#14

1K 150 178
                                    

South Korea, 16 years later.

Minhyuk era muito rápido. Jooheon mal o conseguia acompanhar.

— Você é muito devagar, hyung! — Minhyuk exclamou ao ziguezaguear as árvores em volta do lago.

Jooheon acompanhou-o, logo atrás. Minhyuk cansou-se e sentou-se no chão terroso.

— Você vai perder essa vitalidade caso não beba sangue direito.

Minhyuk suspirou.
Ficou belo com o tempo.
Kihyun, ao lembrar-se que o aniversário de Minhyuk, deixou que Jooheon o transformasse. Além disso, deixou que o filho fizesse o que queria há tanto tempo: tingir o cabelo de loiro.
Um loiro não tão claro, mas também não tão escuro.

— Esse poder é ótimo — Minhyuk disse enquanto observava os galhos das árvores tamparem os raios de sol.

— Devemos voltar logo, Minnie — Jooheon falou ao se sentar em um toco de madeira.

— Papai pediu para que você me levasse antes do escurecer — Minhyuk disse emburrado — o sol ainda está escancarado.

Jooheon suspirou. Changkyun o mataria caso chegassem muito tarde.

— Temos tempo ainda, hyung — Minhyuk levantou-se e andou até Jooheon. Agachou-se e tocou sua bochecha; o achava tão fofinho — é bom que terei tempo para te diz... — foi interrompido pelos lábios de Jooheon contra os seus.

Jooheon o ergueu para que se sentasse em seu colo, e assim o mais novo o fez; pediu passagem com a língua, e foi recebido de bom grado pelo Lim.
Um calor percorria o corpo de ambos, e a sensação a cada chocar das línguas era diferente.
Assim que o ar faltou, Minhyuk encarou Jooheon por longos minutos antes de o beijar novamente.

— O que você queria me dizer, Minnie? — indagou Jooheon. Minhyuk negou com a cabeça múltiplas vezes.

— Não era nada — sussurrou, ainda de olhos fechados. Minhyuk estava vulneral, e os lábios inchados e vermelhinhos seduziam Jooheon de forma absurda.

— Posso continuar a te beijar? — Jooheon perguntou um pouco mais baixo, com medo de que alguém os ouvisse.

— Pelo o tempo que você quiser — respondeu Minhyuk, ao abrir os olhos e sorriu.

Ambos ouviram algo se mexer na floresta e Minhyuk imediatamente levantou-se do colo do maior, que o pôs atrás de si.
A tensão acabou quando o pequeno Chae apareceu de trás de uma árvore gritando que contaria para Kihyun que o filho havia beijado.
Minhyuk correu atrás do garoto e soube que seu pai o mataria assim que atravessasse o hall.

— Kihyun — o filho de Chae sentou-se na cadeira e sorriu assim que Minhyuk aproximou-se — você não vai acreditar.

— O quê? — Kihyun parou de lavar a louça e os olhou — Minhyuk, por quê você está com cara de quem aprontou?

Minhyuk coçou a nuca.
Jooheon apareceu alguns segundos depois, tão desconcertado quanto Minhyuk. E foi apenas com essa cena que Kihyun entendeu tudo. Changkyun tratou de segurar o amado e retirou a faca de sua mão.

— Você fez alguma coisa com meu filho, Jooheon? — Kihyun indagou alto.

— Eu o beijei.

O queixo de Kihyun foi ao chão e o pequeno Chae correu para o colo do pai.

— Youngjae, o que você fez? — Hyungwon perguntou ao filho em um tom sussurrado. Wonho os observou e sorriu.

— Nada, pai — disse inocente e abraçou-o.

O fato era que após uns seis anos, Hyungwon achou que estava na hora de adotar uma criança — Changkyun o provocava dizendo que tinha um filho, e ele não. Claro, Hyungwon não deixaria barato. Então, adotou uma criança.
Assim que o viu, Wonho lembrou-se de Youngjae, então o deram esse nome.
O problema veio depois: Minhyuk e Youngjae são como gato e rato; Youngjae é apenas dois anos mais novo, e Minhyuk adora tirar proveito disso.
Talvez isso explique o motivo da "vingança" de Youngjae: foi o troco por todos esses anos.

— Ah, só isso? — Kihyun voltou ao normal bem rápido.

— Você não vai brigar, pai? — Minhyuk indagou, meio receoso. Kihyun sorriu.

— Claro que não — afagou o cabelo do filho.

Changkyun puxou Jooheon pela gola da camisa pelo hall e disse:

— Quem vai fazer isso sou eu — Lim sorriu sádico e o arrastou até o lado de fora.

— Em minha defesa, eu n... — Jooheon começou e foi interrompido por um Changkyun o abraçando.

Jooheon não entendeu merda nenhuma, apenas retribuiu o abraço.

— Cuide bem do meu filho — sussurrou.

Changkyun afastou-se e o deu uma piscadela.

— Agora volte e faça de conta que eu briguei feio com você — Changkyun falou e Jooheon assentiu, meio perdido nos acontecimentos.

Changkyun teve de controlar-se para não rir enquanto Minhyuk falava que os sentimentos eram só dos dois, e que o pai não tinha nada a ver com isso. Até que o de fios de mel não se segurou e gargalhou: Minhyuk o estapeou até que suas mãos ardessem.

[...]

— Estranhei você não estar no quarto — disse Changkyun ao se aproximar e se sentou ao lado de Kihyun. Abraçou-o pela cintura e beijou sua bochecha.

— Dezesseis anos passam muito rápido para um vampiro.

Changkyun concordou.

— Minhyuk cresceu bem rápido — o de fios de mel falou e Kihyun sorriu — você está feliz comigo, amor?

Kihyun estremeceu quando ouviu o apelido e o olhou. Seus orbes fixaram-se nos lábios de Changkyun e Kihyun aproximou-se para o beijar.
Um beijo calmo, como se fosse a primeira vez de ambos.

— Claro que sim — respondeu Kihyun.

O vento brincava com seus fios, mas não estava tão frio: o sol se punha e aquecia seus corpos diante da brisa.
E aquilo estava muito confortável.
Afinal, Changkyun tinha Kihyun.
E Kihyun tinha Changkyun.

Para sempre.

REISENDER 「 Changki, 2Won 」Onde histórias criam vida. Descubra agora