Complicações do Amor ( Romance Lésbico)

Capítulo 20

Eduarda

Terminar minha noite com a Talita, seria o fim de noite perfeito. Enquanto nossos olhos travavam uma batalha – que não haveria vencedor – ela usava todo seu charme. E eu não sabia até quando me manteria firme.

Ela deu um sorriso de canto, marca registrada de uma Talita cafajeste e sem vergonha.

- Pra quê falar, não é?! Eu quero é te ouvir gemer! – ela falou essas palavras com muita sensualidade.

Imediatamente senti meu ponto de prazer latejar. Eu havia perdido!

Totalmente entregue e a mercê da mulher que eu não poderia ter. Eu entendia como eu fui parar no meio desse turbilhão.

Já não era dona dos meus sentimentos e não conseguia mais ficar no que eu mais queria. Faculdade de direito.

Em algum momento eu perdi as rédeas da minha vida e eu não descobria um jeito de retoma-la. Como nesse exato instante.

Eu não planejei beija-la. Só queria terminar minha noite tranquila sem confusão, mas isso é inevitável. Tinha prometido para mim que ficaria longe da Talita, era exatamente isso que eu estava fazendo do lado de fora da festa.

Eu a vi conversando com uma garota que eu nunca vi. Pareciam se conhecer bem.

Vê-las tão próximas me causou um certo ciúmes, sentimento esse que eu não tinha direito de tê-lo. Então me retirei por um instante para me recompor.

Agora estou aqui aos beijos com a mulher mais linda, me fazendo perder o fôlego como ninguém mais faz.

- Que saudades da sua boca! – ela falou baixinho, com a boca encostada ainda na minha.

- Isso não era para acontecer. – fechei os olhos com força.

- Não vamos falar disso agora! Você não queria conversar antes. Minha proposta é te fazer gemer lembra? – ela falou com certo humor e eu ri.

- Isso não vai acontecer, você sabe. – falei numa boa.

- Eu sei! – ela pareceu desapontada.

- Acho melhor eu ir!

- Não! – ela quase gritou em desespero – fica mais um pouco.

- Pra que adiar o inadiável? Só vai nos causar mais dor.

- Por que eu me recuso a desistir.

Não havia mais nada que eu não quisesse que acontecesse, uma garota persistente. Lutando por mim. Mas, eu sabia que tudo isso não iria sair daqui...

Eu sorri na esperança de que ela entendesse que tudo bem, mesmo que lá no fundo eu não esteja bem.

Nos beijamos mais uma vez, só que dessa vez com mais ardor, desespero, medo, tristeza. Parecia uma despedida.

- Talita? – ela saltou com o susto, se afastando de vez.

- Você quer me matar Tadeu? – ela segurava o peito para acalmar o coração.

- É bom tomar um susto de vez em quando. – ele riu

- Idiota! – ela resmungou.

- O pai está te procurando – olhou para mim – e a Rafa procurando você. Acho que ela suspeitou que vocês estavam juntas, por isso me mandou. – Ele deu um sorrisinho debochado.

- Tá bom! Entra vocês dois – eu falei – eu vou daqui a pouco, se o Justin estiver perto diz para minha mãe que você não me achou.

- Beleza! – eles se foram e eu fiquei ali, mais uma vez com a minha dor.