Verdade

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A adrenalina havia passado e sentia os tremores por todo o corpo.

Havia acabado...ou quase.

-Meu filho, onde ele está?- perguntei a Hélio que me soltava, sentindo o desespero voltar a minha mente.

-Bia eu…- a voz de Hélio saiu torturante.

-Ele está bem, a salvo. - minha salvadora o interrompeu.

-Como chegaram até aqui? Como me acharam?

-Bom...a ajuda veio de onde menos esperávamos.- Hélio lançou um olhar cheio de significados para Alice que estava próximo a mim, verificando se Tânia estava mesmo morta.

-Agente Rodríguez, já verificamos o local, o outro capanga já foi preso.

Um jovem policial falou para Alice ao adentrar o local.

-Agente? Que história é essa?

-Acho melhor vocês irem para casa, assim que eu resolver tudo por aqui, encontro vocês. Sei que há muito o que explicar.- Alice falou nos lançando um olhar culpado.

Não contestei, querendo sair o mais rápido possível para encontrar meu filho.

Hélio me pegou no colo contra meus protestos, não estava assim tão debilitada, nem me lembrava mais de dor.

Do lado de fora estava alguns carros, homens fardados e logo avistei Lucas e José F, que pela expressão já sabia o que tinha acontecido.

-Poxa vida hein Bia, vocês me farão ter cabelos brancos antes da hora.- Lucas, como sempre inoportuno.- Espero que seja o último susto.

-Fico feliz em te ver bem Beatriz.- José F falou e num ímpeto senti vontade de abraça-lo, mas na situação em que me encontrava não facilitava. Apenas assenti, percebendo que o cansaço estava me abatendo.

Entramos no carro, Hélio no banco de trás, sem me soltar por um segundo sequer.

-Melhor seguirmos para o hospital…

-Não, vou ficar bem, só preciso ver meu menino.- supliquei sem deixar espaço para discussão.

Quase pulei do carro quando chegamos em casa, abri a porta com mais força que imaginei. Meus olhos percorrendo toda a sala a procura de uma única imagem.

-Mamãe.- a voz angelical do meu bombeirinho fez minhas pernas cederem, cai de joelhos enquanto ele corria até mim.

-Meu filho você está bem? - falei passando minhas mãos por cada pedaço o seu corpinho, me certificando de que estava tudo no lugar.

-Ele está bem Bia, sem nenhum arranhão.- Renata que até então eu não tinha notado disse. Sorri em agradecimento.

-Mamãe, fui passear em um lugar estranho, mas Tia Ali me buscou rapidinho.- ouvi um suspiro atrás de mim vindo de Zé, que sentou no sofá colocando a cabeça entre as mãos.

-A baixinha é mais poderosa que pensei. Alice 007.- Lucas disse sem perder a piada, ganhando um quase nada delicado tapa de sua mulher.

-Não acredito que fui enganado esse tempo todo. Era tudo uma farsa.- Zé disse parecendo inconformado.

-Meu primo não tire conclusões precipitadas, vamos escutar o que ela tem a dizer.- Hélio disse tentando apaziguar a situação.

-Eu não quero escutar nada vindo dela. Perdi meu pai, minha irmã e agora a mulher que amo estava comigo por interesse. Apenas para atingir seus objetivos.

-Ei cara, não sei até onde exatamente vai essa história, mas é evidente que aquela baixinha é louca por você.-Lucas disse deixando seu lado palhaço de lado.

-A essa altura do campeonato, não acredito em mais nada. Nem sei se existiu amor.

-Existiu sim, ainda existe.- a voz de Alice se fez presente, a mesma se encontrava na porta de entrada, parecendo exitar.- Por favor só me deixem explicar.- ela implorou.

O silêncio na sala reinou e todos os olhares de voltaram para José F que estava com a expressão de desgosto.

E eu torcia para que aquela conversa acabasse bem...

Meu Vizinho BombeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora