Capítulo 30

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Tiger se dirigiu para perto do vidro especial da sala de interrogatório, cruzou os braços na frente do tórax e rosnou de raiva e frustração. O humano não estava colaborando, mas logo iria. Coronaro nunca iria esquecer esses momentos com Dharkness. Eles precisavam das informações que os levariam direto ao outros NE's presos. Sentindo o cheiro de Torrent, sem se virar, ele o questionou:

— A mãe da criança acordou?

— Não Tiger, e os médicos estão preocupados com sua condição. Ela foi muito maltratada.

Grunhindo, ele caminhou até a mesa e folheou a pasta cheia de informações das experiências e torturas que Coronaro realizou nos espécies. Eles tinham quase tudo nela, menos a localização de onde estavam. Do nada, um som horripilante, cheio de dor se propaga pelo ambiente, um grito vindo da sala de interrogatório. Tiger olhou nessa direção e viu o humano se retorcendo na cadeira. Um sorriso sombrio se espalhou por seu rosto. "Logo. Logo teremos o que precisamos. "

— E a criança? Está bem?

— Sim, um pouco assustada, mas bem.

— Bom — falou sem tirar os olhos da cena à sua frente — Ela falou algo que possa nos ajudar?

— Sim. Ela contou sobre um telefonema que escutou do pai, e nos deu um endereço. Ela estava um pouco confusa, mas passei o endereço para Book verificar.

— Certo. Então iremos... — Tiger é interrompido por um alto grito, mais intenso que o anterior. Ele se virou e ficou satisfeito ao ver o medo nos olhos do humano. Seu aspecto era péssimo, suas roupas estão rasgadas, seu ombro voltou a sangrar no local da mordida do espécie sem nome e seu rosto esta contorcido de dor.

Do nada, Coronaro soltou o endereço de um local — Kentuck. Rapidamente Tiger anotou o local e passou para Torrent.

— Peça para Book fazer uma verificação rápida antes de irmos, e compare com o endereço dado pela criança.

Torrent rapidamente saiu da sala e Tiger, antes de sair para organizar tudo, olhou uma última vez através do vidro. "Sofra humano imprestável". Riu com satisfação.

Torrent correu para a sala de comando e entregou o endereço a Book, explicando o que deveria ser feito. O macho não perdeu tempo e fez uma descoberta interessante.

— Torrent! Os dois endereços batem, é o mesmo local, uma clínica pequena a poucos quilômetros daqui.

Tiger entrou na sala de comando bem a tempo de ouvir o que Book descobriu. Sem perder tempo fez os arranjos:

— Torrent, organize os machos, o transporte e vamos levar algumas armas tranquilizantes, não sabemos como estarão os espécies que encontraremos.

Saindo da sala e conversando com Torrent sobre a missão, Tiger viu o espécie sem nome encostado na parede. Ele não esqueceu o episódio acontecido com sua fêmea. Rosnando e apertando os punhos ao lado do corpo, tentando se controlar, questionou o macho:
— O que você quer?

O espécie sem nome olhou para Tiger, e sem jeito, abaixou a cabeça, colocou as mãos no bolso e mexeu os pés inquieto.

— Tiger, queria pedir desculpas pelo que aconteceu com sua fêmea. O que fiz não foi certo. Mas tenho aprendido a me controlar melhor.

Tiger arregalou os olhos surpreendido pelo macho a sua frente, mas logo se recompôs. Relaxando às mãos, estendeu uma para o macho e viu a surpresa em seu rosto.

— Aceito suas desculpas. Sei como é difícil essa fase de adaptação depois que somos libertados, só precisa de tempo para se acostumar. Vá a minha casa depois, e poderemos conversar mais sobre isso, mas agora, tenho que ir verificar as informações que tiramos do Coronaro.

O espécie sem nome rosnou, seu corpo todo se retesou ao ao ouvir o nome do humano. Olhando para Tiger pediu:

— Me deixe ir junto! Meu par está lá! Eu preciso ajudá-lo!

Tiger sentiu um peso no peito, pois sabia que não seria possível levá-lo, o macho ainda era muito instável.

— Não posso permitir isso. Me desculpe, mas prometo que vou trazer seu irmão de volta.

Tiger não esperou por uma resposta. Apertou o ombro do macho e passou por ele. Andou rapidamente pelo corredor, ouvindo atrás de si, um urro de dor e raiva vindo do espécie se nome. Se dirigindo ao Slash falou:

— Quero que fique de olho no macho sem nome. Ele pode tentar vir atrás de nós.

Slash balançou a cabeça confirmando e olhou para o macho no corredor, que neste momento, batia com os punhos na parede rosnando.

Torrent olhou para a clínica à frente. Parecia normal, um disfarce perfeito. A movimentação dentro do prédio era pouca, várias luzes estavam acessas, anunciado o início da noite. Na sua visão periférica, observou Tiger analisar o entorno.

— Ok, não temos tempo para estratégias complicadas, seremos rápidos e silenciosos. Alguns irão pelos fundos e o resto comigo pela frente. Tentem não matar os humanos, podemos usá-los para achar outros locais como esse. Usem as armas tranquilizantes primeiro, se necessário as letais. Em suas posições e vamos.

Movendo-se rapidamente, um grupo foi em direção a parte de trás do prédio, usando os becos escuros para encobrir seu deslocamento. Recebendo a confirmação de que estavam em posição, Tiger, Torrent e os outros membros da equipe avançaram rapidamente para a entrada da clínica invadindo o recinto.

Assim que entraram, Tiger e Torrent neutralizaram dois guardas com os tranquilizantes. Um caos se instalou entre os humanos da recepção. Rugindo alto Tiger se posicionou no meio da sala.

— Parados! No chão agora! Somos da ONE! Abaixem-se e ponham as mãos na cabeça. Agora!

Assustados pelo rugido, os humanos se jogaram no chão e fizeram o que lhes foi ordenado.
— Algemem todos e vasculhem o prédio – olhando para os humanos no chão rosnou — Quem é o responsável pelo local?

Um humano levantou do chão, arrumou suas roupas e olhou com nojo para ele.
— Sou eu, doutor Charles. Vocês não podem entrar assim aqui e fazer isso! Vou chamar a polícia e mandar prender todos! — Sorriu com escárnio o humano.

Tiger riu interiormente e andou com passos predatórios até ficar na frente do doutor.

— Sabe quem somos?

— Sim sei! Animais! E não têm nenhum direito de invadir minha clínica!
Tiger grunhindo de raiva, pegou o humano almofadinha pelo pescoço, o levantou até ficar no mesmo nível de seus olhos e mostrou as presas.

— Temos todo o direito. Recebemos uma informação do seu amigo Coronaro, de que tem 10 NE's sendo mantidos aqui. E você! — Sacudiu o humano como uma boneca de pano — Você vai nos mostrar onde eles estão!

Torcendo o nariz pelo cheiro de urina vindo do humano, o macho olhou para o a cosa presa em suas mãos e gostou do que viu, medo, muito medo. Satisfeito, jogou o macho para Torrent segurar e o encarou.

— Ele vai nos mostrar onde os outros estão não vai humano? — Tiger sorriu mostrando as presas e estalou os dedos. O humano rapidamente balançou a cabeça e apontou para uma porta com a placa Sala de Segurança escrita nela.
Torrent empurrou o doutor à frente e esperou ele abrir a porta. Com cuidado entrou e analisou a sala, e o que viu o deixou angustiado. Eram várias telas e em todas elas aparecia espécies dentro de jaulas.

— Tiger, você precisa ver isso!


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Corações em CuraOnde histórias criam vida. Descubra agora