Tudo na vida passa, só não me passa você

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Fechei o zíper lateral do meu vestido azul. Era um vestido na modelagem sereia, com decote ombro a ombro e um azul muito bonito. Abri uma pequena caixa de veludo azul escura e retirei um par de brincos, um colar de prata e um anel. Combinavam perfeitamente com a cor da minha roupa e o prateado do salto alto de tiras finas.

Tentei esconder ao máximo meus seios dentro do vestido, mas eles eram grandes demais e não tinha jeito. Uma boa parte deles pulavam para fora. Peguei minha bolsa de mão prata e guardei meu celular e o cartão da porta. Olhei para o relógio sobre o criado-mudo para ver a hora. Eram sete horas da noite.

O leilão.

Duas batidas na porta se fizeram presentes no ambiente. John. Desliguei as luzes do quarto e caminhei até a porta. Ao abrir a porta e esperar que ele ficasse de boca aberta com meu visual elegante, foi ao contrário. John estava muito bonito, como sempre. Seus cabelos estavam ordenados para trás e ainda molhados, o que lhe dava um charme bem sexy. Sua barba estava feita e exalava a sensualidade. Ele trajava um terno preto com uma gravata azul que era da cor exata do meu vestido. Seus pés calçavam um sapato preto bem bonito e o seu cheiro inconfundível invadia minhas narinas com intensidade.

Meu corpo reagiu instantaneamente, dando sinais claros de ansiedade.

— Você está lindo.

— Você também não está nada mal. — John sorriu, realizando a proeza de ficar ainda mais elegante.

— Você acha? — Dei uma voltinha em sua frente, passando as mãos pelo meu vestido.

Ele anuiu. Fechei a porta atrás de mim e agarrei seu braço, esmagando meus seios em seu braço.

— Você estava me espionando, John?

— Por que eu faria isso?

— Está usando uma gravata da cor exata do meu vestido. — Apontei para a peça.

— Coincidência.

— Certo... coincidência — fingi concordância.

Entramos no elevador e permanecemos em silêncio. Quando as portas do elevador se abriram, eu continuei caminhando ao lado de John, segurando em seu braço. Aquela proximidade estava causando um calorzinho mágico em meu coração. Atravessamos o hall do hotel e entramos no carro que nos esperava.

— Aonde vai ser o baile? — já dentro do carro, perguntei.

— Na mansão de um amigo.

— Vai alguém importante?

— Sim, eu. — John abriu um sorriso convencido, piscando para mim.

— Você é muito convencido, sabia?

John deu de ombros.

— Eu tenho que ser.

O caminho foi regado com uma boa dose de conversa.

— Chegamos, senhor. — O motorista anunciou.

Direcionei meu olhar para fora da janela, observando a mansão espetacular de dois andares com grandes janelas de vidros escuros.

John desceu do carro primeiro. Virei meu rosto no sentido contrário a que ele tinha descido e peguei minha bolsa. Quando me virei de volta para descer, John já havia aberto a porta e estendia uma mão em minha direção.

Busquei seus olhos, mas não consegui encontrá-los. Estendi minha mão em direção a sua e apertei. Uma corrente percorreu meu corpo. Uma urgência tomou conta do meu corpo e eu me vi colocando o primeiro pé para fora do carro, apenas para buscar seus olhos.

Insensato Desejo | Série Dono do Meu Desejo #1Onde histórias criam vida. Descubra agora