Capítulo 6

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Pela manhã, Vengeance abre os olhos ao sentir a claridade do sol bater em seu rosto e mexe a cabeça sentindo o pescoço estalar pelo mau jeito em que dormiu. "Por que raios estava dormindo daquele jeito?" ele levanta o corpo e seus olhos miram o sofá, isso o faz lembrar do que aconteceu na noite anterior, mas antes que tome qualquer atitude um forte rugido vindo do exterior da cabana o faz saltar em direção a porta. Ao sair se depara com a menininha sentada no primeiro degrau da escada com os cotovelos nos joelhos e as mãos apoiando o queixo. O dono do rugido aparece entre as folhagens, Vengeance o reconhece. Era o espécie que havia atacado a fêmea pela qual lutou com Tiger. Pelo que sabia ele ainda estava tão instável quanto no dia em que atacou Zandy com seu filhote e Creek. Ele ainda não tinha escolhido um nome. O olhar que ele da para a menina não é muito amigável.

– O que faz aqui!?!? Este território não lhe pertence!! – Vengeance rosna se pondo em posição de defesa na frente da menininha. Ela não se mexe, parecia não ter medo do macho espécie que estava na frente dela e de Vengeance arreganhado os lábios e com olhar assassino. Na verdade parecia fascinada.

– Senti o cheiro do humano e o segui até aqui. Nenhum deles deveria vir aqui!! – As palavras do espécie sem nome saem truncadas com os altos rosnados. Ele dá mais alguns passos em direção a casa. Seu corpo tenso se curva, os joelhos se flexionam... Ele ia atacar. Em uma fração de segundos ele se põe em movimento quase os alcançando. Vengeance ruge se preparando para bloqueá-lo, mas é impedido por Rout que veio do canto externo da casa. Rout intercepta o Espécie sem nome.

Os dois caem em um emaranhado de corpos, rolando entre socos, grunhidos e rosnados. O espécie sem nome ainda não parecia estar em forma, mas estava dando trabalho. Rout consegue se levantar depois de dar um soco no peito do espécie sem nome, mas o outro também se levanta atacando novamente, Rout é mais rápido e o domina ao dar uma finta para o lado e pegá-lo pelo pescoço cravando-o no chão.

Vengeance que estava com o corpo tenso e vigiando a luta, para o caso do espécie vencer Rout, nota que a menininha se aproximou dele e se agarrou em suas pernas, ele olha para baixo e a encontra encarando-o com os olhos assustados. Abaixando-se ele a pega no colo. O coraçãozinho da menina estava acelerado, Vengeance a põe sentada na escada novamente. Olhando em seus olhos ele lhe fala tentando tranqüilizá-la.

– Fique aqui pequena, não vamos deixar que ninguém te machuque. Nem mesmo um dos nossos.

A menina parece ter entendido e assente com a cabeça se soltando de Vengeance que vai até onde Rout e o espécie sem nome ainda estão no chão rosnando e grunhindo. Vengeance ajuda Rout a segurar o espécie sem nome. Aproximando a boca da orelha do outro ele lhe adverte entre baixos rosnados

– Vamos soltá-lo, mas antes lhe aviso, não tente tocar a criança. Não há honra em machucar alguém mais fraco e ela é só uma coisinha de nada que não lhe fará mal.

O corpo do espécie esta fremente pela luta e ele ainda se contorce tentando se soltar dos dois machos alojados em cima dele. Quando percebe que não conseguirá, balança a cabeça em sinal de rendição. O espécie sem nome encara Vengeance e em um misto de raiva e descrença questiona.

– Porque estão ajudando o humano que nos aprisionava? – Vengeance não entende a pergunta. – Porque!! – rosna o espécie zangado.

– Do que está falado? Essa humana nunca nos aprisionou. É só uma criança ainda! – Vengeance sente o corpo do espécie voltar a se agitar para se soltar e se vira ao sentir a aproximação da menina. O espécie sem nome ruge estrondosamente, mas mesmo assim a menina não recua.

Rout se vira para ela. – Não se aproxime pequena humana. Ele não está bem!!

– Ela está impregnada com o cheiro fétido dele!! – Rosna o espécie sem nome, enlouquecido.

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