Capítulo 35

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Pov. Antonella

Estou sem nenhuma reação, não esperava encontrá-lo, olho para trás e vejo o homem que um dia eu amei, o mesmo homem que partiu o meu coração, que me tratou como se eu fosse uma qualquer, um lixo.

Ele estava parado, bem na minha frente  me olhando como se tivesse visto um fantasma.

Richard estava um pouco diferente, mais bonito, parecia bem mais maduro, mais centrado, estava com barba pra fazer, o corpo estava mais malhado e estava mais sério do que eu me lembrava.

Mas porque justamente agora que eu resolvi seguir em frente, esquecer ele, refazer a minha vida junto com a minha filha, ele resolve aparecer?

Isso é muito injusto!

- "Richard..." eu falo.

Nenhum de nós dois falamos nada, não nos mexemos, não devíamos o olhar, ficamos apenas nos olhando.

Meu coração estava batendo acelerado, minha respiração forçada, meus olhos começaram a arder e a vontade de chorar veio com tudo. Mas eu segurei as minhas lágrimas, eu não podia chorar, pelo menos não aqui na frente dele.

Nossa atenção foi desviada quando eu escutei uma voz infantil familiar e um vulto com os cabelos castanhos veio correndo e me abraçou.

- "Antonella que saudade de você!" - Katherine disse dando um lindo sorriso.

- "Eu também senti saudades de você pequena." - eu falei também sorrindo para ela.

- "Esse é o seu bebê, Antonella?" - ela perguntou se abaixando perto do carrinho da Manu e segurou a mãozinha da minha filha, que deu um lindo sorriso para a tia.

- "É sim Kath, essa é a Manuella." - eu disse sorrindo olhando para a minha filha.

Eu desviei os olhos da minha filha e olhei para Richard, ele olhava fixamente para a minha filha, eu vi os seus olhos ficarem marejados mas ele não disse nada.

- "Mas ela é muito linda, muito fofinha, olha só as bochechinhas dela!" - ela disse e eu olhei para ela. - "Richard o bebê da Antonella não é linda?" - ela pergunta e olha para seu irmão mais velho.

Richard pareceu sair do seu transe e olhou para a irmã.

- "Sim Kath ela é linda." - ele disse. - "Parabéns Antonella sua filha é linda." - ele disse olhando para mim.

- "Obrigada Richard." - eu agradeci olhando para ele.

O clima entre nós estava um pouco pesado, ele estava constrangido e eu também.

- "Vamos Kath, a mamãe deve estar nos procurando." - Richard falou olhando para a irmã.

- "Tá bom. Tchau Manu, Tchau Antonella e tchau meninas." - ela deu um beijo na Manu e correu para me dar um abraço.

- "Tchau Kath." - eu dei um beijo na sua bochecha.

- "Tchau meninas." - Richard disse olhando para as minhas cunhadas.

- "Tchau!" - minhas cunhadas responderam ao mesmo tempo.

- "Tchau Antonella." - ele disse olhando para mim.

- "Tchau Richard." - eu disse e ele foi embora.

Eu fiquei observando ele se afastando, nós dois agimos como dois completos estranhos, nem mesmo parecia que nos dois tínhamos uma história. Olhando para ele indo embora, uma lágrima escorreu pelo o meu rosto e não pude deixar de pensar em como as coisas poderiam ter sido diferentes se ele não tivesse nos rejeitados, poderíamos ter sido uma família de verdade.

- "Você está bem Ella." - Pâmela me olhou preocupada e eu limpei a lágrima que escorreu pelo meu rosto.

- "Estou sim Pam!" - eu olhei para ela.

- "Se você quiser podemos ir embora." - Beatriz falou e Pâmela assentiu.

- "Não meninas, nós viemos aqui para nos distrair e nos divertir, e é isso que vamos fazer."

- "Então vamos continuar com as nossas compras." - Pâmela disse, Beatriz e eu assentimos e levantamos.

Continuamos fazendo as nossas compras por mais algumas as horas, até que decidimos ir embora, já estávamos muito cansadas e Manu nem se fala, coitada da minha pequena está exausta.

Chegamos em casa, eu subi com a minha pequena no colo, as meninas me ajudaram a levar as minhas compras para o meu quarto, depois as duas desceram pois os namorados estavam na sala esperando por elas.

Vou até o quarto da Manu, coloco ela no berço e vou até o banheiro preparar um banho para a minha pequena.

Quando a banheira já está cheia, vou até o quarto tiro as roupinhas dela, tiro a sua fralda, e a coloco na banheira. Dou um banho na minha pequena, quando ela já está limpinha, tiro ela da água, seco o seu corpinho e coloco as suas roupinhas.

Pego ela no colo e me sento na minha poltrona para dar de mama o para ela. Minha princesa já estava quase dormindo quando acabou de mama, coloquei ela para arrotar, ela arrotou e depois a fiz dormir e a coloquei no berço e fecho o mosquiteiro.

Vou para o meu quarto, pego uma camisola e minhas roupas íntimas e vou para o banheiro tomar banho. Tomo o meu banho e me visto, coloco um robe por cima da minha camisola e desço as escadas em direção a cozinha. Não estou a fim de jantar, então resolvo fazer um lanche, eu como o meu lanche e saio da cozinha.

Passando pela sala vejo a minha mãe sentada no sofá assistindo novela, ela percebe a minha presença e olha para mim.

- "Já vai dormir filha?"

- "Sim, mãe estou cansada, o dia foi bem cheio."

- "As meninas disseram que vocês viram o Richard no shopping, como você está?"

- "Estou bem, fiquei um pouco surpresa ao vê-lo mas estou bem." - eu disse para minha mãe mesmo eu não acreditando nas minhas palavras.

- "Humm..." - ela também não acreditou mas não disse nada. - "Não vai comer nada antes de dormir?"

- "Eu acabei de fazer um lanche na cozinha, bom mãe eu vou me deitar eu estou exausta."

- "Tá bom filha dorme com Deus. Boa noite."

- "Boa noite mãe." - eu vou até ela e dou um beijo na sua bochecha e ela me dá um beijo na testa.

Subo as escadas, entro no meu quarto, vou direto para o banheiro escovar os meus dentes, escovo os dentes e vou me deitar na cama.

Minha mente fica repassando o meu encontro repentino com o Richard e fico me enchendo de perguntas.

O que será que ele sentiu quando me viu? Quando viu a nossa filha? Será que ele não sentiu nada por ela?

São perguntas para as quais eu não tenho respostas, mas de uma coisa eu sei é que eu ainda fico muito sentida quando olho para ele, quando fico perto dele, quando falo com ele.

Eu fico me perguntando porque é tão difícil esquecer alguém que você amou muito? Não poderia ser tudo mais fácil, para evitar mais sofrimento do que já causou.

Porque o amor tem que ser tão complicado?

Porque tem que doer tanto ficar longe de alguém que você ama, mesmo ela tendo feito você sofrer tanto?

Porque tem que doer tanto ficar longe de alguém que você ama, mesmo ela tendo feito você sofrer tanto?

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Richard Carter

Um Amor IncondicionalOnde histórias criam vida. Descubra agora