Capítulo 28

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Talita

Acordar ao lado dela era sempre mágico, bom. Está aí uma coisa que nunca me cansaria de fazer. Começamos nossa noite na adega da avó dela e terminamos aqui, na cama dela.

Eu não esperava que a Eduarda se recuperasse bem depois de se abrir. Mais ela estava muito calma. Até mesmo depois do ataque de fúria do seu irmão. Não sei ao certo o que ela faria depois dele declarar que o problema dele é ela.

Mais eu não queria pensar nisso, não agora. Que eu estava observando o anjo mais belo em seu sono profundo.

- Nunca te disseram que é feio encarar as pessoas?! – ela falou ainda com os olhos fechados. Me pegando de surpresa.

- Como você sabe que eu estou te olhando? – brinquei com ela.

- Eu posso sentir seus olhos sobre mim.

- Sensitiva, hã?! – continuei com a brincadeira.

Ela a riu um olho e preguiçosamente abriu o outro. Como se não quisesse acordar.

- Eu sou muito sensitiva, acredite. – Deu um sorriso bobalhão. – Bom dia, minha linda! – ela falou suavemente e depositou um beijo em meus lábios.

- Bom dia! Alguém acordou muito bem humorada. – mordi o lábio pronta para sua resposta.

- Ah! Alguém fez o serviço direitinho. – Ela sorriu e colocou a ponta da língua entre os dentes.

- Boba! – mordi seu braço devagar. – Vamos tomada café? Eu estou morrendo de fome.

- Vamos! – Ela sentou na cama – eu tenho um irmão para detonar.

- Ah Eduarda, sem discussão, por favor! – pedi – depois do café você poderia me levar para conhecer a cidade, o que acha?

- Você quem manda, meu amor! – beijou meus lábios e foi para o banho.

Desci para o café primeiro enquanto a Eduarda terminava de se arrumar e a vó Carmem já estava com tudo pronto.

- Bom dia, meninas. – ela falou amistosa.

- Bom dia, vó Carmem - respondi e olhei para Eduardo – bom dia, Eduardo!

- Bom dia! – ele falou baixinho, sem me olhar.

- Bom dia a todos! – ela falou ao entrar no cômodo.

Ela se sentou a mesa e depois de alguns minutos ela mesma quebrou o silêncio.

- Vamos Eduardo, desembucha! – ele ergueu um sobrancelha sem entender. – Nos temos um problema e hoje nós vamos resolver.

- Eu não tenho problema nenhum com você. – ele falou tentando esconder a surpresa.

- Ah nós temos, e já que você não quer falar... Falo eu.- ele tentou protestar mais ela não deixou – Eu te devo desculpas, pelos anos de negligência. Por ter sido uma péssima irmã, por nunca ter dado uma chance de você mostrar que é melhor que eu, em tudo. Ou quase tudo. Houve um tempo em que eu não sei por qual motivo, eu te odiava. Talvez por você ser tão bom em quase tudo que você faz. Mais agora entendi que a única idiota aqui fui eu.

Eu fiquei de boca aberta, não podia acreditar no que a Eduarda tinha acabado de falar. Admitir que você está errado já é difícil, agora se desculpar e assumir a responsabilidade... Ela estava crescendo.

Eu estava chocada, vó Carmem boquiaberta e o Eduardo não esboçava nenhuma reação, parecia ainda absorver as palavras ditas. Percebendo o pequeno choque ela continuou.

Complicações do Amor ( Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora