#11

1.6K 243 171
                                    

15:32PM, South Korea.

— Está com cara de quem chorou a noite toda, rosado — Mark dissera enquanto mexia a colher de madeira na panela, tomando cuidado para que o chocolate não grudasse nos cantos — o que houve com sua mão?

— Ah — olhou para sua mão — eu machuquei enquanto pegava os cacos de vidro no café.

— Você trabalha em um café? — Mark indagou surpreso — e ainda quis trabalhar aqui?

— Eu quero aprender a fazer doces — Kihyun o corrigiu, com as bochechas infladas. Era o que fazia quando estava com vergonha ou com raiva, além de bater o pé no chão. Mark riu com o ato infantil e entregou um pedaço da barra de chocolate para Kihyun, que o encarou.

— É bom para tirar o mau humor — Kihyun riu baixinho antes de pegar o pedaço de chocolate e colocá-lo na boca — depois que você terminar de fazer a calda do bolo, é só jogar por cima — Mark despejou o caldo quente por cima do bolo com tanta precisão que Kihyun assustou. Se fosse com ele, parte da calda de chocolate teria voado para longe — e espere esfriar para comer — Kihyun assentiu — o que quer aprender a fazer amanhã?

— O melhor doce do mundo — Kihyun sorriu e Mark respirou fundo. O de fios vermelhos cruzou os braços e pensou qual doce seria o melhor do mundo.

— Farei um doce que combine com você — disse com um sorriso em seus lábios.

— E qual seria? — Kihyun indagou animado.

— Estou indeciso entre mousse de morango e torta de morango — Mark coçou o queixo e olhou para Kihyun — podemos aprender a fazer os dois.

Kihyun riu baixinho e assentiu.

— É melhor eu ir — Kihyun disse ao aproximar-se do vidro — parece que vai chover — pôs o rosto na vitrine da loja e encarou o céu. Uma mulher que passava com sua filha assustou-se e Mark riu.

— Você tem que parar com isso — Kihyun o olhou — até amanhã, Kihyun.

Kihyun assentiu antes de acenar e deixar a loja.
Mark era uma pessoa atenciosa e paciente, o completo oposto de Minhyuk — esse que tinha como sobrenome "paciência" e nome "sem".
Kihyun pôs as mãos nos bolsos do casaco e olhou novamente para o céu nublado. Respirou fundo e quase esbarrou em um homem de meia-idade, se não fosse por um tropeço na calçada antes de colidir com o homem.
Ele amaldiçoou a calçada eu e voltou a andar.
Kihyun então se sentiu ser seguido. Engoliu em seco. Não ousou olhar para trás ou atravessar a rua. Apenas apertou o passo e depois decidiu correr.
Dobrou a esquina e, dessa vez, olhou para trás: dois homens trajados de preto o perseguiam. Devia voltar ao Traveler o mais rápido possível. Voltou a olhar para frente, sendo surpreendido por uma porta de arame ao fim do beco. Escalou-a e pulou de seu topo, colidindo com o chão. Demorou alguns segundos para que levantasse-se e acostumasse-se com a latência de sua mão machucada. Contorceu os lábios e voltou a correr. Virou a esquina novamente: faltavam duas quadras para que chegasse ao café. À medida que corria, esbarrava em um ou outro, e pedia desculpas após passar.
Kihyun foi surpreendido quando o sinal para os pedestres fechou assim que chegou ao pé da calçada. Olhou para trás e depois voltou sua atenção para os carros que passavam. O movimento dos carros esvaiu-se, porém o sinal de pedestres ainda estava vermelho. Kihyun preferia arriscar a travessia a ser pego e obrigado a voltar para o Norte.
O de fios rosados correu pela faixa e ouviu o buzinar de um carro cinza que virava naquela direção. Kihyun o olhou e, em questão de segundos, colidiu com o metal. Ele rolou pelo asfalto até uma distância um pouco longe do veículo. Sentiu sangue escorrer de sua cabeça e atrapalhar sua visão. Ergueu um pouco a cabeça, para olhar os homens que o seguiam: já não mais estavam ali.

REISENDER 「 Changki, 2Won 」Onde histórias criam vida. Descubra agora