#4

956 147 61
                                    

South Korea, 15:09PM.

— Jinyoung, está pronto? — Jaebum indagou ao entrar no quarto e o avistou terminando de abotoar a camisa social — ande logo.

— Você só sabe reclamar — Jinyoung rebateu — não mudou nada nos últimos 230 anos.

— Jinyoung, sabe por quê você é meu favorito?

— Me diga para eu ficar sabendo.

— Porque você não fala muito, e quando fala, é pior que uma naja.

Jinyoung riu e terminou de ajeitar a gravata.

"Mexico, 1800.

Temos alguém no país errado — Jaebum disse ao ver Jinyoung sentado em um dos bancos do restaurante.

Vale para você também — bebeu um pouco de whisky.

Você parece desanimado — Jaebum murmurou e chamou o garçom — quero a coisa mais cara do cardápio — o homem assentiu e os deixou em um silêncio mórbido novamente.

Diga o que quer.

Estou formando um grupo — disse — e já comecei a recrutar membros.

— E o que te faz pensar que eu entraria nessa coisa?

Você me parece largado, destruído e destruiria qualquer um que passasse em seu caminho — Jaebum rebateu — estou errado?

Quem é você? — Jinyoung indagou entredentes.

Jaebum. O cara que veio tirar você da sua vida mesquinha — ele pegou uma faca e cortou parte de seu pulso. Deixou que o sangue caísse algumas vezes na bebida de Jinyoung, que olhou aquilo com nojo — beba.

Por quê?

Porque você vai gostar do poder que vai sentir depois."

— Jaebum, preciso de vestidos novos — a mulher murmurou assim que entraram no carro.

— Jinyoung os comprará com você.

Jinyoung lançou-o um olhar mortal e fechou a porta do veículo.

— Onde nós vamos? — ela indagou.

— Vamos ver um velho amigo — Jaebum sorriu de maneira sádica ao acelerar o carro.

[...]

— Está acabando? — Changkyun indagou.

— Ainda faltam algumas xícaras — Kihyun respondeu.

— Changkyun ficou mil vezes mais grudento depois que vocês começaram a namorar oficialmente — Minhyuk disse enquanto limpava uma das mesas.

— Calma, Min — Changkyun respondeu — você ainda vai encontrar alguém que ama.

Quando Minhyuk abriu a boca para responder, a porta do Traveler foi aberta.
As íris de Changkyun e Kihyun ficaram imediatamente vermelhas com o novo convidado indesejado.

— Jaebum — Minhyuk murmurou entredentes e suas íris tomaram a cor avermelhada.

— Pode nos atender, Minhyuk? — Jinyoung indagou e sorriu em seguida.

— Saiam.

— Não podemos — Jaebum respondeu.

— E por quê não? — dessa vez, foi Kihyun quem se pronunciou. Jaebum estalou a língua e inclinou a cabeça: foi aquela criatura que arrancou sua mão. Interessante. Muito interessante, pensou.

— Nós trouxemos alguém que Changkyun adoraria ver.

E novamente, a porta foi aberta.
Imediatamente, as íris de Changkyun voltaram ao normal e seus joelhos se encontraram com o chão.
A mulher o deu um sorriso ao passar por ele e se sentou na mesa de Jaebum e Jinyoung.

— M-Mãe — Changkyun sussurrou com a voz falha.

— Ela está bem nova também — Jinyoung disse — está bem mais bonita.

Kihyun prostrou-se à frente de Changkyun, que olhava fixamente para o chão. Ao vê-lo, Changkyun ergueu a cabeça e encarou seu pescoço.

— Achei que eu tivesse sido claro, Jaebum — Kihyun disse — vão embora.

— Nós somos clientes, senhor Yoo — Jaebum respondeu. Sorriu e farejou algo — sinto o cheiro de traição aqui.

— Se sentiu, foi por causa de Hyunwoo — Kihyun rebateu. Jaebum se levantou.

— Hyunwoo está fazendo um trabalho que pedi, não está perto daqui — Jaebum deu alguns passos, mas Kihyun pôs o pé em sua frente — está me desafiando, Kihyun?

— Vá embora enquanto eu ainda não avancei em seu pescoço e não usei essa xícara para te matar.

Jaebum riu.

— E tem como matar alguém com uma xícara? — Jaebum o provocou. Kihyun riu, a quebrou em seu rosto e Jaebum gritou.

— Não sei, mas podemos descobrir — chutou Jaebum, esse que se preocupava com o sangue e pedaços da porcelana atrapalhando sua visão.

Jinyoung se levantou pronto para atacar e olhou para a escada: avistou dois corpos escondidos. E assim que perceberam que entraram em seu campo de visão, esconderam-se atrás da mobília.

— Que patético — Jinyoung murmurou — aqueles dois bastardos estão aqui.

Jaebum cuspiu sangue no chão.

— Eu vou te fazer lamber isso — Kihyun disse, incrédulo. Suas íris mesclaram-se com uma cor que Jaebum jamais viu, e instintivamente, recuou um passo.

A mãe de Changkyun tocou o ombro de Kihyun e o apertou: foi possível ouvir seus ossos se quebrando. Changkyun estava assustado e assim que Kihyun apalpou a região ao sentar-se no chão, Changkyun aproximou-se dele.

— Vamos embora, Jae — ela disse — quero comprar meus vestidos.

Jinyoung a guiou gentilmente para o lado de fora e puxou Jaebum consigo.

— Kihyun — Changkyun murmurou e o pegou em seu colo — vai ficar tudo bem.

Kihyun resmungou pela dor e mordeu o lábio inferior para controlar o choro.

— Fiquem escondidos no subsolo na próxima vez — Changkyun ditou ao passar por Mark e Youngjae — agora vocês terão que tomar ainda mais cuidado ao sair por aí.

Youngjae abaixou a cabeça e murmurou um "desculpe", juntamente de Mark, que abriu a porta do quarto de Kihyun para que Changkyun pudesse passar. Fechou a porta pouco antes de ver Kihyun ser deitado na cama e deixar a primeira lágrima cair.
Kihyun grunhiu ao se sentar na cama e Changkyun se sentou na frente do menor.

— Chang — com o braço bom, Kihyun tocou o rosto do outro, que fechou os olhos — vai ficar tudo bem — o de fios de mel suspirou e o fez sentar-se em seu colo. Desabotoou a blusa e deixou que o tecido caísse por sua pele, até que seu abdômen fosse completamente despido.

— Beba meu sangue para se curar mais rápido — Changkyun disse. Kihyun acariciou o cabelo dele e deu-o um selar demorado. Depois, seus caninos cresceram e ele perfurou o pescoço macio de Changkyun, que grunhiu e apertou a cintura do outro.

Sugou por alguns minutos, até que sentisse seu braço se curar mais rápido. Changkyun jogou suas costas contra o colchão e Kihyun deslizou suas mãos desde o cós da calça até os ombros de Changkyun.

— Chang — o chamou — você quer chorar? — o de fios de mel sobrepôs o antebraço nos olhos e assentiu. Kihyun deu um beijo em seu queixo e retirou gentilmente o braço de Changkyun dos olhos. O puxou pelo pescoço, para que se sentasse novamente e o abraçou. Changkyun recebeu de bom grado aquele abraço e apertou o corpo de Kihyun contra o seu. Enterrou seu rosto da curva do pescoço do de fios negros e Kihyun sentiu as lágrimas de Changkyun percorrerem sua tez. Acariciou o cabelo de Changkyun enquanto ele chorava e o apertava cada vez mais forte.

REISENDER 「 Changki, 2Won 」Onde histórias criam vida. Descubra agora