#11

769 129 63
                                    

South Korea, 11:51AM.

Havia se passado cinco dias.
Muito menos Yunseo ou Hyunwoo tinham dado as caras. E aquilo estava preocupando Hyungwon e Changkyun.

— Eles estão aprontando.

— Ainda tem dúvidas? — Changkyun sentou-se.

— O Traveler parece bem novo para mim — Kihyun disse ao descer a escada.

— Jackson chamou pessoas confiáveis para tratar daqui — respondeu Changkyun, que estendeu o braço direito para que Kihyun se aninhasse ali.

— Falando nisso — disse Wonho — onde estão Jackson e Mark?

— Eles foram buscar o restante das coisas.

Hyungwon murmurou um "ah".

— Mas não acha que já se passou muito tempo? — Kihyun indagou.

— Eles devem... — Wonho começou — você sabe...

Kihyun riu e assentiu. Pegou sua blusa de frio em cima do balcão e a vestiu.

— Vai sair? — Changkyun indagou.

— Vou ver Youngjae — respondeu baixo.

— Eu vou com você.

— Não precisa.

Changkyun ia protestar, porém Kihyun o calou com um beijo.

— Eu consigo me proteger, Chang.

Kihyun sorriu, reconfortando o coração desesperado de Lim, que esforçou-se para sorrir.

— Qualquer coisa, me ligue — advertiu. Kihyun fez um movimento positivo com a cabeça ao que saía do Traveler e andou, com passos lentos e tristes até o cemitério.

Youngjae não era tão próximo de si, mas Kihyun não o veria por obrigação. Ele gostava da companhia escandalosa de Youngjae — mesmo que não parecesse.
Kihyun riu sozinho quando ultrapassou o portão de metal acinzentado e suspirou.
Eram tantas lápides, tantas pessoas que não valorizavam a própria vida. Acham que vale a pena se arriscar por coisas tolas. Não que Kihyun pudesse dizer algo, já que se arriscava por algo tão tolo: amor.
Amava, ama, e amará Changkyun. Portanto, ele não só pode como deve se arriscar pelo namorado.

— Kihyun? — Jackson o chamou pela segunda vez — por quê está aqui?

— Vim apenas ver Youngjae — respondeu baixo ao se aproximar da lápide de Choi — e você?

— Vim aqui com Mark — disse o chinês — ele está lá dentro.

Então o silêncio pairou entre os dois. Kihyun encarou a escrita na lápide de Youngjae e suspirou.

— Ele não merecia morrer da forma que morreu.

— Ele não merecia fazer parte do joguinho de Yunseo — Jackson murmurou.

— Então foi por isso que você e Mark demoraram.

— Sim. Pegamos o restante das coisas e elas estão lá no carro.

Kihyun sorriu sem vontade e procurou um ponto fixo para encarar.
Era outra morte que fora causada por si. Kihyun jamais conseguiria se perdoar. Ele não conseguia proteger quem era importante nem quem merecia sua ajuda.
A verdade é que Kihyun não merecia o poder que tinha; ele mal conseguia o usar da forma certa.
Um barulho ecoou dos fundos do cemitério e Kihyun, muito menos Jackson hesitaram em ir naquela direção.
Kihyun ficou sem reação por breves milésimos quando notou que Jackson tinha íris de cores diferentes: uma azul, da mesma cor da de Mark, e outra vermelha. O que diabos havia acontecido com Wang?
Yoo esforçou-se para o acompanhar; Jackson estava mais rápido e ágil que o normal, e isso fez com que Kihyun sentisse-se inútil.

— Mark... — Jackson sussurrou seu nome ao vê-lo prensado contra a parede, sendo enforcado por Hyunwoo.

Jackson ia dar um passo para salvar o amado, porém Kihyun o impediu. Assim que o chinês o olhou, possesso, Kihyun negou com a cabeça.

— Yunseo pode estar por perto — murmurou.

— Mark — Jackson o chamou mais uma vez. Ardia seu peito o ver impotente daquele jeito. Hyunwoo era tão forte assim?

Kihyun chiou e correu até Hyunwoo, mesmo dizendo para que Jackson não fizesse nada. O deu um chute alto, de forma que fizesse Hyunwoo soltar Mark.

— Você só chega quando não precisam de você — disse o moreno após controlar-se para não cambalear.

Jackson tomou Mark em seus braços e examinou seu rosto.

— Eu estou bem — disse — vá ajudar Kihyun.

Wang conferiu se Mark tinha algum ferimento e logo tratou de inferir um chute e socos em Hyunwoo. Kihyun afastou-se alguns passos, e sentiu algo o perfurar.

— Já vi que mataremos três coelhos com uma cajadada só — a voz de Yunseo soou ao pé de seu ouvido.

Yoo olhou para a região que fora perfurado: um pedaço de metal atravessara seu corpo. Cuspiu sangue ao cair de joelhos no chão e Yunseo sorriu.
Mark tentou gritar para que Jackson tomasse cuidado, porém não foi necessário: o híbrido finalizou Hyunwoo em um golpe só e logo focou em Yunseo.
O único problema foi que ele hesitou: Yunseo era idêntico a Kihyun. Não sabia se conseguiria o matar ali mesmo.
Kihyun engasgava-se com o próprio sangue enquanto tentava retirar o metal de seus órgãos.

South Korea, 12:16PM.

Changkyun grunhiu ao sentir-se ser perfurado. Imediatamente, Hyungwon o olhou.
Não foi necessária uma troca de palavras. Os três já estavam se preparando para ir até o cemitério.
E, durante o caminho, Changkyun já pensava em mil e uma maneiras de desmembrar Yunseo, por sequer estar respirando perto de Kihyun.

REISENDER 「 Changki, 2Won 」Onde histórias criam vida. Descubra agora