South Korea, 09:48AM.
— Vocês estão péssimos — Hyungwon disse ao descer a escada, acompanhado de Wonho — o que aconteceu noite passada?
— Vocês não estavam no Traveler?
— Demos uma saída depois do almoço e voltamos pela madrugada — Wonho olhou para Changkyun, que estava cabisbaixo.
— M-Minha mãe está viva.
Os olhos de Hyungwon se arregalaram.
— Pensei que Bambam a tivesse matado — murmurou.
— Ela veio aqui ontem, junto com Jinyoung e Jaebum.
— Ela está do lado deles? — Wonho exclamou.
— Provavelmente estão armando alguma coisa — Jooheon murmurou. Kihyun acariciou as costas de Changkyun e o deu um sorriso sem mostrar os dentes.
— Estão querendo que você lute com ela, Changkyun — Hyungwon disse — é isso que eles querem.
— Ele não vai matar a própria mãe! — Kihyun gritou ao se levantar da cadeira.
— Então eu a mato — Hyungwon disse entredentes.
— Hyungwon — Jooheon o chamou em tom de aviso. Wonho puxou o mais alto pelo pulso e o arrastou para fora do Traveler.
Jooheon olhou para a escada, na esperança de que Minhyuk estivesse melhor e descesse rápido. O de fios azuis, por outro lado, não o fez.
— Como está Minhyuk? — Kihyun indagou suavemente — eu o ouvi chorar pela noite.
— Vou ver agora — Jooheon disse ao subir os degraus de vidro. Caminhou até o quarto dele e hesitou ao abrir a porta. Respirou fundo e girou a maçaneta. Seu coração disparou ao ver o estado do quarto: as cortinas rasgadas, a janela escancarada, a cama totalmente bagunçada e alguns respingos de sangue no tapete. Jooheon correu até a janela e olhou para os dois lados, para ver se Minhyuk ainda estava por perto. Tudo o que viu, contudo, foram carros passando lentamente pela rua e as folhas das árvores sendo arrancadas pelo vento gélido.
Jooheon engoliu em seco. Foi para seu quarto, apanhou um moletom e desceu a escada enquanto o vestia.
Atravessou o primeiro andar do Traveler e Kihyun o olhou.— Jooheon, aonde vai?
— Minhyuk sumiu — o coração de Kihyun disparou — provavelmente está na floresta. Fique aqui com Changkyun, eu vou procurar por Minhyuk — empurrou a larga porta de vidro e correu para o lado direito, sempre olhando para todos os lados e atento a qualquer movimento brusco de Minhyuk que pudesse ser audível em um raio de vinte metros.
— Eu vou acompanhar Jooheon — Mark disse ao pular do quinto degrau — Youngjae está lá em cima, observando tudo.
Kihyun assentiu.
— Cuide dele, Mark — o de fios negros pediu e sorriu em seguida.
— Se cuide também — Mark disse e sorriu de volta. Empurrou a porta e olhou para os lados; avistou o corpo de Jooheon se mover. O seguiu lentamente, sem perder o foco.
Jooheon virou à esquerda e Mark logo soube para onde ele estava indo: a floresta à beira da cidade. Jooheon parece desesperado, Mark pensou e apertou o passo.
Logo, estavam longe da civilização. E foi quando Jooheon aumentou a velocidade de seu andar. Mark se esforçou para não o perder de vista, e assim que Jooheon entrou na floresta, Mark o gritou.— O que faz aqui?
— Vim ajudar — Mark molhou os lábios — é perigoso sair por aí sozinho, mesmo que você seja forte.
— Obrigado — Jooheon controlou a respiração irregular — sinto a presença de Minhyuk por aquele lado.
— Então vamos — Mark disse e ambos começaram a correr. À medida em que vasculhavam cada canto da floresta, Jooheon via um pouco de sangue nos cascos da árvore. Minhyuk, o que diabos aconteceu com você?, Jooheon murmurou para si.
Ouviu um exclamar fino e parou de correr. Mark também parou e, do outro lado da floresta, o olhou e assentiu.
Giraram os calcanhares na direção oposta e logo Jooheon avistou Minhyuk: estava escorado à árvore, com o vão de suas costelas ensanguentado. Sua cabeça estava levemente inclinada para cima, e suas íris, avermelhadas e sedentas.— Minhyuk! — Jooheon deslizou pela terra seca ao se aproximar de Minhyuk — o que aconteceu com você? — indagou ao vê-lo machucado. O de fios azuis deu uma risada ladina e olhou para Mark, que acenou para ele.
— Eu perdi o controle pela noite — murmurou — queria beber sangue — grunhiu ao se ajeitar — não queria atacar ninguém, então corri para cá.
— Não precisava se machucar — Jooheon disse — você não devia ter bebido. Isso abriu seu apetite.
— Será que Chang vai me colocar no subsolo? — Minhyuk riu baixinho e Jooheon acabou por sorrir.
— Vamos voltar — Jooheon o pegou no colo — tem sangue no congelador, você pode beber um pouco.
Minhyuk aconchegou sua cabeça na curva do pescoço pálido de Jooheon. Mark observou os lados, de forma a averiguar se havia alguém por perto.
— Vamos nos apressar e ir embora — Mark ditou.
— Por quê? — Jooheon perguntou.
— Porque aqui é meu território, criança — a voz de Jinyoung veio do norte, e Mark logo o impediu de atacar Jooheon pelas costas: segurou seu pulso e o apertou — vai nos trair, Mark?
As íris de Mark tomaram uma cor azul clara. Jinyoung sorriu.
— Vá para o Traveler, Jooheon — Mark disse — cuide de Minhyuk. Em breve estarei lá.
— S-Suas íris... — Jooheon murmurou.
— Vá logo! — Mark gritou e Jooheon tratou de correr com Minhyuk em seu colo. Em questão de segundos, já não era possível vê-los.
— Eles não sabem o motivo de suas íris serem azuis? — Jinyoung riu desdenhoso — agora você terá que explicar tudo para eles quando voltar, lobinho.
[ ❄️ .*+ ]
alguém suspeitava do Mark? hehe
![](https://img.wattpad.com/cover/132109137-288-k628922.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
REISENDER 「 Changki, 2Won 」
FanfictionOnde Kihyun é um cidadão do Norte que atravessou a fronteira entre as duas Coréias, e Changkyun é seu salvador - esse que esconde um passado sangrento preenchido por dentes pontiagudos. 1ª revisão: 07/01/2019. Capa feita pela leitora mais linda do s...