#4

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— Você não aceitará Hyunwoo, não é?

— Isso vai contra meus princípios, Changkyun — Minhyuk respondeu-o ao se sentar ao lado dele no banco perto do lago.

— Ele pode ter dito aquilo — Changkyun molhou os lábios — mas não deve ter sido por mal.

— Chang — o de fios de mel o encarou — seu problema é não conseguir ver a maldade nas pessoas. Hyunwoo não é quem você pensa ser.

— Minhyuk — Changkyun o chamou num tom de aviso.

— Nem sabemos de qual Clã ele veio, e você já quer que confiemos nele!

— Minhyuk! — Changkyun gritou e suas íris tomaram a cor avermelhada. O de fios azuis cerrou os dentes e as sobrancelhas, deixando que suas íris também abrangessem a cor vermelha.

Hyungwon parou de secar os talheres e olhou pela janela. Em seguida, olhou para Wonho, que molhou os lábios, como se dissesse "deixe-os".

[...]

Kihyun e Jooheon haviam ido à cidade mais próxima, para comprar o que faltava na casa. Jooheon era péssimo com direções, então perguntava como chegar à mercearia mais próxima aos habitantes da pequena cidade interiorana.
Kihyun suspirou e seguiu Jooheon pela quarta vez. Esperou que chegassem ao local errado novamente, porém, dessa vez conseguiriam chegar à mercearia.
Jooheon empurrou a porta e sorriu ao vendedor.

— Bom dia — o homem já de idade sorriu — sou Tom — Kihyun sorriu — o que precisam? — Jooheon entregou-o um papel que Wonho o deu antes de saírem. Tom parece-se com Ji, Kihyun pensou.

O homem arregalou os olhos ao reconhecer aquela caligrafia, e murmurou "senhor Shin". Aquilo confundiu Jooheon. Ele não sabia o que dizer, então esperou que Tom saísse de seu transe para pegar as coisas da lista que Wonho escrevera.
Tom voltou alguns minutos depois com quatro sacolas e as sobrepôs no balcão. Jooheon estendeu o dinheiro, porém o dono recusou.

— É o mínimo que posso fazer por um velho amigo — Tom deu um sorriso morno. Jooheon assentiu, pegou duas sacolas e Kihyun fez o mesmo.

Ao deixarem a mercearia, Kihyun esbarrou em um cidadão, e pediu desculpas em seguida. Jooheon riu do tanto que Kihyun conseguia ser desastrado e o de fios rosados rolou os olhos, apertando o passo em seguida.
Voltaram à pé, já que não era tão longe da casa. Quando Kihyun empurrou o portão, sentiu seu braço arder e deixou as sacolas caírem no chão.

— Kihyun? — Jooheon indagou. Kihyun molhou os lábios e olhou para seus braços. Não havia os machucado, o que diabos estava acontecendo? Kihyun apanhou as sacolas novamente e acompanhou Jooheon até a cozinha.

— Conseguiram comprar tudo? — Wonho indagou.

— O dono era estranho — Hyungwon riu.

— Ele era o alfaiate de Wonho, quando ainda morava na Inglaterra — Hyungwon disse.

Kihyun retirou as frutas do saco e as colocou na pia.

— Há quanto tempo morou na Inglaterra? — o de fios rosados indagou.

— Há 240 anos — Kihyun se assustou com o grito agudo de Jooheon e encarou Wonho.

"South Korea, 1791

Você e Hyungwon se acertaram, senhor? — Tom indagara — o vi passar pela porta há pouco, mas não entrou.

Deixe Hyungwon de lado, Tom — Wonho murmurou. Despejou um pouco de whisky em um copo de vidro e o bebeu de uma vez. Nada saciava sua sede e vontade por sangue. Hyungwon vivia dizendo que Changkyun tinha a solução, porém Wonho se recusava a conhecê-lo.

REISENDER 「 Changki, 2Won 」Onde histórias criam vida. Descubra agora