-Precisa de alguma coisa querida?
A voz de Tânia surgiu enquanto meu cérebro estava raciocinando a cena na minha frente, meu coração que antes havia quase falhado, agora batia violentamente, a adrenalina já descendo velozmente por minhas veias.
-O que você está fazendo aqui? E onde está Hélio?- respirei fundo, seria uma péssima hora para ter um infarto e deixar essa coisa colocar suas garras no meu bombeiro.
-Não é da sua conta o que estou fazendo aqui, se você não tem nada melhor pra fazer, eu tenho.- a voz enjoativa insinuou, meu cérebro deu um click quando a vi querendo fechar a porta.
-Dá licença querida.- empurrei a porta com a paciência que Deus não me deu, e gritei por Hélio.
-Você não pode ir entrando assim, saia daqui.- Tânia disse parecendo nervosa enquanto me puxava pelo braço.
-Continue me encostando e farei questão de deformar cada dedinho seu.- com um puxão sai das garras dessa lagarta, invadindo o apartamento e procurando por Hélio. VAZIO.
De duas uma, ou ele estava se escondendo ou então ele não estava, e essa última fazia mais sentido pra mim.
-Que merda está acontecendo aqui?- gritei me aproximando dela, meu raciocínio lógico me fazendo enxergar o óbvio. –Você está aqui pra insinuar algo? Acha que sou burra? Como entrou aqui? – enquanto eu dizia cada vez mais ameaçadoramente, Tânia praticamente se empoleirava contra a parede, exatamente como uma galinha.
-Isso nnnão é da s-sua contaa.- a galinha gaguejou tentando não transparecer o medo.
-Hélio não sabe que você está aqui ne? Isso com certeza é da minha conta.
-O que vai fazer? Meu primo nunca negaria minha entrada aqui, e se você me encostar estará em apuros com Hélio e com meu pai.- a topetuda tentou me ameaçar.
-Você gosta de se exibir né? Vou te levar pra um lugar que vão gostar de te ver.- a pegando de surpresa, eu puxei seus cabelos a arrastando para fora do apartamento, Tânia se debatia tentando me bater e se soltar, ela poderia ser alguns centímetros mais alta que eu, mas era fraca como um palito. A joguei no fundo do elevador, ela se encolheu parecendo verdadeiramente assustada agora. Logo estávamos no saguão do prédio, a puxei novamente sobre os protestos dela e já do lado de fora a joguei na rua.
-VOCÊ É LOUCA? NÃO PODE ME DEIXAR AQUI ASSIM.
-Não só posso como vou, já te avisei na boate e esse será o último aviso, se tentar jogar seu veneno e suas garras no meu bombeiro novamente ou se eu te ver perto do meu prédio, o pouco de controle que me resta irá pro espaço e não pensarei em consequências enquanto deixo roxo cada parte sua.- a vi tremer e lágrimas descer pelo rosto dela.
-Você vai se arrepender, Hélio saberá dessa humilhação que me fez passar.
-Pode deixar que com ele eu me entendo.- falei e virei de costas.
-Beatriz o que está acontecendo, porque jogou a prima do Hélio na rua?- Marcus nosso porteiro apareceu assustado.
-Porque ela gosta de se expor, aliás como a conhece?
-Ela pediu pra subir e esperar por Hélio, como ele nunca proibiu ninguém de entrar, achei que na teria problema.
-Fez mal Marcus, se você deixar essa cobra entrar novamente, sobrará pra você.
-Me desculpe, eu não sabia.
Sai dela sem paciência para as desculpas do porteiro, no fundo eu sabia que o pobre homem só queria ser gentil e que não era o verdadeiro vilão da história.
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Meu Vizinho Bombeiro
Romansa"Terrivelmente sedutor...esse era Meu Vizinho Bombeiro." - Bia. "Não tenho medo de me queimar, só não suporto perder você, minha Fênix." -Hélio. Completamente opostos. Intensidade a primeira vista, mas tudo em excesso faz mal...será? Faíscas saem a...