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#ANA

Acabo de editar uns vídeos e saio da minha sala indo ao encontro do Felipe no estacionamento. Assim que o vejo esboço um sorriso. Já perto dele beijo-o como se não houvesse amanhã.

FELIPE: Hum...que feliz que a minha menina está! - mete a sua mão no fundo das minhas costas empurrando-me mais para ele

EU: Tenho motivos para isso!

FELIPE: E pode se saber quais são os motivos?

EU: Claro. Amanhã o meu bebé faz anos. Estive a falar com umas amigas e elas vão me decorar a casa para a festinha dele!

FELIPE: A sério? Que bom amor! - beija a minha testa - No que eu puder ajudar diz!

EU: Tu já ajudas demais. Vamos almoçar?

FELIPE: Claro!

Entrámos no carro e seguimos viagem para um restaurante.

EU: E como foi o treino? - pergunto assim que acabo de ler o cardápio.

FELIPE: Foi bom. Recebi mais elogios do treinador!

EU: Que bom meu amor! - meto a minha mão em cima da sua.

FELIPE: Já o André parece um caso perdido...

EU: Como assim?

FELIPE: Ele tem sido um autêntico empate. Está sempre com a cabeça na lua e de mau humor. Eu tenho pena dele sabes...

EU: Problema dele! - tento acabar com o assunto.

FELIPE: Não Ana. Sê a mulher compreensiva que és. Ele está a passar por uma fase terrível. Ele está agora a levar com as consequências. Errar é humano. Ele errou e agora está a pagar pelo que fez!

EU: E o que sugeres mesmo que eu faça? - digo ironicamente. - Que lhe vá dar mimos para ver se passa? Tu viste bem como eu estava quando voltei de Itália. Tu foste das pessoas que mais me viu a chorar litros de água na minha sala!

FELIPE: E achas que querer o mal dos outros é melhor?!

EU: Não é querer o mal dos outros mas sim ter as consequências dos seus atos. A sério Felipe, não estou a perceber isto agora!

FELIPE: Ele é meu amigo. Eu sinto que ele não está bem. Eu ponho me na pele dele e só de imaginar até me custa também!

EU: Então vai tu dar-lhe um ombro amigo!

FELIPE: Estás a ser muito imatura!

EU: E tu estás a ser muito intrometido!

Levanto-me da mesa e saio do restaurante.

#ANDRE

Conseguir dormir é coisa rara. Apenas descanso cerca de 3 horas. A minha refeição também tem sido uma porcaria. Não tenho apetite nenhum. O que eu faço à minha vida? A minha carreira futebolística está a ir por água abaixo.

Estava dentro do carro no estacionamento quando vejo a Ana vir muito sorridente. Observo que toda aquela felicidade era por ver o Felipe. Eles beijam-se e uma dor enorme entrou pelo meu peito. Assim que o carro deles abala eu começo a ter falta de ar. Abro a porta do carro mas mesmo assim parecia não conseguir respirar como deve ser.

OTAVIO: ANDRÉ! - grita e corre até mim.

EU: Ajuda-me Otávio! - digo a chorar e com falta de ar.

OTAVIO: Eu vou ligar para uma ambulância!

Ele assim fez. Eu continuava sentado no banco do carro com a mão no peito e a soluçar de tanto chorar.

A ambulância chega. Já metade dos meus colegas de equipa se encontravam ao meu lado. O Otávio foi comigo na ambulância. Chegamos ao hospital e sou logo levado de urgência.

#AFONSO

EU: Obrigado Otávio! - desligo o telemóvel e pego rapidamente nas Chaves e na carteira.

Conduzo o mais rápido possível até ao hospital. Assim que entro caminho logo para ao pé do Otávio que estava sentado numa cadeira à espera de notícias do André.

EU: Então como está ele?

OTÁVIO: Ainda não me disseram nada!

EU: Mas o que aconteceu?

OTÁVIO: Não sei. Eu só o vi aflito dentro do carro. Ele estava com dificuldade em respirar!

EU: Meu Deus. Isto nunca aconteceu! - levo as mãos à cabeça.

Fico sentado ao lado do Otávio. Cerca de uma meia hora aparece o médico.

O peso da consequência ❇Onde histórias criam vida. Descubra agora