Capítulo 30

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Maratona 3/7

Maratona 3/7

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*LÉO*

            Ótimo, é muito bom ficar aqui limpando os corredores da escola.

            - Desculpa – Amanda pede.

            - Tá – respondo mais seco do que deveria.

            Ela se cala. O silêncio é ensurdecedor.

            Nunca tinha percebido que os corredores da escola são tão sujos assim. Tinha pó até aonde eu não achei que existia!

            "Esse silêncio está me matando." "O que eu falo?"

            - Até que horas a gente vai ficar aqui? – "Jura, é nisso que você consegue pensar Leonardo?"

            - Não sei – ela não tira os olhos do armário que limpava por fora.

            - Você tá bem?

            - Estou.

            - Não, não está não.

            - Vai começar Leonardo?

            Agora eu é que me calo. Ela estava normal comigo até alguns minutos atrás.

Será que ela está com TPM?

            - Não Léo, eu não estou de TPM – a olho confuso. – Às vezes você pensa alto.

            Encolho os ombros.

            - O que você tem então?

            - Culpa – vejo que ela parou de esfregar e também paro. – Você não deveria estar aqui. Eu fui uma idiota! É que eu cansei de ser aquela menina certinha que todo mundo acha que eu sou! Eu não quero mais ter medo de ficar enrolando uns minutos para entrar na sala. Eu não quero me sentir extremamente culpada por não ter feito uma lição! Eu não quero mais ser uma certinha chata.

            - E quem disse que ser certinha é chato? – Me aproximo dela. – Eu gosto desse seu jeito preocupada com a escola e com todo mundo. Essa é você!

            - Mas eu estou cansada dessa versão de mim! Eu às vezes eu queria ser mais inconsequente, sem pensar o que vai dar, tipo a Rubi.

            - A Rubi? – Arqueio uma das minha sobrancelhas.

            - É. Você não percebe o jeito que ela tem? Ela não se importa com que os outros pensam dela, ou o que falam; já eu, mesmo não querendo, mesmo lutando para não ligar, eu me proíbo de fazer, ou de usar algumas coisas por pensar o que todo mundo vai achar.

            - Mas isso é bobagem – passo meu indicador na sua bochecha limpando uma lágrima solitária.

            - Eu sei! E eu tenho que mudar isso! Na verdade eu vou! – Ela sorri.

            - Isso você vai! – Puxo ela pela cintura fazendo nossos corpos ficarem mais pertos.

            Sinto sua respiração vacilar.

            - E se... – ela mesma se proíbe em terminar a frase e me beija.

            O beijo dela é delicado, como se ninguém estivesse ali. É como se ela fizesse cócegas em mim. Mas são cócegas que você não se incomoda em sentir.

            Depois de pouco tempo ela sorri, arrastando um sorriso meu junto.

            - Acho que eu comecei bem uma nova fase de uma outra eu.

            Sorrio em resposta.

            Recomeçamos a nossa limpeza de onde paramos, com um silêncio; mas dessa vez com um silêncio amigável.

            - Senhor Kato e senhoria Muller – a coordenadora entra no corredor – precisam de vocês na biblioteca! – Ela ordena e sai, nos deixando confusos.

            - Graças a Deus! Não aguentava mais esse silêncio.

            - Na biblioteca não vai ser muito diferente – rio.

            - Pelo menos, lá tem livros!

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