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Changkyun tocou o nariz, e pelo menos, não sangrava.

— C-changkyun — olhei para baixo — desculpe — ele riu seu graça e sentou-se ao meu lado. Eu sabia que me arrependeria caso levantasse o olhar, mas mesmo assim, levantei. Estava um pouco vermelho, e eu retirei um band-aid de meu bolso, mesmo que ele não tivesse se machucado tanto assim.

Desembrulhei o band-aid e minhas bochechas queimaram. Minha mãe deve ter enchido meu guarda-roupa com band-aids infantis e eu só percebi agora que o colocava no nariz de Changkyun.
Os olhos dele estavam arregalados, e eu soube que diria algo zombeteiro, então apenas me levantei e saí correndo da sala.

[...]

E só foi quando cheguei na loja de música, que percebi que tinha esquecido meu livro de matemática no colégio.
Sorri para Jeong ao passar por ele no corredor e retirei o casaco antes de me sentar atrás do balcão.
Bufei e deitei a cabeça no balcão de vidro.
Como você pode ser tão burro, Kihyun?

— Kihyun, levante a cabeça daí, vai ensebar o vidro! — levantei em menos de meio segundo ao ouvir o grito de Jeong.

Changkyun viria daqui a pouco para a loja, e eu não teria forças para o encarar. Encolhi os ombros quando o vi cruzar a porta, com os mesmos fones azuis antigos e o tocador de fitas na mão. Olhei para baixo o mais rápido que consegui.

Changkyun passou longos minutos observando as prateleiras, as fitas novas, e folheou algumas revistas. Conversou com Jeong sobre algo que eu não pude ouvir e depois veio até o balcão. Colocou uma fita dos Beatles no balcão.

— Quatrocentos wons — molhei os lábios. Como sempre, deu o dinheiro contado. E eu, como sempre, coloquei a fita em uma pequena sacola.

Meus olhos arregalaram-se quando Changkyun pôs meu livro de matemática em cima do balcão. Levantei o olhar e o vi sorrir. Ainda estava com o band-aid em seu nariz, e aquilo fez com que uma lágrima involuntária caísse. Changkyun cerrou as sobrancelhas, como se tentasse me desvendar, mas eu apenas sequei a lágrima.

— O-obrigado — ele assentiu, um pouco desconcertado, e pegou a sacola. Empurrou a porta e pôs os fones novamente.

Quando eu abri o livro, ainda estava na página do problema que eu tive dificuldade.
O problema estava circulado com caneta, de tão revoltado que fiquei. Havia um post-it grudado um pouco abaixo dele, com a resolução. Sorri ao ver que Changkyun o resolveu para mim.

MESS ME 「 Changki 」Onde histórias criam vida. Descubra agora