Você nem imagina quantos sorrisos eu já dei só de pensar em você.

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Tinha recebido o e-mail, confirmando a minha compra. Eu tinha comprado uma passagem de volta para a Itália. Precisava resolver a questão da Vitale o quanto antes, e planejava fazer isso sem que John soubesse. Mas também queria levá-lo comigo, porque queria apresentá-lo ao meu mundo, assim como ele tinha feito. John era uma pessoa muito especial e eu sempre buscava, dentro de mim, uma forma de mostrar tudo o que eu sentia. Afinal, não eram palavras que mostravam o amor que uma pessoa sentia e sim, as ações.

Eu abriria mão da Vitale do meu pai, inauguraria meu próprio estúdio dando início ao meu próprio negócio e poderia estar com John sem estar cercada por um mundo tão fodidamente ganancioso e ruim.

Eu tinha chegado em um ponto em que não conseguia mais definir o que o meu coração queria, pois, quando eu estava longe de John, ele clamava para que eu estivesse perto. E, quando eu estava perto, ele batia tão rápido que parecia que eu iria morrer de um ataque cardíaco. Entretanto, eu me sentia muito bem quando estava com ele e queria permanecer ao lado dele sem que nada pudesse nos separar.

Estiquei minhas pernas sobre a cama, alongando-me e prevenindo-me de uma possível câimbra. Já deviam passar das dez horas da noite e eu já estava há duas horas sentada no mesmo lugar, na mesma posição. Aquele vestido estava tomando todo meu tempo, mas isso era bom demais. Já conseguia visualizar o tamanho do sucesso que ele faria depois de pronto.

Deixei o desenho sobre o criado-mudo e me levantei, andando em direção a porta do quarto. A voz de John invadiu os meus ouvidos, guiando-me até a sacada da sala. John estava de costas para mim e parecia estar apoiado no parapeito, pois seu corpo estava levemente inclinado para frente.

"Eu não se ela vai querer... Não pode ser em outro dia? Mãe, não dá... Você faria isso em tão pouco tempo de relacionamento?... Tá bom, mãe. Eu vou.".

John não parecia irritado e muito menos cansado por receber uma sexta ligação de sua mãe em menos de um dia. Isso mesmo, a mãe de John ligava toda hora e eu só fui descobrir isso porque John, depois de sairmos da empresa de manhã, ficou o dia inteiro comigo. Foi um dia maravilhoso, pois passamos uma boa parte do dia vendo filmes e a outra parte do dia conversando com Max por vídeo chamada.

"Amanhã eu estarei aí".

O John falou e pareceu encerrar a chamada. Me aproximei mais.

— Lindo — murmurei.

John virou seu rosto e me olhou por cima do ombro. Um sorriso formou-se em seus lábios e ele estendeu seu braço para trás, chamando-me. Me enfiei na distância que ele abriu entre o parapeito e o seu corpo, apoiando meus braços e sentindo seu queixo ser apoiado sobre a minha cabeça.

— Está bravo com a sua mãe?

Uma brisa gostosa bateu contra meu rosto, mas o meu cabelo continuou no mesmo lugar, visto que eu o tinha prendido logo que comecei a trabalhar em meu novo projeto.

— Acho que não — negou. — Você está? Ela me ligou o dia todo e eu ainda não tive tempo de contar a ela sobre Max.

— "Acho" não é uma resposta aceitável, e quanto ao Max, vai chegar o momento certo para você contar... Falando em Max, ele estava bastante animado no telefone, e parecia feliz com a ideia de morar aqui. Ideia sua, não?

— Acho que sim. Conversei com Fernanda antes de irmos embora e ela me contou que o seu marido está há alguns meses planejando se mudar para cá, mas teve que cancelar tudo quando o emprego que ele conseguiu foi para outra pessoa.

— Que terrível... Você ofereceu um emprego a ele, não é mesmo?

— Bem, ele trabalha há mais de dez anos administrando e o currículo que ele me mostrou é ótimo. Por que não contratá-lo se também é uma ótima maneira de ter Max por perto?

Insensato Desejo | Série Dono do Meu Desejo #1Onde histórias criam vida. Descubra agora