#7

1.8K 257 169
                                    

Os olhos sedentos de Changkyun engoliam o medo de Kihyun, que estava completamente imóvel.
Kihyun ouvia histórias de demônios pelo Norte, mas nunca imaginou que eles seriam reais no Sul. Changkyun aproximou seu rosto do de Kihyun, que molhou os lábios e reuniu todas suas forças para o empurrar para longe e correr até a cozinha.
Desajeitadamente, vasculhou pelas gavetas algo pontudo, que pudesse retardar Changkyun. Na segunda tentativa, encontrou uma faca de prata, e ao ouvir o grito dele, respirou fundo e o esperou aproximar-se.
Changkyun andava lentamente, e ao ver Kihyun, suas pupilas dilataram. Ficou imóvel e observou a faca na mão do de fios rosados, que a fincou em seu ombro após alguns segundos e correu para o lado de fora do Traveler.
O coração de Kihyun estava disparado e parecia o faltar ar. Não avistou Changkyun pelas portas largas de vidro, então suspirou de alívio.
Um calafrio percorreu sua espinha e ele sentiu um par de mãos gélidas em seu pescoço e logo encontrou o asfalto áspero da estrada. Antes que sua vista ficasse turva, avistou Minhyuk aproximar-se e chutar algo que Kihyun deduziu ser o corpo de Changkyun.

[...]

10:03AM, South Korea.

Kihyun acordou com uma dor horrível em seu pescoço. Abriu os olhos com lentidão, acostumando-se com os raios solares que penetravam as frestas da persiana.

— A bela adormecida acordou — Minhyuk brincou e sorriu em seguida. Levantou-se da poltrona e cruzou os braços — como vai o pescoço? — Kihyun apoiou-se em seus cotovelos, ainda deitado, e respirou fundo. Tentou mover o pescoço, mas a dor falou mais alto — tem chá no criado — Minhyuk apontou para a mesinha redonda ao lado da cama. Kihyun assentiu e ajeitou-se na cama. Depois, pegou a xícara com cuidado para não queimar os dedos ou os lábios ao tomar o líquido. O cheiro denunciava que o chá era de erva cidreira. Assim que engoliu o líquido, sentiu um gosto extremamente amargo e quase cuspiu chá se não fosse por um Minhyuk o olhando torto.

— O que tem aqui? — Kihyun deixou a xícara no criado mudo novamente.

— Cravo — Minhyuk torceu o nariz — tenha o dia de folga. Tomarei conta do Traveler junto com Jooheon.

— Jooheon? — Kihyun arqueou uma das sobrancelhas.

— Ele estava aqui quando Changkyun o trouxe naquela noite. É um cara legal — Minhyuk murmurou.

Quando o de cabelo azul pronunciou o nome de Changkyun, Kihyun teve arrepios. Ele não conseguia se lembrar do que aconteceu antes de Minhyuk encontrar o de fios rosados deitado no meio da rua.

— O que aconteceu ontem?

— Você saiu para tomar um ar e quase foi atropelado — Kihyun deu de ombros e aconchegou-se na cama macia — deixarei Hans em seu quarto por alguns minutos, estou limpando lá embaixo — Minhyuk apontou para o cão, que já se preparava para subir na cama e esfregar-se em Kihyun, que assentiu. Minhyuk girou os calcanhares e a maçaneta. Desceu calmamente a escada e encarou Changkyun assim que sentou-se ao seu lado.

— Ele se lembra de alguma coisa?

— Ele bateu a cabeça muito forte, com o passar das horas, vai se lembrar — Jooheon suspirou. Changkyun mordeu o lábio inferior — você não bebe sangue há quantos milênios?

— Nunca bebi sangue humano, Minhyuk — Minhyuk rolou os olhos. Jooheon voltou a limpar os pratos — deu um pouco do seu sangue para que ele se recuperasse mais rápido? — Minhyuk bufou.

— Quem precisa do meu sangue é você, não Kihyun — Changkyun riu fraco — sim, dei. E antes que pergunte, estava bem dissolvido — Minhyuk mordeu o lábio e piscou os olhos bem forte antes de completar — mas ele sentiu um gosto amargo.

REISENDER 「 Changki, 2Won 」Onde histórias criam vida. Descubra agora