Capítulo 22

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Talita

Um pressentimento ruim me perturbou durante o dia todo, algo me dizia. ' não vá, Talita', mas minha vontade de pelo menos estar perto dela – mesmo que ela me ignorasse – era maior.

Fomos direto para o camarote, ela não estava lá. Me sentei perto da Marcella que começou a tagarela e não parava mais. Eu nem sequer ouvia o que ela dizia, mais continuei ali, até que ela apareceu.

Eduarda me encarou por um instante e logo se afastou, foi para o parapeito e ficou olhando para a pista.

Eu a observava de relance, não queria parecer que estava stalkeando. – mas eu estava – a vi olhar para entrada do camarote, uma bela morena apareceu, nossos olhos se encontraram momentaneamente e eu senti que ela parecia querer me provocar.

Ela estava com raiva e eu compreendia, a vi sair e pensei em segui-la, mas eu desisti. Vou dar espaço pra ela, não adiante nada ficar em cima. Não está tendo nenhum resultado positivo.

Bebi mais um gole do meu suco, já fazia algum tempo que ela havia saído e a morena gostosa também já tinha partido. Achei que era coisa da minha cabeça – que a morena havia ido atrás da Eduarda – mas logo chegou uma moça aos berros.

Dizendo que ela tinha razão e que uma tal de Angélica não valia nada. O rapaz olhou confuso, mais logo saiu em disparada.

Algumas pessoas seguiu o rapaz, deixando o lugar quase vazio. No meio da multidão vi a Suellen sair às pressas. Eu já estava adivinhando o que estava por vir.

Sai correndo e quando cheguei, vi a Eduarda toda ensanguentada provocando o homem. Ele se enfureceu e a golpeou mais uma vez, não vi ninguém fazer nada, então eu fiz.

Sai correndo e sem pensar fiquei entre Eduarda e o tal Marlon. Recebi o primeiro chute e logo em seguida outro. Não sei quem gritou que eu estava grávida, mas já era um pouco tarde.

A dor se instalou por todo meu corpo,  senti uma pontada forte, não tive muito tempo para mais nada, só de perguntar se ela estava bem. E só acordei no hospital.

Eu estava com uma dor surreal, gemi tentando me mexer na cama.

- Não se mexe! – Tadeu falou docemente.

- Aonde eu estou? – eu imaginava aonde eu estava.

Eu só não sabia o porquê estava aqui.

- No hospital, vou chamar a médica – levantou – Não saia daí.

Não demorou muito e meu quarto estava lotado. Vi meu pai e Justin, logo atrás Tadeu.

- Cadê a Eduarda? – perguntei preocupada.

- Ela está no outro quarto. – meu pai respondeu seco.

- Ela está bem? – ignorei sua desaprovação.

- Você está preocupada com a Eduarda, ao invés de se preocupar com você? – meu pai se alterou dessa vez.

- Eu estou bem! – dei de ombros.

Tirando a dor, eu realmente estava me sentindo normal. Todos me olharam como se soubessem de algo que eu não sabia.

- Não estou doutora? – perguntei para a médica que já se encontrava por ali.

Era exatamente a mesma médica que havia cuidado de mim da outra vez.

- Você está bem, teve sorte não ter quebrado nada – ela me olhou com pesar – Mas... – senti um frio no meu estômago.

- Mas? – perguntei nervosa.

- Você perdeu o seu bebê, Talita!

Senti um arrepio percorrer todo meu corpo e meus olhos se encherem de lágrimas.

Complicações do Amor ( Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora