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Quando cheguei ao metrô, comprei um bilhete e sentei-me. Não estava tão cheio como de costume. Respirei fundo e abracei o livro de matemática. Changkyun tinha se disponibilizado para fazer o exercício, e eu não sabia como o agradecer. Sem contar que ainda estava com o band-aid em seu nariz. Talvez ele não tenha visto que era de joaninhas, ou talvez goste de joaninhas.
Minhyuk e Jooheon provavelmente já estariam em casa, jogando vídeo-game. Respirei fundo quando o trem deu partida e, ao olhar para o lado, estranhei ao não ver o corpo de Changkyun. Aqueles dias devem ter sido coincidência.

[...]

Quando abri a porta, assustei-me com Minhyuk no meio da sala gritando.

— Meus vizinhos devem achar que dou festa todos os dias — murmurei. Retirei os sapatos e acenei para minha mãe, que sorriu ao me ver.

— Está estudando direitinho? — assenti. Ela me deu um beijo na bochecha.

— Já vai sair? — indaguei ao vê-la calçar os saltos.

— Tenho um plantão às seis — contorci os lábios e apenas assenti, a vendo abrir a porta e deixar a casa em silêncio.

Minhyuk me puxou pelo pulso e apontou para o jogo.

— Vá jogar um pouco.

— Temos que estudar, Min — encolhi os ombros e Jooheon me olhou.

— E o que vamos estudar hoje? — sentei-me no tapete e apoiei a mochila na mesinha de centro. Minhyuk se sentou à direita, e Jooheon sentou-se à esquerda, observando os livros — que tal matemática? — arregalei os olhos. A página ainda estava marcada e qualquer ser humano normal cairia naquela página. E com Jooheon não foi diferente: quando ele viu o post-it, soube que não era do professor. Até mesmo porque o nome de Changkyun estava escrito embaixo. Ele mostrou o livro para Minhyuk, que sorriu malicioso para mim — você estava estudando anatomia, Kyu? — neguei freneticamente e tomei o livro das mãos de Jooheon, corando em seguida. Minhyuk pendurou-se em meu pescoço.

— Sabe que pode contar com a gente, não é?

— O quê? — empurrei Minhyuk para o lado — vamos estudar! Deixem de pensar nisso!

Minhyuk riu baixinho e assentiu.

[...]

Nós fomos terminar de estudar à meia-noite, e ainda jogamos até as duas da manhã. E lógico, acordamos atrasados.
Tivemos que correr até o colégio, já que não tinham trens disponíveis naquele horário.
Eu quase tive de ser arrastado para a enfermaria quando cheguei. Estava morto de cansaço. Correr, quase ser atropelado, correr e correr: ciclo sem fim para chegarmos à escola.

— Sinto que corri a maratona — Minhyuk murmurou e se abanou — que tal tomarmos banho no vestiário do time de futebol?

— No vestiário masculino do time de futebol? — Minhyuk assentiu — só porque Hyunwoo joga futebol? — Minhyuk assentiu novamente.

— Eles devem estar no treino agora.

— Eu estou bem. Vão vocês — Jooheon me arrastou pelos pulsos, e Minhyuk veio logo atrás, apenas para garantir que eu não fugiria.

O vestiário ficava perto da quadra, e de fato, eles estavam treinando. Esquivamos dos olhares do treinador e adentramos o vestiário.

— Isso é uma péssima ideia — Minhyuk retirou a camisa e eu tampei meus olhos — largue de vergonha, Kihyun. Ande logo.

Engoli em seco e me despi quando tive a certeza de que Jooheon e Minhyuk já estavam tomando banho.
Fui pego de surpresa quando Minhyuk abriu a porta e riu muito alto.

— Espero que você seja o passivo — corei violentamente e cobri velozmente as partes que ele olhou.

— Minhyuk! — gritei.

— Changkyun ficaria desapontado — dessa vez, Jooheon riu. Abri a porta de vidro translúcida o mais rápido possível, e deixei que a água quente caísse e aliviasse as dores musculares do meu corpo. Após longos minutos, fechei a torneira e abri a porta, não avistando minhas roupas em cima do banco.

— Minhyuk — o chamei. Ele murmurou um "hum" — me diz que não foram só as minhas roupas que sumiram.

MESS ME 「 Changki 」Onde histórias criam vida. Descubra agora