Capítulo 18

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Eduarda

Fui para casa anestesiada, não falei uma palavra o caminho todo. Entramos em casa e tudo parecia estranho, nada se encaixava. Parecia tudo fora do lugar.

Parei na porta da sala e fiquei olhando, procurando alguma coisa que fizesse sentido – porque a minha vida não fazia mais – mas nada ali me trazia para a realidade.

Eu caminhei até o meio da sala, em transe. Sentindo aquela dor tomar conta. Não havia nada que eu fizesse ou disseste que aliviava aquele sentimento insuportável, peguei o vaso na mesinha de centro e o arremessei com toda raiva que continha em minhas veias.

- Eduarda?! – minha mãe gritou assustada.

Um surto de raiva se fez presente e tomou conta de mim, e comecei a arremessar tudo o que eu encontrava pela frente.

- Eduarda?! Para!  - minha mãe gritava – Maria Eduarda!!

Eu a ouvia, mais minha raiva era muito grande e eu não conseguia controlar, eu precisava fazer aquela dor parar e insanamente esmurrei a mesinha de centro. Punho cerrado, raiva no olhar e desespero no coração e um sangue escorrendo pela minha mão.

- Filha! – Minha mãe me segurou.

Eu fiquei ali parada olhando para minha mão vendo o sangue escorrer, e ao conseguia pensar que eu não sentia nada.

- Você enlouqueceu? – enrolou minha mão em um pano – vamos, vou te levar ao hospital.

- Oi? – olhei para ela, eu não havia ouvido o que ela me disse, é como se eu estivesse em outro lugar e de repente cai na real. – eu não preciso de hospital, eu tô bem!

- Você pode estar qualquer coisa, menos bem. Você vai para o hospital e não tem discussão.

Não respondi, sentei no sofá e fiquei olhando minha mãe andando de um lado para o outro, falando com Deus sabe quem no celular.

- Vamos – pegou sua bolsa – está doendo? – ela perguntou preocupada.

Balancei a cabeça negando. Dentro do carro olhei para minha mãe e me senti mal por vê-la desesperada daquela forma.

- Desculpa! – falei então.

- Conversa comigo filha. – ela parecia aflita ou com medo? Não sei ao certo.

- Eu não sei o que deu em mim.

Minha mãe dirigia tão rápido que chegamos antes mesmo de começar uma conversa mais seria.

- O que aconteceu? – Roberto nos abordou na entra do hospital.

- Não é da sua conta! – fui ríspida.

- Eduarda! – minha mãe chamou minha atenção.

- Qual é mãe! Eu estou de saco cheio de pisar em ovos e ser educada...

- Eduarda, cala a boca agora! – minha me repreendeu com veemência. – Ela só está nervosa... – se desculpou com Roberto.

Me encaminharam para a sala de sutura e fiquei esperando o médico chegar, mas antes de isso acontecer, veio uma enfermeira e começou a limpar os ferimentos.

- Tá doendo? – ela me perguntou com carinho.

- Não! – respondi simplesmente.

Eu estava a olhando limpar quando ouvi uma voz desesperada na porta.

- Que merda é essa?! – Talita estava parada me olhando espantada.

Complicações do Amor ( Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora