Capítulo 10

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Pov. Antonella

Não sei quanto tempo estive dormindo, mas acabei acordando quando ouvi os gritos do meu pai vindo da sala no andar de baixo. Ele estava muito irritado, eu nunca o vi tão nervoso como ele está agora.

- “Eu vou matar esse filho da puta!” - meu pai gritava aos quatro ventos.

- “Calma Giuseppe.” - minha mãe disse tentando tranquilizá-lo.

- “Como você me ainda me pede calma Serena? Esse bastardo usou a minha filha, engravidou ela e depois a abandonou a própria sorte!”

Me sentei na minha cama e eu fechei os olhos ouvindo a gritaria vindo lá de baixo e voltei a chorar, enquanto meu pai ainda continuava a gritar e minha mãe continuava tentando acalmá-lo, mas isso parecia uma missão impossível.

É tudo culpa minha!

Eu sou uma péssima filha por estar fazendo os meus pais estarem passado por isso.

Porque Richard você não acreditou em mim, não acreditou no meu amor, não acreditou no que tínhamos?

Poderíamos estar passando por tudo isso juntos se ele não tivesse sido um covarde, ter o nosso filho e finalmente poderíamos ter a nossa família, sem precisarmos nos esconder de mais ninguém. Como um dia havíamos tanto sonhado.

Mas ele nos deixou quando mais precisamos dele. Não sei o que eu estou sentindo agora. Um misto de raiva e decepção.

Eu vou criar e educar o meu filho sozinha.

Meu filho não vai precisar de você Richard, pois ele vai ter uma mãe que o ama muito e que faria qualquer coisa para protegê-lo. - digo mentalmente.

- “Seu pai pode não te querer meu filho, mas eu te quero muito e eu nunca vou deixar te faltar nada, muito menos amor... A mamãe já te ama muito e não vou deixar nada te acontecer com você.” - falo passando a mão na minha barriga.

Escuto a porta do meu quarto sendo aberta, por um instante achei que fosse o meu pai vindo gritar comigo, mas fico um pouco mais aliviada quando vejo que é Nina.

- “Posso entrar minha menina?” - Nina perguntou suavemente.

- "Claro Nina entre.” - eu digo e ela entrou trazendo uma bandeja.

- “Trouxe algo para você comer.” - ela disse colocando a bandeja em cima da cama.

- “Não estou com fome Nina.”

- “Mas vai comer, você precisa se alimentar, precisa estar forte não só por você mas também por esse bebezinho que está crescendo aqui.” - ela diz colocando suavemente a mão em minha barriga.

- “Tudo bom!” - seco minhas lágrimas e começo a comer devagar.

Nina fica comigo, apenas me olhando em silêncio, até que eu termino de comer.

- "Como você está se sentindo, minha menina?" - ela disse suavemente.

- “Estou muito triste Nina. Ainda não consigo acreditar no jeito que o Richard me tratou, ele me tratou como se eu fosse uma qualquer mesmo depois de tudo que passamos juntos.”

- “Eu também não consigo entender a reação dele, minha menina. Por tudo o que você me disse sobre ele, ele parecia ser um cara bom e que te amava muito.”

- “Eu também pensei isso Nina, mas ele mentiu pra mim, se ele me amasse, como ele dizia estaria comigo enfrentando isso ao meu lado e não teria rejeitado o nosso filho.”

- “Ele vai acabar se arrependendo e vai vir te procurar e vai te pedir desculpas, pode ter certeza.”

- “Mesmo se ele se arrependesse, agora quem não quer ele sou eu. Nunca vou perdoá-lo pela forma que ele me tratou e pelo jeito que ele se referiu ao nosso filho.” - digo sem esconder a minha raiva e decepção.

Nina não falou mais nada e ficou apenas me olhando.

- “Meus pais me odeia agora, não é Nina?”

- “É claro que não minha menina. Eles estão apenas um pouco decepcionados, mas não te odeiam.”

- “Eu acho que eles estarem decepcionados é ainda pior do que me odiassem. Como vou conseguir olhar para eles e ver a decepção nos seus olhos?” - digo voltando a chorar.

Nina me abraça para tentar me acalmar.

- “Calma minha menina, vai dar tudo certo.”

Deito a cabeça no colo de Nina enquanto eu continuo chorando e ela fica acariciando meu cabelo, da mesma forma de quando eu era criança.

Fico um tempo deitada no colo de Nina, quando de repente sinto um forte enjoo e a bile subir pra minha garganta.  Me levanto da cama para praticanente correndo e ir para o banheiro vomitar tudo o que eu acabei de comer. Nina vem atrás de mim e segura o meu cabelo e acaricia as minhas costas, enquanto ponho tudo para fora no vaso sanitário.

Quando termino, me levanto do chão, caminho até a pia, lavo a minha boca e escovo os meus dentes.

Volto para o quarto e me deito na minha cama e Nina me cobre com o cobertor, ela se encosta na cama do meu lado e acaricia o meu cabelo e enquanto canta pra mim até que consigo pegar no sono.

Um Amor IncondicionalOnde histórias criam vida. Descubra agora