Estacionamento

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Esse ano meu salário será quase duplicado pela quantidade de horas extras que estava fazendo. Uma reunião de urgência estava acontecendo, onde todos os acionistas e funcionários do Grande Shopping estavam presentes, isso incluía Hélio e sua "adorável" prima.

Como se não bastasse toda a tensão por conta de um suposto erro na contabilidade -que pra mim estava mais para roubo- eu ainda estava tenho que aguentar os olhares fulminantes que Tânia me lançava a cada segundo.

Um mês havia passado desde a boate, meu relacionamento com o bombeiro estava cada vez mais intenso, não sei bem como definir nós dois, nunca tocamos no assunto de tentar algo sério, porém, estávamos grudados durante todo nosso tempo livre.

—E se foi algum problema relacionado na administração? Talvez deveriam prestar mais atenção lá. - Putania acusou tentando me atingir, do que ela entendia? Por mim ela era formada em vulgaridade. Se não fosse filha do dono nem estaria aqui.

—Senhorita Sanchez, todos os relatórios são muito bem supervisionados, se tiver um erro, eu aposto o meu cargo de que não é lá.-exclamei de maneira prepotente e já me irritando.

Senti mais um aperto na minha coxa, Hélio estava com esse gesto irritante tentando me advertir desde que começou a reunião.

Lancei meu melhor olhar de fúria para ele, que arqueou a sobrancelha e sorriu torto, pude jurar ter escutado suspiros de todas as mulheres da sala.

Eu as entendia, desde que o vi fardado não imaginava roupa mais sexy pra ele, até essa manhã quando ele bateu em minha porta para virmos juntos na reunião. Todo engomadinho com suas vestes Armani, uma camisa preta com os primeiros botões abertos, calça também escura com o tecido leve que realçava suas coxas e quando virava de costas...nossa, deveria ser um pecado esse homem com a bunda maior que a minha.

Chegamos juntos, ele o tempo todo com as mãos em minhas costas, no fundo da minha mente eu afastava a vozinha chata que insistia em dizer que deveríamos ter chegado de mãos dadas, porém ainda feliz por ele estar me encostando. Todos os olhares haviam pousados em nós, principalmente do tio dele, alguns ali já conheciam Hélio, ele mesmo disse que já havia ido até o escritório do Grande Shopping, por ser o herdeiro, tinha que ficar por dentro das grandes decisões tomadas lá.

—E não quis seguir a carreira do seu pai? - eu soltei sem pensar enquanto seguíamos para a reunião, me chutando mentalmente no segundo seguinte.- Me desculp...

—Tudo bem Bia, você sabe o que me fez ser bombeiro, mesmo que aquilo não tivesse acontecido, bom -ele parou soltando um risinho- Consegue me imaginar vestido de pinguim de geladeira preso o dia todo em um escritório?

Gargalhei com o pensamento, com o tempo que passamos juntos percebi o quanto ele era hiperativo, só ficava realmente concentrado durante o sexo, sei também que ele mal dormia e me confessou numa noite no meio da madrugada que tinha muitos pesadelos com a morte dos pais.

—Hey -o click na minha mente se instalou quando uma dúvida me atingiu- Se você já veio aqui antes, como nunca nos vimos?

—Quem disse que eu nunca te vi por aqui? - ele disse e me beijou antes das portas do elevador abrirem e saiu fugindo da resposta e me deixando mais curiosa que o normal.

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Caminhei a passos largos pelo estacionamento após a reunião, pronta pra quebrar qualquer coisa que passasse por mim.

—Beatriz me espera. -Hélio gritou se aproximando e me alcançando.

—Espero não, pode voltar e continuar se despedindo da sua priminha.

Entrei no seu chamativo Volvo, batendo a porta mais forte que o necessário. Após a reunião onde foi decidido que uma cansativa investigação aconteceria em todos os setores, a priminha queria se despedir a sós dele e a anta foi.

—Você poderia ter me esperado, eu gostaria muito que se dessem bem.

—Ela quer se dar bem, mas é no meio de suas pernas.

—Meu Deus Bia, crescemos juntos, vejo ela como uma irmã.

—Parece que é o único então.

—Você está mais irritada que o normal, espero que seja por conta do trabalho e não por mim.

—Você não está preocupado com o suposto roubo?

—No momento minha maior preocupação é com esse furacão aqui.

Bufei tentando não cair no charme dele e claro que falhei, seus lábios já estavam trabalhando no meu pescoço me causando sensações a mais do que a raiva.

—Você acha que pode conter um furacão?

—Vou te mostrar o que posso conter.

Falou antes de me beijar, seu corpo próximo ao meu acalmando minha raiva e preocupação transformando em calor.

—Já falei o quanto fica sexy vestida assim?- sussurrou no meu ouvido enquanto suas mãos ávidas apertavam minha cintura e bunda.

—Não tão sexy quanto você assim.

—Devo dar adeus as fardas?-perguntou me puxando para seu colo, levantou a minha saia e apertou mais minha bunda, não me controlei e impulsionei meu corpo rebolando contra sua evidente ereção.

—Continue com as fardas, mas use esses trajes só pra mim.

O espaço do carro começou a ficar pequeno enquanto nos esfregávamos um contra o outro, ele sem perder tempo já colocou o preservativo, eu com minha saia embolada na cintura, botões da camisa social abertos, com um seio pra fora que  ele sugava com gosto, montei sobre ele, sentindo seu pau grande me alargando.

—Rebola mais pra mim.

Nossos movimentos mais urgentes, eu rebolava enquanto ele investia contra mim cada vez mais forte, o calor aumentava e o suor já grudava cada vez mais nossos corpos.

Não demorou muito para os tremores começarem, ele passou um braço pela minha cintura e usou a outra mão para segurar firmemente em minha nuca, me arrepiando enquanto o orgasmo nos atingia.

—Agora toda vez que entrar ou sair do trabalho ficará mais relaxada ao lembrar o que fizemos aqui.

—Ainda tem muita lugares pela cidade que me tiram do sério.

—Prometo levar esse furacão a todos.

Eu muito mais calma e apreciando meu novo apelido, ri do seu jeito Hélio de ser.

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O som alto que logo reconheci ser U2 invadiu meu quarto me despertando, pelo relógio do celular que era quase 22hrs. Hélio chegaria só depois das 23, será que chegou animado por sair mais cedo e por isso colocou o som nas alturas?

Um pouco mais desperta, sai do banheiro e fui direto para a porta em direção a casa dele.

Tive que bater mais forte por conta do sim alto, que logo foi abaixado, já estava me preparando pra jogar uma piadinha mas estaquei e todo meu raro bom humor se foi quando a porta se abriu.

Na porta, exalando a loção pôs banho muito conhecida por mim, com os cabelos molhados, usando apenas a mesma camisa masculina do dia da boate...estava Tânia.

Meu Vizinho BombeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora