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14:47PM, South Korea.

— O que você fez com Changkyun, Kihyun? — Minhyuk brincou. Kihyun terminou de secar as xícaras.

— Eu não fiz nada, Minhyuk.

— Desde que vocês chegaram, ele não saiu da sala.

— Isso se chama trabalhar, Minhyuk.

Minhyuk rolou os olhos, apanhou o cardápio e deu-o ao cliente que chegara.
O garoto de cabelo vinho atravessou a porta de vidro e aproximou-se do balcão.

— Kihyun, Chang está? — que tom calmo e doce foi esse?, Kihyun pensou. Limpou a garganta e assentiu. Kihyun abriu a boca para indagar o nome dele, porém o garoto do cabelo vinho foi mais rápido.

— Wonho — Kihyun fechou a boca, assentiu e o observou subir a escada pulando um ou dois degraus. Minhyuk deu uma risada baixa e pediu a Kihyun um capuccino.

Kihyun serviu o cliente e sorriu em seguida. Wonho passou veloz e furiosamente por Kihyun e Minhyuk. Changkyun aproximou-se pouco depois do centro da sala.

— O que você disse a ele? — Minhyuk indagou. Kihyun ficou seu olhar nas costas de Changkyun.

— Disse que ele não devia deixar Hyungwon sair da vida dele assim.

"England, 1778.

Wonho cansara-se da vida boêmia. Bebia toda noite, e acordava bebendo Whisky. As empregadas da mansão já não o satisfaziam mais, e após a morte da mãe, Wonho não tinha rumo.
O pai estava sempre ausente, e o irmão mais novo estudava na Espanha. Em menos de dois anos, a família se mudaria novamente. Wonho escolheria para onde iriam. Dessa vez, ele queria conhecer o Oriente: o lugar de onde seu pai o retirou ao nascer. Wonho nunca perguntou o motivo, já que seu pai mudaria o sentido e fato das coisas.
Foi em uma tarde de setembro que Wonho mandou uma carta ao irmão mais novo, dizendo para que viajasse de navio até o Oriente. O pai, incialmente, odiou a ideia. Com o jogar dos dados, o pai consentiu a nova mudança.
Wonho tinha seis empregadas a seu dispor, e o chef da Itália na palma de sua mão. Nada faltava, e se faltasse, ele mandava o responsável para a guilhotina.
Um dos melhores alfaiates da Europa o visitou, trazendo seu novo terno.

Nos mudaremos, Tom.

Outra vez, Shin?

— Vamos evitar esse sobrenome.

Wonho abandonou o nome Shin Hoseok há doze anos. Agora vivia como Wonho. Simples e efetivo. Tom pediu desculpas por chamá-lo de Shin, e Wonho sorriu para ele.

Wonho — o pai o chamou. Ele o olhou — o navio parte daqui a pouco. Suas coisas estão prontas? — Wonho assentiu — vá ver se Tessa preparou as carruagens.

Wonho levantou-se da cadeira, pediu licença ao alfaiate e cortou o enorme salão com seu silêncio. Tessa estava no estábulo, alimentando os cavalos.

Tessa — a chamou. Ela o olhou: tão pálida quanto se lembrava — as carruagens estão prontas? — ela apontou para a esquerda.

Não me cobre trabalho, Wonho. Eu o faço, diferente de você.

Ele riu e respirou fundo.

Virá conosco, Tessa?

Vou ficar. Minha irmã está doente, não posso abandoná-la.

Wonho assentiu.

[...]

South Korea, 1779.

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