Capítulo 39

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Pov. Richard

Já fazia uma semana desde que eu vi Antonella no shopping, desde esse dia eu não consigo tirar ela e aquela linda bebezinha da minha cabeça.

Durante esses dias a vontade que eu tinha de vê e falar com Antonella simplesmente aumentou, eu queria ter certeza se aquela anjinho lindo era realmente a minha filha, mas como eu sou um covarde eu ainda não tinha juntado coragem para ir procurá-la.

Minha irmã realmente está com raiva de mim, nessa última semana ela quase não falou comigo e ela pode ter razão. Nesse último um ano e meio eu agi como um idiota, eu fui um idiota quando não acreditei em Antonella, por não ter ficado ao lado dela, por ter rejeitado nosso suposto filho, por ter ido embora para Londres, sem encarar os problemas e por ter me envolvido com Melanie.

Mas agora eu me arrependo de tudo o que eu fiz, depois de ter olhado para aquele bebê tenho quase certeza de que ela é minha, me dói só de pensar que eu rejeitei a minha própria filha, meu próprio sangue, o fruto do amor que eu sinto por Antonella.

[...]

Hoje eu acordei decidido em ir até casa de Antonella para poder conversar com ela, coisa que eu devia ter feito a mais de um ano atrás.

Me arrumei, peguei a minha carteira e as chaves do carro e sai do meu quarto. Desço as escadas e vejo que a minha mãe está sentada no sofá lendo uma revista, ela olha para mim e rapidamente fecha a revista.

- "Para onde você está indo, meu filho?" - minha mãe pergunta se levantando do sofá e andando na minha direção para me dá um beijo na bochecha.

- "Mãe, estou indo até a casa de Antonella, para conversar com ela." - eu respondo e ela imediatamente fecha a cara.

- "Você não tem jeito Richard, depois de tudo o que ela fez, você ainda vai correr atrás dela?" - ela disse irritada.

- "Sim mãe, eu vou conversar com ela. Vou fazer uma coisa que eu devia ter feito a muito tempo."

- "Fazer o que, assumir um bastardo? Você é muito idiota mesmo! Você mesmo disse que aquela golpista te traiu e ainda disse que o filho de outro é seu!"

- "Sim eu disse, só que agora eu não tenho tanta certeza disso!" - eu disse e ela fez uma careta.

- "E o que te fez mudar de ideia agora?" - ela pergunta cruzando os braços.

- "Eu vi a menina, mãe. A garota se parece comigo, tem os meus olhos e eu também estou sentindo que ela é a minha filha." - eu falei e ela descruza os braços e franze o cenho.

- "Você já viu esse bebê?" - ela pergunta.

- "Sim, eu a vi semana passada, quando eu fui no shopping com vocês."

- "Então foi esse motivo para você ter saido as pressas de lá?"

- "Sim mãe, foi por isso. Eu estava confuso, foi um baque ver Antonella depois de tanto tempo, ainda mais com um bebê, um bebê que eu rejeitei antes mesmo de nascer."

- "Filho... Você ainda ama Antonella?"

- "Eu nunca deixei de amá-la, mãe. Eu tentei esquecê-la, eu juro que eu tentei, mas ela não saiu da minha cabeça e nem do meu coração."

- "Richard e a Melanie, vocês estão namorando."

- "Mãe eu gosto da Melanie, não como mulher e sim como amiga. E nós dois não estamos dando um tempo." - eu disse e ela ficou surpresa.

- "Porque você não me disse antes?"

- "E alguma vez você me deixou falar sobre isso?" - eu perguntei e ela ficou quieta. - "Não, a senhora não me deixou falar. Mas depois conversaremos melhor sobre isso, agora eu preciso sair." - eu falei e dei um beijo na sua testa e sai de casa.

Vou até o meu carro e começo a dirigir em direção a casa de Antonella. Confesso que eu estou um pouco nervoso com essa conversa, ela com certeza está magoada e com muita raiva de mim e ela tem todos os motivos para estar, e não tiro a razão dela. Eu rejeitei a nossa filha, um pedacinho só nosso, o fruto do nosso amor, a coisinha mais linda, doce e pura que eu já vi.

O caminho até a casa de Antonella foi bem tranquilo, não tinha muito trânsito e por isso cheguei lá em torno de 25 minutos. Estacionei o meu carro um pouco mais a gente dá casa dela, desci do carro e caminhei em direção aquela casa.

Já em frente à porta, aperto a campainha e depois de alguns segundos uma senhora por voltas dos 40 anos abre a porta.

- "Pois não, em que posso ajudar?" - ela diz de forma educada e profissional.

- "Boa tarde, a Antonella está em casa?" - eu perguntei temendo ouvir a resposta.

E se ela não estiver em casa?

- "A senhorita Antonella, está no quarto dela com o bebê." - ela responde e eu me sinto um pouco aliviado.

- "Será que eu posso vê-la?"

- "Mas quem é você?"

- "Eu sou o Richard, um amigo dela, acabei de chegar de viagem e queria fazer uma surpresa para ela." - eu disse.

Bom, eu sei que eu menti, mas se eu dissesse que sou o ex-namorado dela, provavelmente não me deixariam entrar.

- "Já que você é amigo da menina, pode entrar sim. O quarto dela é o segundo a direita." - ela diz me dando passagem para entrar na casa.

- "Obrigado senhora." - eu agradeci dando um sorriso.

Eu entrei na casa e comecei a subir as escadas, eu já estava suando de nervosismo. Caminhei até a porta indicada pela empregada, cheguei em frente à porta e abri lentamente.

Eu sei que não é muito educado entrar no quarto de uma pessoa sem bater na porta, mas eu não queria arriscar a bater na porta e acordar o bebê, se ele tivesse dormindo.

Quando entro no quarto, eu vejo uma das cenas mais lindas que eu já vi na vida, Antonella estava ali dando de mamá para aquela bebezinha, ela estava tão linda entretida enquanto amamentava a filha que não se deu conta da minha presença.

A conexão entre as duas era linda de se vê, Antonella olhava para a filha e a menina segurava o cabelo dela enquanto olhava para o rosto da mãe.

Quando Antonella olhou na minha direção, a respiração dela ficou irregular e toda a cor do seu rosto sumiu com a surpresa de me ver aqui. Era de se esperar já que eu sou a última pessoa do mundo que ela esperava ver aqui no quarto dela.

Ficamos um tempo apenas nos olhando, sem dizer nada, até que ela decide quebrar o silêncio que havia se formado entre nós.

- "O que você está fazendo aqui?"

Um Amor IncondicionalOnde histórias criam vida. Descubra agora