C a p í t u l o 3

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    Eu estava tão exausta que não conseguia mais manter os meus pés no chão, minhas pernas doíam e os meus braços pareciam que iriam cair a qualquer momento

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    Eu estava tão exausta que não conseguia mais manter os meus pés no chão, minhas pernas doíam e os meus braços pareciam que iriam cair a qualquer momento. Não conseguia permanecer sentada um único segundo, porque, sempre que sentava e acreditava que tinha conseguido uma pequena folga de tantas ordens que não eram nada esporádicas, meu chefe me mandava levantar para fazer algo que ele mesmo poderia fazer se não fosse um inútil.

     Sim, inútil. Não existia uma palavra melhor que pudesse descrever aquele homem. Se ele sentisse sede, me mandava uma ordem; se quisesse um café, me ligava; se tivesse que marcar algo, me chamava. Céus, será que ele não conseguia fazer nada por conta própria? Tinha sempre que me chamar? Por acaso tinha nascido colado comigo o filho da puta? Ele não fazia absolutamente nada o dia inteiro e ainda se achava no direito de querer mandar em mim, como se eu realmente tivesse que obedecer suas ordens. Eu me sentia uma simples empregada nas mãos daquele homem que nem sabia quem eu era.

     Bom, eu realmente era uma simples empregada.

     Como os patrões podiam explorar tanto as suas secretárias? Comecei a me perguntar se eu também era daquela forma com os meus funcionários, mas cheguei à conclusão de que não era, uma vez que eu tratava a todos muito bem, mesmo existindo uma hierarquia empresarial. Mandava cesta de bombons quando alguém fazia aniversário, dava folgas quando necessário, sempre era compreensiva com aqueles que necessitavam. E, mesmo assim, eu estava sendo castigada.

     De Chefe de Operações de uma das maiores empresas especializadas na produção de bolsas e malas de viagens, eu tinha parado no cargo de secretária de um homem que era CEO de uma empresa de joias. Existia uma queda pior do que a minha? Talvez não, mas eu simplesmente não tive opções.

     Como eu, que tinha estudado a vida inteira para ser presidente de um dos maiores grupos do mundo, tinha me tornado uma secretária? Não que fosse uma profissão menos importante ou menos digna, mas eu não tinha estudado para aquilo. Não tinha estudado a vida inteira para receber ordens de alguém, muito pelo contrário. A minha vida tinha sido inteiramente planejada para eu mandar.

     Mas, como eu disse, as minhas opções eram pouquíssimas. Tive que deixar minha casa nas mãos de Lorenzo, que tinha transformado a herança do meu avô em uma merda de um bordel para onde ele levava todas as mulheres com quem desejava foder. E o meu emprego, que Dominique tinha feito questão de tirar de mim, havia passado para um ser humano horrível e repugnante como Pietra. Eu praticamente fui expulsa da Itália. Precisei me esconder para que Dominique não se aproveitasse da minha fraqueza e tentasse fazer algo contra mim, afinal, se eu morresse, ela ficaria com tudo. Logo, a minha vida estava correndo um sério perigo.

     A meia irmã do meu falecido pai acabou me cedendo ajuda, uma vez que eu não tinha mais nada e eu acabei parando no Canadá. Eu queria muito ter ficado a Itália, mas decidi ficar um tempo longe de Dominique e Lorenzo, primeiro porque era arriscado e segundo porque eu não suportaria ter que conviver com eles todos os dias. Não conseguiria olhar para a Vitale e saber que Pietra, aquele abutre invejoso, tinha conseguido tomar o meu lugar, não suportaria continuar acordando sabendo que Lorenzo tinha trago uma nova companhia, não suportaria olhar para Dominique e saber que ela estava tirando tudo o que era meu apenas para eu me submeter à sua vontade. Eu acabaria surtando e matando alguém.

Insensato Desejo | Série Dono do Meu Desejo #1Onde histórias criam vida. Descubra agora