Capítulo 37

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Pov. Richard

Saímos da praça de alimentação com passos apressados, eu estava praticamente arrastando a minha irmã comigo. Eu precisava ficar longe o mais rápido possível daqui, não posso começar a chorar bem aqui nessa praça de alimentação lotada e muito menos na frente da minha irmãzinha.

Mas a cada minuto que passa está ficando mais difícil de aguentar, esse aperto no meu peito está cada vez mais forte e o nó que se instalou na minha garganta está cada vez maior, sinto como se eu fosse sufocar aqui.

- "Richard ainda nem lançamos, estou com fome!" - Katherine disse parando de andar e puxando a minha mão.

- "Kath, vamos eu preciso sair daqui!" - eu falei com ela com toda paciência do mundo.

- "Precisa sair daqui nada! Você está fugindo só porque você viu Antonella!" - ela disse brava e com os braços cruzados.

- "O que? Do que você está falando?" - eu perguntei abismado.

- "Você acha que eu tenho cara de boba? Eu sei de tudo! Sei o motivo de você ter ido embora, você acha que o bebê que Antonella estava esperando não é seu! Mas só mesmo um burro para acreditar nisso! Voce acha mesmo que ela teria coragem de te trair?"

- "Você é muito pequena pra entender o que aconteceu!"

- "Isso não quer dizer nada! A Antonella te ama e nunca faria nada pra te machucar."

- "Mas ela fez! Ela não me ama!"

- "E quem te ama? Melanie?" - ela disse e eu fiquei calado. - "Antonella te ama e você sabe disso, deixa de ser cabeça dura! Eu tenho só dez anos e eu sei disso! A minha sobrinha é a sua cara e só você que é tão burro que não percebeu isso." - ela terminou de dizer. A bixinha estava vermelha e eu estava de boca aberta, minha irmãzinha me deu um esculacho.

- "Não não sabe de nada Katherine."

- "Ah não sei? É você que não sabe de nada!" - ela disse me olhando séria.

Meu Deus, o que deu nessa menina?

-Vamos embora Katherine, as pessoas estão começando a olhar pra gente!" - digo, ela não disse nada e foi andando na minha frente.

Chegamos na loja onde a minha mãe estava, ela nos viu e veio em nossa direção. Katherine ainda emburrada passou por minha mãe e se sentou em um dos pufes.

- "Ué mas vocês já lancharam?" - minha mãe perguntou com o cenho franzido.

- "A praça de alimentação estava muito cheia e resolvemos voltar." - eu disse.

- "O que houve com sua irmã que está emburrada?" - ela disse e nós dois olhamos para onde Katherine estava sentada.

- "Nos desentendemos, vou esperar a ferinha se acalmar para conversar com ela."

- "Ah tá!"

- "Mãe estou indo para casa!"

- "Porque, meu filho?"

- "Estou com um pouco de dor de cabeça, vou para casa tomar um banho e me deitar um pouco, estou cansado."

- "Tudo bem, mais tarde nos vemos."

- "Ok, Tchau mãe."

Eu me despedi da minha mãe e peguei um taxi porque deixei o carro com a minha mãe.

Em alguns minutos chego em casa, eu passei a viagem toda segurando a vontade de chorar, desço do táxi, pago o taxista, entro em casa e vou direto para o meu quarto.

Entro no meu quarto, vou para o banheiro, tiro a minha roupa e entro embaixo do chuveiro, a água quente cai em cima de mim, nesse momento deixo o choro que eu tanto estava segurando sair.

Nunca pensei que eu fosse me sentir dessa forma quando eu reencontrasse Antonella, não vou negar quando eu vi aquele bebê eu senti algo diferente. Não sei se foi porque ela representa o fruto de uma traição ou porque é o fruto do amor que eu e Antonella sentíamos um pelo outro.

Eu ainda amo Antonella como se fosse a primeira vez, e pelo que eu vi nos seus olhos ela também, mas vi principalmente mágoa e decepção neles, isso foi o que mais me matou.

Depois que a minha irmã me disse, eu acredito mais um pouco que aquela linda bebezinhos pode ser minha, ela realmente se parece comigo, principalmente os seus olhos.

Será que eu fui tão burro assim por desconfiar da mulher que eu amo? Não confiei o suficiente no nosso amor? Será que eu fui cego demais para não ver o que estava bem na minha frente?

E por causa de uma estupidez minha, estou longe da mulher da minha vida e rejeitei e desprezei a minha própria filha, o meu próprio sangue?

Saio do chuveiro, me seco, coloco uma cueca boxer e uma calça, me deito na minha cama, e continuo a chorar pensando na burrice que eu possa ter cometido ao não acreditar em Antonella.

Na minha Antonella.

Fico pensando durante horas, o sono começou a se apoderar do meu corpo, e acabo me rendendo a ele e caindo em um sono profundo.

Um Amor IncondicionalOnde histórias criam vida. Descubra agora