava usar nas torturas de suas cobaias. Antes de levantar a cabeça ele tenta apalpar as costelas doloridas, porém, encontra seus braços contidos por correias de couro idênticas as quais usava.

"Que merda...!?" Ele balança as mãos e se agita na cadeira percebendo que suas pernas também estavam presas na altura dos tornozelos. Então ele escuta os passos antes de ver um deles entrar. Ele sorriu em seu interior, achavam mesmo que podiam assustá-lo com uma encenação?

"Idiotas!! Ele era mestre em aterrorizar. Nenhum deles se atreveria a torturá-lo!! Não tinham brio para isso! "

Pensava Coronaro em sua arrogância. Podia se dizer que ele até estava rindo da situação. Mal o riso havia se espalhado na sua boca, Dharkness entrou na sala e viu o cara idiota sentado ali, com aquele riso demente e presunçoso na cara, sentiu o cheiro do nojo dele ao olhar o espécie. Soltou a mochila que fez um som pesado ao se chocar no chão, os olhos do humano foram para ela e depois para ele.

— Você é uma peça muito interessante. — Sorriu Dharkness do lado da porta e a fechou. Não passou o trinco, pois sabia que ninguém viria por ele, andou calmamente até ele e pôs a mão no peito, ainda com aquele riso divertido.

— Eu sou Dharkness. — Completou o espécie ainda olhando para ele que agora mostrava irritação. Coronaro o olhou de cima baixo e torceu o nariz enojado. Como ele poderia estar nessa situação, diante de um desses seres inferiores, era o que ele se perguntava não parecia tão assustado, mas bem machucado.

— Não vai arrancar nada de mim seu maldito cachorro. Nesse jogo eu sou absoluto!! —Grita Coronaro esguichando saliva em meio a bravata! Contudo, pela primeira vez na vida, estava suando frio com a possibilidade de enfrentar o que um dia fez suas vitimas enfrentarem. Não havia ali naquele espécie nada que lhe indicasse medo ou compaixão.

-Aí, me ofendeu, sou felino se não sabe. Não tenho nada contra caninos, na verdade meu irmão é um canino, curioso não? — Dharkness sentou na frente dele ainda sorrindo — Bom e cá entre nós, vou confidenciar a você, não estou nem aí para o que você quer falar, eu vou apenas te machucar para meu prazer.

O espécie suspirou arranhando um pouco a mesa com o dedo, mostrando estar despreocupado e até entendido, seus olhos negros estavam focados no humano que observava tudo, e suava, podia sentir nele o medo exalando pelos poros.

— Sabe como é, já temos as provas perfeitas contra você, a garotinha falou muito, parecia aquelas crianças que estão sempre prendendo algo e quando fala, não param mais.
Ele arregalou os olhos e tentou se mover ainda na cadeira, isso provocou um riso genuíno em Dharkness.

— Nós deram uma pasta cheia de coisas legais sobre você. Agora, deixe me explicar, eu estou aqui por que queremos saber das instalações e dos espécies que você roubou e das localizações do que quer que saiba, na verdade queremos tudo que saiba, apenas para essa burocracia. Eu fui especialmente treinado na arte de torturar então... Por toda minha vida, estive sendo treinado, aprimorado para combate, alguns era para a procriação, outros pra drogas, eu. Bom sou capacitado para estar com você aqui.

Ele arregalou os olhos novamente e Dharkness sorriu enormemente. Suas presas apareceram e seus olhos brilharam pela maldade contida. O grande espécie bateu dos dedos na mesa, levantou e foi vasculha a bolsa.

Tirou socos ingleses, e analisou, negou coma cabeça, tirou um conjunto de facas, o troféu de vôlei do Harley e do Moon, tinha uma base de metal ótima para esmagar dedos, e no fim da bolsa tirou um estojo preto que ele abriu algo brilhante, dentro dele refletiu a luz acima da cabeça do Espécie.

— VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO!! EXISTEM LEIS CONTRA TORTURA!!

— Por favor, não grite, isso dói meus ouvidos, bom, na verdade não dói. Escuto muitos gritos quando estou me divertindo com as pessoas, além disso, na ONE, tortura não se chama tortura, e sim interrogatório o que é permitido, mas vamos fingir que estou te perguntando algo.

O imbecil moveu-se na cadeira, sem poder sair dali ela fez um barulho estupido de bater as pernas, Dharkness tirou uma lixa de unha de metal e sorriu. Mostrou a ele, balançando entre os dedos e sentou-se.

— Olha só, eles querem saber onde tem mais dos NE's, o que fez com eles, conte tudo e talvez meu chefe entre aqui e livre para você, até lá, vamos nos divertir, meus amigos disseram que você é duro de queda. Espero que não me decepcione abrindo a boca antes de eu me divertir.

Dharkness levantou-se mais uma vez dando uma volta na mesa, como as mãos do humano estavam presas a cadeira, ele olhou para seus dedos exposto ali, pegou um, mesmo ele querendo fechar a mão, pressionou a ponta da lixa rente a cutícula e ele gritou.

— Cara, você tem uma potência vocal boa. Vamos lá, um agudo – enfiou outra vez a lixa na unha dele, cavando e cavando enquanto ele gritava e se agoniava, o dedo estava bem preso na mão do espécie. A unha já estava pulando fora, e Coronaro não entendia como podia doer tanto algo tão pequeno.

— KENTUCK!!!!! TEM UMA INSTALAÇÃO EM KENTUCK! PORRA!

— Merda Homem, eu nem comecei. Vou fingir que você não disse isso, ainda tenho mais nove dedos. Aliás eu não acredito nisso. Ok, vamos de novo. Isso vai ser divertido.

Corações em CuraOnde histórias criam vida. Descubra agora