EduardaFui para casa anestesiada, não falei uma palavra o caminho todo. Entramos em casa e tudo parecia estranho, nada se encaixava. Parecia tudo fora do lugar.
Parei na porta da sala e fiquei olhando, procurando alguma coisa que fizesse sentido – porque a minha vida não fazia mais – mas nada ali me trazia para a realidade.
Eu caminhei até o meio da sala, em transe. Sentindo aquela dor tomar conta. Não havia nada que eu fizesse ou disseste que aliviava aquele sentimento insuportável, peguei o vaso na mesinha de centro e o arremessei com toda raiva que continha em minhas veias.
- Eduarda?! – minha mãe gritou assustada.
Um surto de raiva se fez presente e tomou conta de mim, e comecei a arremessar tudo o que eu encontrava pela frente.
- Eduarda?! Para! - minha mãe gritava – Maria Eduarda!!
Eu a ouvia, mais minha raiva era muito grande e eu não conseguia controlar, eu precisava fazer aquela dor parar e insanamente esmurrei a mesinha de centro. Punho cerrado, raiva no olhar e desespero no coração e um sangue escorrendo pela minha mão.
- Filha! – Minha mãe me segurou.
Eu fiquei ali parada olhando para minha mão vendo o sangue escorrer, e ao conseguia pensar que eu não sentia nada.
- Você enlouqueceu? – enrolou minha mão em um pano – vamos, vou te levar ao hospital.
- Oi? – olhei para ela, eu não havia ouvido o que ela me disse, é como se eu estivesse em outro lugar e de repente cai na real. – eu não preciso de hospital, eu tô bem!
- Você pode estar qualquer coisa, menos bem. Você vai para o hospital e não tem discussão.
Não respondi, sentei no sofá e fiquei olhando minha mãe andando de um lado para o outro, falando com Deus sabe quem no celular.
- Vamos – pegou sua bolsa – está doendo? – ela perguntou preocupada.
Balancei a cabeça negando. Dentro do carro olhei para minha mãe e me senti mal por vê-la desesperada daquela forma.
- Desculpa! – falei então.
- Conversa comigo filha. – ela parecia aflita ou com medo? Não sei ao certo.
- Eu não sei o que deu em mim.
Minha mãe dirigia tão rápido que chegamos antes mesmo de começar uma conversa mais seria.
- O que aconteceu? – Roberto nos abordou na entra do hospital.
- Não é da sua conta! – fui ríspida.
- Eduarda! – minha mãe chamou minha atenção.
- Qual é mãe! Eu estou de saco cheio de pisar em ovos e ser educada...
- Eduarda, cala a boca agora! – minha me repreendeu com veemência. – Ela só está nervosa... – se desculpou com Roberto.
Me encaminharam para a sala de sutura e fiquei esperando o médico chegar, mas antes de isso acontecer, veio uma enfermeira e começou a limpar os ferimentos.
- Tá doendo? – ela me perguntou com carinho.
- Não! – respondi simplesmente.
Eu estava a olhando limpar quando ouvi uma voz desesperada na porta.
- Que merda é essa?! – Talita estava parada me olhando espantada.
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Complicações do Amor ( Romance Lésbico)
RomanceEu nunca imaginei que me apaixonar, seria tão complicado. Nem sequer um dia pensei em me apaixonar, Talita Fernandes não se deixa levar por sentimentos, mas essa garota me arrebatou. Mais o destino se encarregou de deixar tudo mais complicado. Morar...