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#ANA

O André mexia no meu cabelo muito devagar. Ambos encaravamos o teto branco sem proferir uma única palavra. Agora perguntam: estás arrependida? Óbvio que não estou. Se o fiz era porque o queria fazer.

ANDRÉ: Estás muito calada! - comenta acordando-me dos meus pensamentos.

EU: Estou apenas a pensar! - sorrio fraco

ANDRÉ: E pode-se saber em quê?

EU: Estou apenas a pensar em como tudo mudou de um dia para o outro! - suspiro.

ANDRÉ: Achas que te estou a baralhar?

EU: Talvez no início sim mas agora não. Eu cresci tanto nestes últimos anos. Aprendi que… nós não somos donos de nós próprios. Eu queria tanto não voltar a ver-te ou falar contigo ou até mesmo amar-te mas… - respiro fundo. - Isso é impossível!

ANDRÉ: Quer dizer que…tu ainda me amas? - pergunta com uma certa felicidade na voz.

Encaro-o e dou um pequeno sorriso.

EU: Sim. Desde sempre que te amo!

Ele abraça-me fortemente e beija a minha cabeça.

ANDRÉ: Não sabes o quão feliz fico de ouvir isso. Eu também te amo muito Ana. Nunca duvides!

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#ANDRE

Tanto eu e Ana tinhamos-nos acabado de vestir. Descemos até ao jardim.

ANA: A primeira coisa que eu fiz quando cheguei a esta casa foi tomar conta das flores! - diz com um sorriso a mexer nas tulipas.

EU: Não sabia que gostavas de jardinagem!

ANA: E não gostava. Só que eu estava em casa sem fazer nada e precisava de algo para me distrair enquanto não tinha emprego!

EU: Gostava que um dia destes fosses comigo a Milão buscar as coisas que restam. Ainda tens lá muitas coisas tuas!

ANA: É…eu sei. Qualquer dia! - sorri.

A campainha de casa toca. Ela vai até à porta enquanto eu fico no jardim à sua espera.

VASCO: André? Por aqui?

EU: Olá Vasco. É, por aqui! - sorrio

ANA: Precisas de alguma coisa Vasco?

VASCO: Não. Vinha só ver se estavas bem mas já vi que estás! - dá um sorriso torto o que me faz rir também.

ANA: Não sejas parvo. Queres beber alguma coisa?

VASCO: Agradeço imenso pequena mas era só mesmo ver se estavas bem. Não vos chateio mais. Até logo! - da um beijo na testa da Ana e despede-se de mim com um aperto de mão.

ANA: Logo queres ir comigo buscar o Simão?

EU: Quero. Quero muito! - sorrio.

A tarde havia passado rápido. Passamos o dia em sua casa a falar e a ver filmes. A hora de irmos buscar o Simão chegou. Entrámos no seu carro e seguimos viagem até ao infantário.

Entrarmos dentro do mesmo.

CARLOTA: Olá Ana. Espera só um pouquinho que o Simão está quase a sair! - diz uma das educadoras de infância.

ANA: Obrigada!

Esperámos mais um pouco. Os pais das outras crianças iam chegando. Até que ouço uma voz familiar a chamar por mim.

SARA: André? André, estás aqui?

Não pode ser…
A Sara é a tal rapariga com quem me envolvi em Milão.

EU: Que estás aqui a fazer?

SARA: Vim com uma amiga minha. Então, sempre voltaste para a cornuda? - gargalha.

ANA: Cornuda é a tua mãe! - dito isto dá-lhe um estalo. - Já te esqueceste da porrada que te dei quando te apanhei com ele, não?!

A Sara fica com a mão na cara com ar de indignada.

EU: Ignora. O Simão está quase a sair e não queremos que ele veja estás atitudes agressivas! - digo agarrando o seu pulso.

ANA: Larga-me! - diz com brutalidade.

A campainha toca e as crianças começam a sair. Assim que o Simão nos vê corre logo até nós.

SIMÃO: Papá! Mamã!

ANA: Olá meu amor! - pega no pequeno ao colo. - Vamos para casa lanchar!

Fomos embora. Entrámos em casa e enquanto a Ana fazia o lanche eu estava na sala com o Simão.

EU: Amanhã queres ir ao treino do pai?

SIMÃO: Siiim!

EU: Mas temos de pedir primeiro à mamã! - ele assente com a cabeça.

ANA: Venham lanchar! - grita da cozinha.

Pego no pequeno e levo-o em modo avião até à cozinha. Sento-o na cadeira e sento-me ao seu lado.

N.A: Desculpem este capítulo desinteressante mas estava muito pouco inspirada 😘

O peso da consequência ❇Onde histórias criam vida. Descubra agora