Minha visão estava turva enquanto eu tentava abrir os olhos e me adaptar com a pouca claridade que ali tinha.
Tentei me mexer, mas logo percebi que estava amarrada. Como assim?
E então, um turbilhão de lembranças invadiu minha mente me fazendo ofegar, meu coração acelerando devido ao desespero evidente.
-Ora ora, finalmente a bastarda acordou. - a voz estridente de Tânia me fez arrepiar. Olhei de onde vinha, meus olhos arregalaram com a imagem totalmente distorcida de quem um dia havia sido Tânia Sanchez.
-Cadê meu filho? O que você fez?-era a única coisa que eu conseguia processar.
-Não se preocupe querida irmã, eu cuidarei muito bem dele e do Hélio quando me livrar de você.- ela disse se aproximando mais de mim, sua fisionomia estampava o quando estava desequilibrada.
-Você é louca, não irá se safar dessa.
-Louca é você por achar que iria tomar tudo de mim. Uma vadia igual sua mãe foi, e olha o fim dela, morta e enterrada. Meu pai fez um bom trabalho.
-O que, ele a matou?- eu já deveria esperar por isso, mas não fazia sentido ele ter sido o responsável pelo acidente e durante esses ano todos, ter cuidado de mim mesmo que indiretamente. Algo não estava certo.
-Ele dizia que não...mas sempre foi um bom mentiroso. Aprendi com ele.
-Tânia, onde está meu filho?
-Ele não é mais SEU.- ela gritou voltando descontrole e atingindo um tapa certeiro em meu rosto, soltando uma gargalhada logo em seguida. - Eu matarei você e ficarei com tudo que é seu.
-Você não pode fazer isso, não vou deixar.
-Você não pode fazer nada.- disse isso se aproximando de mim com uma faca.
Temi por minha vida, não poderia acabar assim, era injusto demais. Eu não tive tempo de aproveitar minha felicidade com os amores da minha vida, precisava salvar meu filho.
Ela chegou mais perto com a faca, mirando em direção a minha barriga à apunhalando e em seguida gargalhando.
Gritei de dor sentindo o sangue descer, à tontura em minha cabeça voltando, eu não conseguiria me manter assim por muito tempo.
-Grite sua VADIA. O quanto quiser, ninguém irá...- sua fala foi interrompida pelo barulho estrondoso da porta do galpão de abrindo.
A louca louco veio para trás de mim, levantando minha cabeça e pressionando a faca em meu pescoço.
Era meu fim.
-Tânia, por favor largue essa faca. - não sabia se já estava delirando, mas era a voz de Hélio ali. Lágrimas inundaram meus olhos, meu bombeiro me veria morrer.
-Meu amor, faço isso para nosso bem.- Tânia disse com a voz débil.
-Nosso filho Hélio...- ela apertou mais a faca contra mim me impedindo de falar.
-A criança está bem, eu e você cuidaremos bem dela. Serei uma ótima mãe.
-Não Tânia, isso não é certo. Você precisa de ajuda, solte a Beatriz.- ele continuou com a voz mansa, tentando persuadi-lá.
-Só soltarei quando ela estiver morta. E SERÁ AGORA.
-Não Tânia, largue a faca.
-Tudo bem meu amor. - o barulho de algo metálico caiu me fez soltar a respiração que nem percebi estar presa. -Quero garantir que ela morra, então farei do jeito mais fácil.
Em seguida senti algo gelado encostar em minha cabeça, não demorou muito para perceber o que era.
-Hélio eu te amo, por favor salve nosso filho.- eu implorei quando ela apertou mais a arma contra mim.
-TÂNIA NÃO.- ele gritou antes o estourou acontecer...
As batidas de meu coração estavam tão altas acompanhando a confusão em minha mente.
Hélio correu até mim muito assustado, e eu ainda sem entender o que acontecia.
Ao procurar uma explicação, percebo que Tânia não está mais contra mim e sim caída ao meu lado.
Olhando para a porta, não pude acreditar na mulher que tinha atirado em cheio, matado Tânia.
Ela salvou minha vida.

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Meu Vizinho Bombeiro
Romansa"Terrivelmente sedutor...esse era Meu Vizinho Bombeiro." - Bia. "Não tenho medo de me queimar, só não suporto perder você, minha Fênix." -Hélio. Completamente opostos. Intensidade a primeira vista, mas tudo em excesso faz mal...será? Faíscas saem a...