#11

780 142 27
                                    

— Eu não vou deixar isso acontecer. Kihyun não vai desligar as emoções dele!

— Changkyun, eu sei que você o ama, mas não pode deixar ele ser um cadáver ambulante que te obedece.

Minhyuk suspirou.

— Como um vampiro desliga as emoções? Eu nunca ouvi falar disso — os olhos de Changkyun arregalaram-se.

— Você está realmente cogitando essa possibilidade? — indagou entredentes ao puxá-lo pela gola da camisa. Minhyuk retirou sua mão do tecido e olhou para Lisa.

— Kihyun tem que sofrer uma grande perda — Lisa disse — algo que doa tanto, que faça ele querer parar de sentir.

— Kihyun perdeu a família, o melhor amigo, e uma família que o acolheu — Changkyun disse — se ele ainda não desligou as emoções, não vai ser agora que ele vai desligar.

— Ele não era vampiro quando isso aconteceu. Ou era?

Changkyun suspirou.

— Eu não quero que ele pare de me amar, Lisa — o de fios de mel disse — apenas me responda: você vai nos ajudar ou não?

— Ajudo — ela andou até Changkyun e tocou seu ombro — pense nisso que eu disse. Kihyun já não deve ter muito tempo.

Changkyun assentiu e acenou com a cabeça para Minhyuk, para que deixassem o bar.
Minhyuk o seguiu.

— Chang... — sussurrou.

— Não fale disso com ninguém — Changkyun ditou — nada vai acontecer com Kihyun.

Minhyuk sorriu fraco e o acompanhou até o carro.

[...]

— E então? Como foi? — Kihyun indagou quando viu Changkyun.

— Ela vai nos ajudar.

— Agora temos mais uma vantagem — Jooheon disse — Hyungwon, Wonho e Mark foram pegar as ervas celtas que pedi. Voltarão pela tarde.

— E Youngjae?

— Está lendo em seu quarto — Changkyun assentiu — Minhyuk, vamos ajeitar as cadeiras. Os clientes começam a chegar daqui a pouco.

O de fios azuis assentiu, com certa hesitação.

— Kihyun, venha comigo — Changkyun murmurou e começou a subir a escada. Kihyun apenas assentiu, e o seguiu silenciosamente.

Changkyun abriu a porta do quarto e deu passagem para Kihyun, que adentrou o quarto. Assim que se virou para Changkyun, o viu com uma expressão triste.

— Chang, o que houve? — sua pergunta saiu como um sussurro. Changkyun andou até ele e apoiou sua cabeça no ombro do outro. Deixou a primeira lágrima cair.

— Você vai me amar para sempre, Kihyun?

— Chang, que pergunta é essa? — Kihyun ergueu o rosto do de fios de mel — eu vou te amar para sempre.

Deu um sorriso sincero para Changkyun, que apenas fez um movimento positivo com a cabeça.
Changkyun deu um beijo no topo da testa de Kihyun e o abraçou.

— Está cansado? — Kihyun perguntou. Changkyun não disse nada — venha, deite-se — guiou Changkyun para a cama, que deitou-se sem protestar. Olhou fixamente para Kihyun, como se sua presença fosse desaparecer — durma um pouco, Chang. Estarei aqui quando acordar.

Changkyun engoliu em seco e fechou os olhos. Entrelaçou seus dedos nos de Kihyun e respirou fundo antes de pegar no sono.

"Novamente, aquele espelho com traços barrocos estavam em seu sonho.
Kihyun andou lentamente pela escuridão até que se aproximou do espelho.
Conseguiu ver seu reflexo perfeitamente, mas seu coração parou quando sua imagem tornou suas íris vermelhas sem seu consentimento. O outro Kihyun sorriu largamente e aproximou-se do vidro. Seu corpo saiu daquela superfície e a mão dele tocou o rosto de Kihyun."

O menor acordou em um susto. Suspirou de alívio ao ver que sua mão ainda estava entrelaçada à de Changkyun.
Changkyun tinha uma expressão serena enquanto dormia, e aquilo fez Kihyun sorrir.

— Ah, você acordou — Minhyuk sussurrou ao pôr chá na xícara que estava em cima do criado mudo, para não acordar Changkyun — como ele está?

— Ele estava bem sobrecarregado.

— É — Minhyuk encarou o amigo — ele precisa de um descanso.

— Chang planeja que ataquemos quando?

— Amanhã, ao amanhecer.

— Espero que dê tudo certo — Kihyun retirou a franja de Changkyun dos olhos.

— Vai dar certo, Kihyun.

[...]

— Você o quê? — Wonho estava surpreso — você beijou Minhyuk? — colocou a caixa de ervas em cima do balcão da cozinha.

— Fale baixo!

— E o que você vai fazer a respeito? — Wonho indagou.

— Eu esperava que você me ajudasse.

— Jooheon, você não o vê dessa maneira — Hyungwon disse ao retirar as ervas da caixa — já pensou em contar para ele?

— Eu quero amá-lo também, Hyungwon.

— Você não está fazendo isso apenas para esquecer o... — Jooheon o interrompeu ao lançar um garfo em sua direção. Hyungwon abaixou-se para esquivar-se do talher.

— Não sei porquê contei para vocês! — rolou os olhos e voltou para o balcão principal.

Jooheon observou Minhyuk servir os pratos aos clientes e sorriu. O de fios azuis se aproximou.

— O que aconteceu? — indagou.

— N-Nada! — quase engasgou com as palavras. Minhyuk o deu um sorriso ladino.

— Vá preparar os venenos em seu quarto, eu cuido daqui.

— Tem certeza?

— Tenho — Minhyuk o empurrou de leve para os fundos e voltou sua atenção para o cliente que chegara — o que vai querer?

Hyungwon e Wonho subiram atrás de Jooheon com as ervas em mãos. Andaram até o quarto do outro e o observaram proferir palavras de outras línguas ao jogar as ervas celtas dentro de uma bacia média de alumínio.

— Isso é assustador — Wonho murmurou.

Mais assustador ainda é o resultado — Jooheon sorriu.

REISENDER 「 Changki, 2Won 」Onde histórias criam vida. Descubra agora