Capítulo 17

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NA CABANA

Alissa sente que Ann tocou o chão e a solta. Quando se prepara para passar pela janela a lâmpada do quarto se acende e ela se volta assustada. O que vê lhe deixa atordoada, mas antes que realmente reaja ouve um estampido e sente a ardência no ombro. Ela se vira novamente para a janela e grita para Ann correr. A visão do terror nos olhos de sua filhinha faz seu coração se afundar. Pressionando o ombro com uma das mãos Alissa sente o sangue empapar-lhe a camisa, mas se vira para enfrentar quem um dia confiou cegamente.

— Vadia! Tinha que dificultar minha vida ainda mais? — Caroline grita furiosa — Por sua culpa e daquela fedelha Coronaro não se concentra mais nas pesquisas e tem estado em surto achando que o estão perseguindo! Vamos!! Saia de perto dessa janela antes que eu decida não esperar por ele para dar um fim em você. — Diz Caroline balançando a arma.

Alissa se afasta o mais devagar possível ganhando tempo para Ann sair totalmente de vista. Não podia acreditar que tinha se enganado tanto em relação a Caroline.

— Merda!! — Pragueja Caroline estapeando a borda da janela. — Agora teremos que sair para procurar a pestinha nessa maldita floresta! — Soltando uma gargalhada continua. – Ou talvez não! Não seria interessante se algum animal nos poupasse o trabalho?

Enquanto Caroline esta distraída Alissa avança de costas em direção a porta. Se conseguisse chegar até lá teria chances de sair. "Só mais um pouco" Pensa dando mais um passo já no limiar da porta. "Só mais um pou..." Ela bate em um peito sólido. — Aonde pensa que está indo? — Alissa ouve bem perto de sua orelha antes de estremecer, gritar e desmaiar de dor ao sentir a mão de Coronaro apertar seu ferimento com crueldade.

— Você deixou Ann fugir!! — Grita Coronaro, sem dar importância a Alissa desmaiada a seus pés.

— Não tente me culpar por isso. Aparentemente você quem deixou essa estúpida te enganar! E Ann Lien é apenas uma garotinha idiota perdida no mato. — Caroline revida ainda balançando a arma. — Duvido que dure muito.

Coronaro soca a parede e se dirige a saída pegando uma lanterna no caminho. – Faça um curativo nela antes que sangre até a morte. Preciso ter certeza que elas não contaram a ninguém o que fiz. Vou atrás de Ann.

Algum tempo depois Coronaro volta mais irritado ainda. Não havia encontrado Ann. Alissa já estava amarrada e amordaçada num canto do quarto. — Lhe injetei uma dose de sedativo. – Caroline anuncia sorvendo um gole de gim. — Daqui a pouco acorda. E a peste?

— Não há encontrei. — Coronaro responde se servindo de uma dose. Ele solta uma gargalhada. — Eu estava pensando enquanto a procurava, não seria irônico se colocássemos os próprios NE's para procurar aquela que pode saber onde alguns dos deles ainda estão presos?

Caroline já não sabia até que ponto Coronaro estava são, mas ainda precisava dele como ponte aos resultados das pesquisas cognitivas que lhe dariam passe livre no laboratório do Doutor Carlyle. Queria participar das pesquisas com os espécies que ainda estavam com ele, mas seu principal objetivo eram os lucros. Aquelas duas e o próprio Coronaro poderiam atrapalhar seus planos.

— E se ela falar com eles...? — Caroline inicia não acreditando no que ouviu, mas é interrompida por Coronaro.

– Você mesmo disse que Alissa lhe confidenciou que Ann estava sem falar desde que fugiram! Esse era um dos sintomas decorrentes da droga experimental, ela foi mais exposta que as outras cobaias. Pode ser que seja um estado permanente.

– Sim, mas...

– Já está decidido. Os NE's tem ajudado a policia local em resgates. Você fará com que eles a procurem. – Coronaro a corta e com mais uma gargalhada se retira do quarto.

Corações em CuraOnde histórias criam vida. Descubra agora