Amanda Ferraz Müler é uma menina de 17 anos, que está no 2º ano do ensino médio. Rúbia, que prefere ser chamada de Rubi, é mais que sua melhor amiga, é como uma irmã. Elas enfrentam tudo que vier juntas. Até que o ano letivo começa e tudo vem à tona...
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*AMANDA*
Logo depois do Léo ir para a casa dele, entro e me deparo com os meus pais sorrindo um para o outro, no meio da cozinha.
As brigas deles começaram, quando eu tinha 13 anos. Normalmente elas eram por bobeiras, como por exemplo, meu pai deixar a toalha enrolada em cima da pia depois de tomar banho, ou a minha mãe ter esquecido de trancar o carro, mesmo ele estando dentro da nossa garagem.
Lembro que o motivo original era, quase 100% das vezes, esses motivos "idiotas", mas depois, cada um levava para seu lado pessoal. Quando eles brigavam feio, lembro que eu passava a noite inteira no meu quarto – até em algumas vezes chorando – lendo um livro ou desenhando algo, normalmente eles nem percebiam que eu nem jantava, porque meu pai se enfiava no computador trabalhando e a minha mãe pegava seu caderno e ficava a noite inteira desenhando salas, e móveis.
Quando eles decidiram se separar, lembro que chorei, chorei muito, porque eu, como uma boa leitora de livros de romance, nunca imaginei que algo assim poderia acontecer, muito menos com os meus próprios pais.
No começo da separação, eu fiquei muito confusa, em entrar em casa e não achar meu pai, ou até às vezes, ir na casa dele e perceber que ele morava sozinho.
Mas agora, eu entendo pelo o que eles estavam passando e acho que se separar, foi a melhor coisa que eles já fizeram. Agora, a minha mãe não fica mais chateada com as brigas que tinha com ele; meu pai, não fica mais se prendendo em ficar organizando tudo, com planilhas e mais planilhas.
Vejo que os dois estavam tão incumbidos de se esforçar, para sempre melhorar no trabalho e ter uma vida melhor, que acabavam esquecendo de se divertir e no fim, descontavam um no outro.
Atualmente, os dois andam mais sorridentes, parecem mais felizes e mais leves.
- Filha, você virou uma estátua? – Meu pai brinca, me libertando do meu transe.
Vou até eles com um sorriso.
- Vocês estão felizes – afirmo.
Os dois se entreolham sem entender o que eu disse. Abraço-os deixando eles ainda mais confusos.
- O que tinha naquele macarrão? – Minha mãe pergunta rindo.
Meu celular começa a tocar continuamente.
"Só pode ser mensagem da Rubi", penso.
Quando me aproximo vejo que eu estou certa. Se eu tivesse apostado com alguém, teria ganhado.
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- O que foi? – meu pai pergunta.
- A Rubi está nos convidando para ir no churrasco que o pai dela vai dar amanhã.
- Por mim tudo bem – minha mãe diz e logo em seguida olhando para meu pai.
- Não sei, eu tenho vários projetos para entregar essa sema... – arqueio as sobrancelhas, sem deixar ele terminar a frase. – Tudo bem, eu acho que eu consigo terminar depois.
- Que bom! Vou avisar a ela que vamos! – digo alegre, já mandando mensagem para ela. – A propósito, - lembro de uma coisa que eu queria perguntar – o que vocês acharam do Léo?
- Ele é um garoto muito bom – minha mãe diz primeiro – e muito bonito – ela dá uma piscadinha.
- Até que eu gostei dele. Parece ser muito esforçado.
Sorrio com todas as palavras que eles falaram sobre ele.
- Ele é seu namorado? – meu pai finalmente pergunta aquilo que ele provavelmente deveria estar querendo dizer a noite inteira.
-Não pai, ele não é meu namorado – passo a mão pelo seu braço, tranquilizando-o.– Eu já vou subir, porque eu tenho que tomar banho e depois, vou ler um pouco –digo já subindo as escadas. – Juízos vocês dois! – grito do alto da escada econsigo ouvir uma risada envergonhada da minha mãe.