South Korea, 22:30PM.
— O quê? — Lisa não conseguiu controlar a surpresa. Estava boquiaberta — então quem estava drenando aqueles corpos era a mãe de Changkyun?
Minhyuk assentiu.
— E-Eu não sei o que fazer — o de fios azuis admitiu — Changkyun e Kihyun estão no quarto desde as quatro da tarde — bebeu um gole da cerveja — o ouvi chorar a tarde inteira.
— É natural que ele fique triste — Lisa estendeu uma cerveja para um cliente que se sentou ao lado de Minhyuk.
— Não é só isso — Minhyuk murmurou.
— Tem mais coisa?
Minhyuk suspirou.
— Acho que Changkyun vai descobrir a verdade mais rápido do que previ.
— Por quê acha isso?
— Kihyun começou a ter os mesmos pesadelos — disse — não vai demorar.
Lisa contorceu os lábios.
— O que eu devo fazer, Lisa?
— Por ora, não faça nada — ela respondeu — apenas me avise se precisar de ajuda.
— Obrigado.
[...]
— Onde esteve, Minhyuk? — Jooheon indagou ao vê-lo passar pela porta.
— Dei uma saída — se apoiou no braço da cadeira, estava tonto. Jooheon se aproximou dele.
— Venha, vou te levar para o quarto — passou o braço esquerdo de Minhyuk por seus ombros e o ajudou a subir a escada. Abriu a porta e caminhou até próximo da cama, onde Minhyuk se sentou.
Jooheon girou os calcanhares mas a mão de Minhyuk puxou sua camisa.
— Fique aqui comigo — sussurrou.
— Você está sob efeito da bebida, Minhyuk — Jooheon respondeu ao virar e entrelaçar seus dedos nos de Minhyuk — vá tomar banho, eu te espero.
— Poderá contar uma de suas histórias quando eu terminar? — sorriu sem mostrar os dentes.
— Conto, Min.
Minhyuk se levantou e caminhou lentamente até o banheiro. Tomou um banho quente, vestiu seu pijama e abriu a porta: Jooheon observava uma foto que Minhyuk deixava ao lado de sua cama.
— Quem é? — Jooheon indagou. Minhyuk aproximou-se da cama, e engatinhou até Jooheon.
— Meu irmão — disse e sorriu sem vontade — Minkyun.
— Onde ele está?
— Ele morreu — Minhyuk olhou para baixo e Jooheon pôs a foto no criado mudo novamente. Puxou Minhyuk, para que se aconchegasse em seu peito, e assim o de fios azuis fez.
— Qual história você quer ouvir?
— Como era ser filho do médico mais importante da China?
Jooheon riu.
— Era um saco. Sempre esperavam coisas boas de mim.
— Chang me disse que você era um — Minhyuk aconchegou-se no peito de Jooheon — suicida.
— É — disse — viver naquela casa não me fazia bem. Meus pais brigavam todos os dias, eu via guardas estuprarem mulheres desconhecidas — suspirou — tudo piorou quando minha mãe morreu. Eu quis morrer também. Então comecei a preparar venenos. Um após o outro.
— Algum deles deu certo?
— Alguns. Mas eu sempre estava bem no final — Jooheon contorceu os lábios — e foi quando Changkyun apareceu que eu vi minha chance de morrer para sempre. Ele me ofereceu seu sangue, dizendo que era uma maldição. Eu não me importei, só queria morrer.
— E quando você se transformou? — Minhyuk olhou diretamente nos olhos de Jooheon — também foi doloroso?
— Sim — respondeu — tivemos que forjar minha morte alguns anos depois. E então finalmente fugimos da China.
— Lá parece ser tão legal — Minhyuk murmurou — você sabe se sua família ainda está viva?
— Eu espero que não esteja.
— Eles eram tão ruins assim?
— Talvez até piores.
Minhyuk respirou fundo.
— E você, Minhyuk? Que história me contará hoje? — o de fios azuis deu de ombros.
— Contarei a história de como me apaixonei — ele disse — por alguém que nunca mereci.
— Isso parece triste.
— E o que não é triste aqui? — eles riram, apesar de ser verdade — Changkyun me disse para esperar a década de 1980 para que eu pudesse fazer o que quisesse, mas eu não quis. Eu sempre comentava das mudanças na cidade, e ele achou que seria bom se eu conhecesse pessoas novas — Minhyuk molhou os lábios — o garoto que "conheci", — Minhyuk fez as aspas com os dedos — era quieto. Eu não via como poderia falar com ele. Até que um dia Chang o trouxe e... — Jooheon o interrompeu; olhava freneticamente para frente.
— Até que um dia você perguntou para ele se ele não gostaria de trabalhar e morar no Traveler.
Minhyuk riu da própria desgraça e se sentou no colo de Jooheon, que o fitou.
— Só que esse garoto jamais olhou para mim com esses olhos.
— Então você teve que fazer de conta de que tudo não passava apenas de amizade.
— E ele parecia distante do amor, — Minhyuk olhou para baixo — e nunca percebeu.
Jooheon envolveu seus braços na cintura de Minhyuk e aproximou seus rostos.
— Até agora — sussurrou e encarou todos os detalhes da pele suave de Minhyuk, que levantou seu olhar. Jooheon selou os lábios de Minhyuk em um beijo lento. Minhyuk passou as mãos pelo pescoço de Jooheon e brincou com seu cabelo, enquanto o ar parecia não faltar — eu não sei o que sinto por você, Minhyuk — Jooheon murmurou.
— Eu sei — contorceu os lábios — é melhor eu dormir.
— É — Jooheon disse ao passar a mão pelo cabelo. Minhyuk desvencilhou-se do colo de Jooheon e se embrulhou com o lençol, fechando os olhos e espantando o que havia acabado de acontecer de sua mente — durma bem, Min — Jooheon disse ao o cobrir com a colcha. O deu um beijo na bochecha e deixou o quarto.
Jooheon suspirou e desceu a escada.
Ao passar pelo quarto de Kihyun, teve a certeza de ouvir ambos chorando. Queria perguntar como podia ajudar, mas sabia que não podia fazer nada para mudar o que aconteceu.
![](https://img.wattpad.com/cover/132109137-288-k628922.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
REISENDER 「 Changki, 2Won 」
FanficOnde Kihyun é um cidadão do Norte que atravessou a fronteira entre as duas Coréias, e Changkyun é seu salvador - esse que esconde um passado sangrento preenchido por dentes pontiagudos. 1ª revisão: 07/01/2019. Capa feita pela leitora mais linda do s...