A vida tem seus segredos. Para quem está atento, fica fácil descobri-los.

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A lua cheia brilhava no alto do céu e as luzes das velas iluminavam o ambiente. As nuvens nebulosas que não conseguiam esconder a lua estavam ameaçadoras e a tempestade que começava a cair com intensidade trazia consigo muitos raios e trovões, que estremeciam impiedosamente os vidros das janelas e balançavam os galhos das árvores com agressividade. Com certeza já passava da meia-noite.

A chuva começara de modo repentino e parecia que não iria terminar tão cedo, e, ao contrário do que eu pensei, ninguém mais se importava com a chuva. Todos estavam atentos ao jogo. O sorriso maquiavélico de Lívia em direção a Helena denunciava que ela diria algo que a irmã, com certeza, já tenha feito e ela sabia.

— Eu nunca peguei o meu chefe.

Enquanto Lívia balançava o copo de vodca com um sorriso vitorioso, John buscou meus olhos e abriu um sorriso igualmente safado, despertando ideias contrárias ao que ele queria dizer em minha mente.

— Você tem que beber, minha linda — John sussurrou, em meu ouvido, com uma voz incrivelmente rouca.

— Eu amo sua voz rouca — sussurrei, tocando em seu queixo. — É ela que me faz gozar — sussurrei ainda mais baixo.

— Pensei que fosse meu pau e minha habilidade nessa arte. — John franziu o cenho.

— E é, lindo, mas eu sou apaixonada pela sua voz — respondi. — Principalmente quando você fica sussurrando assim, desse seu jeitinho safado.

— Anda, Helena, bebe. — Breno deu uma risada.

Helena deu de ombros e bebeu um pouco da vodca.

— Aposto que cê tem que beber também, gata. Tenho certeza que John era seu chefe. — Gabriel apontou para mim, me acusando como se eu tivesse cometido um crime grave.

— Deixa de besteira, Gabriel! Paola é estilista. — Lívia riu.

— Sério, mano? Carai, cê é perfeita, mano. Casa comigo!

— Estou achando que você está a fim de perder a rola, Gabriel! — John reiterou.

— Ele está certo, Lívia.

Puxei a garrafa de uísque, enchi meu copo e bebi um longo gole.

— O que? Você trabalhou para John? — Lívia perguntou, estérica.

— Sim — eu e John afirmamos juntos.

— Mas como se...?

— Paola é estilista, ela desenhou roupas para as minhas modelos — John começou.

— Achei que trabalhasse com joias. — Breno franziu o cenho.

— E trabalho — John respondeu, conciso. — Minhas modelos precisam estar lindas para lançarem minhas joias e isso inclui utilizar as belas roupas de Paola.

— E vocês ainda trabalham juntos? — Helena perguntou.

— Sim — afirmei no mesmo segundo em que John usou um "não".

O olhei confusa.

— Paola não trabalha mais para mim — John reiterou.

Não, ele não poderia simplesmente me demitir.

— Minha vez! — Breno elevou a voz. — Eu nunca chamei o nome errado durante o sexo.

A expressão de Gabriel tornou-se livida, denunciando-o de imediato.

— Pode bebendo essa porra, Gabriel. Aposto que você lembra quando me ligou e pediu conselhos sobre o que estava sentindo por Gabriela, e porque, até na hora do sexo, ela não te deixava em paz — Breno denunciou o irmão.

Insensato Desejo | Série Dono do Meu Desejo #1Onde histórias criam vida. Descubra agora