Mais uma noite que tinha passado com o Felipe. Desde que nos envolvemos que me sinto melhor em relação ao amor. Minto se disser que não estou a sentir amor pelo Felipe. Ele está a ser para mim um homem completamente incrível.
EU: Bom dia! - beijo a sua bochecha.
FELIPE: Bom dia! - agarra-me de lado. - Dormiste bem?
EU: Muito bem e tu?
FELIPE: Contigo assim despida ao meu lado dormi maravilhosamente bem!
EU: Ai é?! - passo a minha mão pelos seu abdômen ao qual ele se arrepia.
FELIPE: Não brinques com o fogo Ana! - morde o lábio inferior.
EU: Então porquê? - digo sedutoramente e levo a mão mais abaixo sentindo o seu membro.
FELIPE: Ana, olha que eu não respondo por mim! - fecha os olhos e tenta manter a respiração normal.
EU: Andas a ficar muito mauzão! - massajo o mesmo em movimentos leves para a frente e para trás.
FELIPE: Fds Ana... - diz descontroladamente.
EU: Tenho de ir tomar banho! - paro com os movimentos e levanto-me da cama.
FELIPE: Não! - diz desiludido. - Não me faças isto Ana!
EU: O quê? - rio com a sua cara.
FELIPE: Começas e não acabas!
EU: Eu estou atrasada para o trabalho e acho que tu também!
FELIPE: Mas chegar atrasado uma vez não faz mal!
EU: Faz sim. Deixa-nos menos profissionais! - pisco-lhe o olho e entro na casa de banho.
Tomo um duche rápido. De seguida toma o Felipe. Depois de prontos, o Felipe foi para a cozinha e eu fui até ao quarto do meu menino para o vestir para ir pra creche.
FELIPE: Logo almoçamos juntos? - diz pousando a caneca no lavatório.
EU: Por mim pode ser! - sorrio.
FELIPE: Boa. Depois vou ter contigo à tua sala!
EU: Ok. Vá amor, temos de ir pra escolinha! - apresso o Simão pois ele não queria comer a última colher da papa cerelac.
Após tudo despachado levo o Simão à creche e sigo viagem até ao estádio do dragão. Dou os bons dias à Filipa e entro na minha sala. Ligo o computador e começo a editar umas fotografias.
Passou cerca de duas horas quando ouço bater à porta. Mando entrar.
ANDRÉ: Posso? - diz espreitando pela porta.
EU: Podes! - digo rudemente.
A sério que ele teve de vir agora?! Ai que nervos. Eu então que nem lhe posso olhar para a cara.
EU: Só vieste tu? - pergunto sem o encarar.
ANDRÉ: Sim! - parecia falar a medo.
EU: Podes ir para a frente daqueles placares. Já sabes como isto é!
Ele obedece e eu levanto-me. Pego na câmera e ligo-a.
EU: Faz as poses que quiseres. Eu estou apenas a fotografar, não a ver vocês feitos manequins! - digo rudemente.
Ele faz umas poses para as fotos. Aquele sorriso ainda permanecia na minha cabeça. Nunca saiu pois o que eu mais amava nele era aquele maldito sorriso.
EU: Penso que já chega! - desligo a máquina e vou para a minha secretária.
ANDRÉ: Vais ter de ser sempre assim comigo?
EU: Assim como? - encaro-o.
ANDRÉ: Rude!
EU: Vou. Que eu saiba deixei bem claro que não te queria meter a vista em cima. Ambos concordamos com tal. Não é por teres vindo que vai ser diferente! - digo com raiva.
ANDRÉ: Tu não podes ser assim para mim Ana!
EU: Não posso porquê? - dou uma gargalhada cínica.
ANDRÉ: Nós temos um filho em comum!
EU: O Simão não tem culpa do pai que tem. Não inventes. A culpa é tua e será sempre tua! - meio que grito.
ANDRÉ: Porquê sempre minha? - grita também. - Tu por algum caso pensaste nas merdas que fizeste?
EU: Eu? Então o que é que eu fiz? - aproximo-me dele com os braços cruzados.
ANDRÉ: Tu já não me ligavas nenhuma à noite. Sempre que te tocava nunca querias fazer nada!
EU: Cada dia que passa só te mostras mais nojento! - digo com rancor. - Então para ti tudo não passava para além de sexo não?
ANDRÉ: Não. Eu tinha amor por ti. Tinha e tenho!
EU: Só perdes tempo! - viro-me e sento-me na minha cadeira.
ANDRÉ: Eu sei que tu ainda me amas Ana. Eu sei que sim! - aproxima-se e mete as mãos em cima da secretária.
EU: Não. Não amo André. Esquece que algum dia tivemos uma relação!
ANDRÉ: Nunca se esquece o primeiro amor! - diz com os olhos vermelhos.
EU: Aprende porque infelizmente tive de aprender da pior maneira. Agora se não te importas sai que eu quero trabalhar!
ANDRÉ: Isto não vai ficar assim! - dito isto ele sai.
Apoio os cotovelos na mesa e meto a cabeça apoiada nas mãos. Como é possível chegar a este ponto?! Como é possível olhar para ele e sentir que de amor passou a ódio?!
Acordo dos meus pensamentos após o Felipe estalar os dedos à minha frente.