Complicações do Amor ( Romance Lésbico)

Capítulo 31

Talita

São detalhes, pequenos mais são detalhes, eu nunca havia me importado com eles até eu começar a estudar engenharia. Detalhes fazem muita diferença, se eu comprar produto ruim posso estragar toda uma estrutura, ela pode não cair naquele momento, mais pode vir abaixo no futuro e causar danos ainda maior.

Trabalhar com a Eduarda estava sendo assim, os danos poderiam vir a longo prazo ou já estavam ali e eu não estava enxergando. O fato de estar completamente apaixonada por ela, estava se tornando um problema. Ainda não, já que ninguém sabia desse sentimento.

Dano a longo prazo.

Minha presença estava causando problemas para ela e sua namorada.

Detalhes, é assim que se nota. Flávia queria me matar cada vez que me via. Ela nunca sequer trocou uma palavra comigo, detalhe.

Eu passava mais tempo com a Eduarda do que ela, acho que durante um tempo não incomodou, mais agora estava causando danos a curto prazo.

Nesse instante não havia a possibilidade de trocar, não com sintonia e o projeto em andamento.

Eu me sentei na sala de estar da casa em construção do meu irmão. Me ajeitei no chão e ele se sentou a minha frente com a sua noiva. Suellen.

Quanto tempo eu não a via. Muito.

- Você está linda! – ela me elogiou – Não imaginei que a idade adulta te deixaria ainda mais bela. – eu sorri abertamente.

- Você está tentando me seduzir? – pisquei um olho – o que você está querendo? – perguntei tom brincalhão.

- Que você realmente aceite o convite que seu irmão fez. – ela estava mais séria, mais não deixou de sorrir.

- Eu disse pra ele que pensaria. – o encarei.

- Não há o que pensar Talita! Você deve isso a ele. – eu percebi e senti, ela iria pegar pesado – eu vi, não estou te culpando, mais você não é totalmente inocente, ninguém somente seus pais merecem sua ignorância. Ele não merece, eu não mereço e a Rafaela merece menos ainda.

- Eu já expliquei e me desculpei com o Tadeu. – olhei para ele e vi que ele ainda estava chateado – eu vou!

Eu devia isso a ele.

- Ótimo! – ela bateu palmas – mais tem um porém.

- Qual? – nada mais poderia me surpreende.

- Você vai entrar com o seu pai.

- Eu não vou mesmo! – me exaltei minimamente.

- Eu disse que eles não iria aceitar.

- Eu entro com qualquer um, menos com ele. – ela sorriu diabólica, aí tinha.

- Então você vai entrar com a Eduarda. – ela deu um sorriso largo.

- Eu acho que vocês estão querendo realmente me encrencar. Ela sabe disso? – perguntei curiosa.

- Não! Mas vai aceitar, como você acabou de aceitar.

- Já entendi... Você vai colocar ela com meu pai.

- Exatamente e como você ela vai aceitar. – ela olhou para o Tadeu – eu te disse que iria dar tudo certo.

Eu balancei a cabeça e havia me esquecido como a Suellen era persuasiva.

- Então vocês não trouxeram aqui para dar opinião na casa de vocês?

- Eu queria que você visse, mais se você quiser fazer suas considerações. – foi Tadeu quem se pronunciou.

Eu já tinha andado pela construção e estava ótimo, não mudaria em nada o que havia sido desenhado.