Capítulo 49

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Pov. Antonella

Eu vou em direção a Richard e abaixo na sua frente, vendo as suas feridas mais de perto o meu choro se intensifica.

- "Me desculpe Richard. Me desculpe pelo o que meu pai fez." - eu choro e ele limpa minhas lágrimas com o polegar.

- "Você não precisa se desculpar, eu merecia." - ele diz com calma e depois fez uma careta de dor.

- "Vem, vamos para o meu quarto, eu vou cuidar desses machucados." - eu disse e ele assentiu.

Eu ajudei ele a se levantar com cuidado, Felippe veio nos ajudar, mas eu não permiti.

- "Solta ele Felippe!"

- "Calma, eu só vou ajudar!" - meu irmão diz.

- "Agora você quer ajudar, mas na hora que papai estava espancando o Richard, você não fez nada pra ajudar a separar o papai. Não precisamos da sua ajuda!" - eu disse e ele me olhou magoado.

Felippe pode está magoado com a forma que eu acabei de tratá-lo, mas eu estou muito mais magoada, com o papai, com o Lorenzo e o Matteo mas de certa forma eu esperava essa reação deles, eles sempre foram muito cabeça quente, mas eu estou muito triste com o Felippe nunca pensei que ele pudesse agir assim. Nós dois sempre fomos muito próximos e durante a minha gravidez ficamos ainda mais, por isso que eu escolhi ele como padrinho da Manu, ele sabe dos meus sentimentos em relação ao Richard, e agora ele agiu dessa forma, estou muito decepcionada.

Felippe sai da sala, deixando apenas Richard e eu, continuamos andando devagar em direção ao meu quarto.

Subimos as escadas e andamos pelo corredor, paramos em frente à porta do meu quarto, abro a porta e nos dois entramos. Ajudo o Richard a se sentar na minha cama, ajeito os travesseiros atrás de suas costas e quando eu ia me afastar para buscar o kit de primeiros socorros, ele segura a minha mão, eu olho para ele e ele me puxa para sentar do seu lado.

- "Richard, me solta eu preciso buscar o kit de primeiros socorros." - eu disse com a voz quebrada.

- "Ei, não precisa ficar assim, eu estou bem." - ele respondeu suavemente.

- "Você não está bem, olha para o seu estado?"

- "São apenas machucados superficiais."

- "Pode até ser, mas de qualquer forma eu preciso limpar essa ferida e fazer um curativo." - eu falo

Me levanto da cama, vou até o meu banheiro, pego o meu kit de primeiros socorros e volto para o quarto.

Me sento na cama ao lado de Richard e começo a limpar os machucados de Richard com cuidados para não machucar. No tempo todo ele não para de olhar pra mim, estou ficando um pouco sem graça sob o seu olhar.

- "Acho que você vai ter que ir ao hospital, acho que esse corte na sua sobrancelha vai precisar de ponto." - eu disse sem olhar nos seus olhos.

- "Não precisa, só um curativo vai ser o suficiente."

- "Porque você tem que ser tão teimoso? Porque você veio aqui em casa? Você só pode ser suicida! Eu te falei que o meu pai estava furioso quando soube da sua aproximação e o que você faz? Resolve vir até a minha casa! O que você tem na cabeça?" - eu falo irritada.

- "Eu precisava vir falar com o seu pai, tinha que resolver essa situação de uma vez por todas." - ele disse olhando para os meus olhos.

- "Ah tá. E me diz o que vocês resolveram? Ah é! Vocês não resolveram nada. Você simplesmente foi espancado! Você tem ideia do que eu senti quando eu vi o meu pai socando o seu rosto?"

- "Antonella..."

- "Não Richard! Em nenhum momento vocês dois pensaram em mim e na Manu, você e meu pai só pensaram em vocês mesmos!" - eu digo com lágrimas nos olhos.

-Não é bem assim..." ele disse segurando o meu rosto. - "Você sabe que eu te amo! O que eu fiz foi por nós três, eu quero poder ver vocês duas sem me esconder! Não quero mais fazer as coisas pelas costas de ninguém. Já tivemos o suficiente, olha o que aquela situação trouxe." - ele termina de dizer e mais lágrimas escorrem pelas minhas bochechas.

- "Você tem razão, mas olhe o que tudo isso trouxe! Só trouxe mais brigas, nada se resolveu." - eu falo.

- "Eu sei mais eu fiz a minha parte, agora temos que esperar o seu pai se acalmar, quem sabe ainda podemos conversar como pessoas civilizadas."

Nós ficamos conversando durante alguns minutos, Richard começou a me olhar de uma maneira diferente. Era da mesma maneira que ele me olhava quando estávamos juntos, aquele olhar que me deixava com as pernas bambas, que fazia o meu coração acelerar, aquele olhar que me dava uma imensa vontade de beijá-lo.

Richard foi diminuindo a distância entre nós, eu sei muito bem o que viria depois, e eu estava ansiando por isso, Richard coloca os seus lábios nos meus, e iniciamos um beijo suave e carinhoso, como eu senti saudade desse beijo, de estar assim bem pertinho dele.

Terminamos o beijo por falta de ar, mas os nossas testas ainda permanecia coladas. Richard esboçou um lindo sorriso enquanto olhava diretamente dos meus olhos.

- "Você não sabe o quanto senti saudades do seu beijo." - ele disse acariciando a minha bochecha.

- "Eu também senti." - eu disse dando um leve sorriso.

- "Volta pra mim, meu amor?"

- "Não posso, Richard."

- "Por que não?"

- "Por que as coisas não são tão simples assim. Você me machucou muito, eu sei que você me pediu perdão e de todo o coração eu te perdoei, mas é algo que eu não posso esquecer assim."

- "Eu sei, Antonella. E eu realmente me arrependo por todo mal que eu te fiz, eu queria poder ficar com você e a nossa filha, pra nós três sermos uma família de verdade, mas eu te entendo." - ele solta um suspiro. - "Antonella, me diz uma coisa, mas me diz com sinceridade?"

- "Claro Richard, o que você quer saber?"

- "Eu sei que você agora não quer voltar pra mim. Mas eu ainda posso ter a esperança de um dia existir um nós, outra vez?"

- "Eu não sei, Richard. Eu acho que isso só o tempo dirá." - eu disse com o coração doendo.

- "Eu entendi" - ele ficou um tempo em silêncio. - 'Bom, eu acho melhor eu ir pra casa." - ele disse e eu assenti. - "Obrigada por cuidar de mim."

- "Você não precisa agradecer, isso era o mínimo que eu podia fazer."

- "Então Tchau, depois eu te ligo para marcar de ver a Manu."

- "Tá bom" - eu disse um pouco sem graça.

Richard me deu um beijo na testa e saiu do meu quarto. Assim que ele saiu, eu me joguei na minha cama e coloquei a mão nos meus lábios.

Eu ainda podia sentir o toque dos lábios do Richard nos meus, mesmo eu querendo muito poder voltar para ele, eu realmente não posso, não posso simplesmente esquecer tudo o que aconteceu, pelo menos não agora, porque eu não posso dizer que nunca vamos voltar, não sabemos o dia de amanhã ou o que vai acontecer com nossas vidas daqui pra frente...

Um Amor IncondicionalOnde histórias criam vida. Descubra agora