Capítulo 12

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Talita

Num momento de sobriedade da minha parte, me despedi da Eduarda colocando um ponto final em qualquer chance de ficarmos juntas.

Sai do seu quarto as pressas para que ela não visse as escorrerem, lágrimas essas que eu lutei muito para não derruba na sua frente.

No meu quarto, tomei um banho, mas não sem antes me olhar no espelho e ver todo o meu corpo marcado pela fúria de meu pai.

É estranho como você não percebe a ausência de algumas pessoas, esses seres que não fazem diferença, mais insistem em fazer parte da sua vida.

Banho tomado, passei o roupão lentamente pelo meu corpo afim de cobri-lo, fiz um laço frouxo, para que o contato com a minha pele fosse o menor possível. Abri a porta do banheiro e me deparei com aquele ser insignificante, mais que insiste em ser parte da minha vida.

- Oi! – sorriu sem graça.

- Meu pai te deixou subir? – levantei uma de minhas sobrancelha em questionamento.

- Depois de implorar muito. – se levantou vindo em minha direção – o que você fez?

- Não é da sua conta – respondi com grosseria.

- Como não? Eu sou seu namorado. – me lembrou.

Aquilo me fez rir. Me fazendo lembrar que eu estou com aquele idiota para proteger minha real condição sexual.

- Vamos Talita, desembucha!  - exigiu.

- Eu passei uma noite em uma trepada fenomenal – usei minha melhor cara de deboche.

E toda a ironia que me era possível.

Justin arregalou os olhos e se aproximou ainda mais. Apertando meus ombros, mostrando o tamanho de sua irritação.

- Você ficou maluca? Como você tem coragem de me contar um negócio desses? – ele me questionou indignado.

- Você me perguntou... – me soltei dele, sentindo arder o lugar até então sendo pressionado por suas mãos – eu adotei uma nova filosofia, não mentir mais. – Zombei.

Ele ficou me olhando ameaçadoramente.

- O que? – ergui meu queixo – Essa cara aí é de quem vai contar para o meu pai sobre o que viu? Eu e Eduarda? – o desafiei.

- Isso te preocupa? – me encarou.

Ri com desdém.

- Justin... A única coisa que você vai conseguir é deixar meu pai mais bravo, e me manter de castigo até eu fazer 60 anos. Você vai arriscar? Fica à vontade.

No fundo eu sabia que tudo o que eu estava dizendo, era para mantê-lo de bico calado. Porque se meu pai soubesse do que está – estava – rolando entre eu e a Eduarda, ele daria um jeito de me afastar.

- A decisão é sua Talita, está na hora de você começar a se comportar com uma namorada apaixonada.

- Sim senhor! – bati continência – agora sai do meu quarto por que eu quero me vestir.

Já de manhã em frente ao meu guarda roupa quebrei a cabeça para encontrar uma roupa que escondesse as marcas nos meu braços. Já que está um calor infernal.

- Só se eu for de burca – bufei falando em voz alta.

- Se você quiser posso dar um jeito de arrumar uma.

- Eduarda!! – me assustei.

- Só falta você. Estamos a sua espera. – senti uma ironia em sua voz.

Complicações do Amor ( Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora